Defesa afirma que Witzel é vítima de especulações absolutamente dissociadas de qualquer elemento concreto
Depois do Superior Tribunal de Justiça confirmar o afastamento de Wilson Witzel (PSC) do exercício do mandato por 180 dias, a defesa do governador recorreu ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para tentar reconduzi-lo ao cargo.
Uma reviravolta no caso, no entanto, é considerada improvável. Toffoli não deve analisar a questão sozinho.
“Cada dia que se passa, é um dia de dano irrecuperável ao ora requerente (Witzel) e à ordem pública do Rio de Janeiro. Simplesmente inexistem elementos concretos que justificassem medida tão extrema para a ordem pública e para o equilíbrio federativo”, afirmam os advogados de Witzel ao STF.
A defesa afirma que Witzel é vítima de especulações absolutamente dissociadas de qualquer elemento concreto.
LEIA MAIS: Witzel rifado? PSC dá ‘todo o apoio’ a Cláudio Castro
Na petição protocolada na última sexta-feira, 4, no STF, os advogados de Witzel novamente criticam o afastamento do governador do cargo por decisão individual do ministro Benedito Gonçalves, sem que o chefe do Executivo do Rio pudesse apresentar suas alegações e ser ouvido pelas autoridades.
Na quarta-feira, 2, a Corte Especial do STJ acabou confirmando a decisão de Benedito por 14 a 1.
“Nenhum elemento concreto, específico e individual apto a sustentar a gravíssima decisão monocrática de afastamento de um governador do Estado que sequer responde a processo criminal, que sequer foi ouvido”, afirma a defesa.
Acusações
Eleito com o discurso de combate à corrupção e a promessa de renovação política, Witzel é acusado pela Procuradoria-Geral da República de integrar uma organização criminosa.
O grupo teria movimentado propinas em um valor de R$ 554,2 mil, que teriam sido pagas por empresários da área da saúde ao escritório de advocacia da primeira-dama do Rio, Helena Witzel.
O esquema envolveria compras fraudadas na área da Saúde em plena pandemia do novo coronavírus, que já matou 16,3 mil pessoas só no Estado do Rio.
A PGR aponta que as investigações das Operações Placebo, Favorito e Mercadores do Caos – todas relacionadas a supostas irregularidades na Saúde do Rio – descobriram uma ‘sofisticada organização criminosa no âmbito do governo fluminense’.
Segundo a procuradoria a organização seria composta por pelo menos três grupos de poder, encabeçada por Wilson José Witzel, a qual repetiria o esquema criminoso praticado pelos dois últimos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.
Com informações do Estadão Conteúdo.
*O espaço para comentários é destinado ao debate saudável de ideias. Não serão aceitas postagens com expressões inapropriadas ou agressões pessoais à equipe da publicação, a outro usuário ou a qualquer grupo ou indivíduo identificado. Caso isso ocorra, nos reservamos o direito de apagar o comentário para manter um ambiente respeitoso para a discussão.