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Pastor Everaldo agia como ‘dono’ de parte do governo do Rio

‘Cacique’ do PSC fazia indicações para cargos estratégicos do governo de Wilson Witzel e comandava orçamentos

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Pastor Everaldo já atuava em esquema de corrupção no Rio antes da eleição de Witzel | Foto: REPRODUÇÃO

A revelação de novos detalhes da denúncia da Procuradoria-Geral da República sobre a prisão do Pastor Everaldo (PSC) e o afastamento do governador Wilson Witzel  (PSC) mostram que o primeiro agia como se fosse “dono” de uma parte da administração estadual.

No pedido de prisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a procuradora Lindôra Araújo afirma que Everaldo fazia indicações para cargos e comandava o orçamento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e da Secretaria de Saúde.

Tanto o presidente do PSC quanto o governador afastado foram denunciados por organização criminosa.

“Contumaz frequentador” do Palácio das Laranjeiras, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o pastor direcionava contratações de empresas e organizações sociais.

Um dos empresários beneficiados foi Edson Torres, que, em delação, relatou ter pagado pelo “conforto” e “segurança” de Witzel quando ele ainda era um juiz federal, escolhido para ser o substituto de Sergio Cabral à frente do esquema de corrupção.

Sociedade

As duas empresas de Torres com Everaldo faturaram R$ 5 milhões em contratos com o governo.

A Verde Gestão e Resíduos conseguiu R$ 3,1 milhões da Cedae. Administrada pelo genro do pastor, teve ligação direta com a crise da água do início do ano no Estado. Everaldo também seria responsável por 54 demissões de funcionários técnicos da empresa durante 2019.

Outra empresa, em nome de parentes de Edson Torres, a Magna Vigilância abocanhou R$ 1,8 milhão do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). E rendeu a Everaldo cargos no Detran.

Ainda antes de Witzel assumir, as duas empresas conseguiram R$ 37 milhões, ou 32% dos pagamentos realizados pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto em 2016, que à época, era dirigido pelo ex-secretário de Saúde Edmar Santos. Este admitiu, em delação, que recebia propina por dar “preferência nos pagamentos” às empresas de Torres e Everaldo.

Santos, aliás, afirma que só chegou à Secretaria de Saúde por indicação dos dois. Da mesma foram, segundo o MPF, o pastor indicou o secretário-adjunto da pasta, Gabriell Neves, que também está preso por suspeita de corrupção durante a pandemia.

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