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Salim Mattar sai por virtudes, não defeitos

Salim Mattar lutou pela agenda de privatizações, mas Congresso reticente à venda de estatais e perda de espaços políticos minou seu poder

Salim Mattar

O secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, é reconhecido por aliados como um guerreiro na agenda de privatizações | Foto: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

O empresário e dono da Localiza, Salim Mattar, deixa o governo por virtudes, não defeitos. Os mais próximos e admiradores do trabalho do agora ex-secretário especial de Desestatização, Privatizações e Desinvestimentos dizem que ele lutava uma guerra difícil. “Se o Centrão reclama dele é porque tinha um bom trabalho sendo feito”, diz um aliado.

O Parlamento batia de frente com Mattar e vice-versa. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, para privatizar, “cada um tem que lutar, não adianta ficar esperando Papai do Céu”. O chefe da equipe econômica só não deixou claro o quanto a secretaria especial de desestatização lutou para emplacar a agenda de privatizações.

A guerra entre Mattar e a classe político se deu justamente por ele não ser político. Muitos deputados e senadores não têm interesse em privatizar estatais. Quanto mais estatais são vendidas ao mercado privado, menos espaços eles têm para emplacar afilhados políticos.

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) foi líder da legenda em 2019. Defensor da agenda de privatizações, o parlamentar mantém desde o ano passado um bom relacionamento com Mattar e defende a gestão. “Fez um trabalho excelente, um guerreiro exemplar em defesa dos seus princípios. Caiu em pé e sai caminhando defendendo as mesmas coisas que defendia antes”, sustenta.

Contexto político

O problema, acrescenta van Hattem, não era o chefe do programa de privatizações da equipe econômica, mas todo o contexto político. “Brasília, Congresso, ministros, o próprio presidente reticente e até opondo-se a várias privatizações propostas…”, avalia.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes na manhã desta quarta-feira, 12, Mattar se defendeu. “Eu privatizaria todas as estatais, mesmo com o mandado do presidente de não vender Caixa, Petrobras e o Banco do Brasil. Tinha mandado vender todas, menos essas três. Vim para o governo para reduzir o tamanho do Estado”, declarou.

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