Um das ações relacionadas ao rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), não caminhou na estrutura do Poder Judiciário por problemas de ordem tecnológica. É o que admitiu o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) nesta semana, que marca dois anos da tragédia.
Leia mais: “Pelo 2º ano consecutivo, TJ-MT dobra auxílio-alimentação de funcionários”
De acordo com a Agência Brasil, o TJ-MG responsabiliza um “problema no sistema” pela paralisação do processo que julga as responsabilidades criminais pelo rompimento da barragem. Ao todo, 16 pessoas respondem por crimes ambientais e homicídios. Ocorrido em 25 de janeiro de 2019, o rompimento da barragem em Brumadinho deixou 259 mortos.
A falha no sistema do TJ-MG fez com que, por ora, os réus tivessem suspensos os prazos para fornecer respostas à acusação. “[Há] inconsistência da plataforma de acessos aos documentos sigilosos”, escreveu a juíza Renata Nascimento Borges ao atender ao pedido da defesa dos réus. A decisão em questão foi proferida no mês passado.
Protesto
Para cobrarem agilidade da Justiça, membros da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum) realizaram manifestação em frente ao fórum de Brumadinho. O ato ocorreu na tarde da última segunda-feira, 25.
“Eles morreram no dia 25 de janeiro e nós morremos um pouco a cada dia de saudade, de tristeza e de espera por justiça”, lamentou Andressa Rodrigues, integrante da Avabrum. “Menos de um minuto para matar. Mas já são 732 dias de espera”, continuou ela, que perdeu um filho na tragédia.