segunda-feira, maio 13Notícias Importantes
Shadow

Rio, São Paulo e outros 55 municípios voltam às urnas para definir novo prefeito

Após o resultado do primeiro turno das eleições municipais, ocorrido no último dia 15, eleitores de 57 cidades brasileiras irão retornar às urnas hoje (29), para decidir, em segundo turno, quem ficará à frente do Executivo municipal pelos próximos quatro anos. Pela legislação, o segundo turno ocorre apenas em cidades com mais de 200 mil eleitores.

Os eleitores devem comparecer às urnas entre as 7h e as 17h deste domingo. Nas primeiras três horas do pleito (das 7h às 10h), a prioridade é para pessoas com mais de 60 anos.

Do total de municípios onde ocorrerá o segundo turno, 18 são capitais. Sete capitais brasileiras elegeram seus prefeitos no primeiro turno, pois os primeiros colocados obtiveram mais de 50% dos votos válidos. Foram reeleitos os prefeitos de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), com mais de 63% dos votos válidos; de Curitiba, Rafael Greca (DEM), com quase 60%; de Natal, Alvaro Dias (PSDB), com 57%; de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), e de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), ambos com cerca de 53% dos votos. Em Salvador, o vice-prefeito Bruno Reis (DEM) venceu com 64%. Em Palmas, a atual prefeita, Cinthia Ribeiro (PSDB) foi reeleita com 36%.

Macapá teve a eleição suspensa em razão do apagão que atingiu o Amapá. O primeiro turno na capital amapaense será em 6 de dezembro e o segundo turno, caso o primeiro colocado não obtenha mais de 50% dos votos válidos, será em 20 de dezembro. Já a capital federal, Brasília, não tem disputa para o cargo de prefeito, uma vez que o chefe do Executivo é o governador.

Ainda de acordo com o TSE, o índice de abstenção no primeiro turno no país foi de 23,14%. Nas eleições municipais de 2016, o índice de abstenção no primeiro turno foi de 17,58%.

Confira as 18 capitais onde haverá segundo turno:

  • Aracaju: Edvaldo Nogueira (PDT) e Danielle Garcia (Cidadania);
  • Belém: Edmilson Rodrigues (PSOL) e Delegado Eguchi (Patriota);
  • Boa Vista: Arthur Henrique (MDB) e Ottaci (Solidariedade);
  • Cuiabá: Emanuel Pinheiro (MDB) e Abílio Júnior (Pode);
  • Fortaleza: Sarto Nogueira (PDT) e Capitão Wagner (Pros);
  • Goiânia: Maguito Vilela (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD);
  • João Pessoa: Cícero Lucena (Progressistas) e Nilvan Ferreira (MDB);
  • Maceió: Alfredo Gaspar (MDB) e JHC (PSB);
  • Manaus: Amazonino Mendes (Podemos) e David Almeida (Avante);
  • Porto Alegre: Sebastião Melo (MDB) e Manuela d’Ávila (PCdoB);
  • Porto Velho: Hildon Chaves (PSDB) e Cristiane Lopes (PP);
  • Recife: João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT)
  • Rio Branco: Socorro Neri (PSB) e Tião Bocalom (PP);
  • Rio de Janeiro: Marcelo Crivella (Republicanos) e Eduardo Paes (DEM);
  • São Luís: Eduardo Braide (Pode) e Duarte Júnior (Republicanos);
  • São Paulo: Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL);
  • Teresina: Dr. Pessoa (MDB) e Kleber Montezuma (PSDB);
  • Vitória: Delegado Pazolini (Republicanos) e João Coser (PT).

Confira os 39 municípios onde haverá segundo turno:

  • Anápolis (GO): Roberto Naves (PP) e Antonio Gomide (PT);
  • Bauru (SP): Suéllen Rosim (Patriota) e Dr Raul (DEM);
  • Blumenau (SC): Mário Hildebrandt (Pode) e João Paulo Kleinübing (DEM);
  • Campinas (SP): Dário Saadi (Republicanos) e Rafa Zimbaldi (PL);
  • Campos dos Goytacazes (RJ): Wladimir Garotinho (PSD – sub judice) e Caio Vianna (PDT);
  • Canoas (RS): Jairo Jorge (PSD) e Luiz Carlos Busato (PTB);
  • Cariacica (ES): Euclério Sampaio (DEM) e Célia Tavares (PT);
  • Caucaia (CE): Naumi Amorim (PSD) e Vitor Valim (Pros);
  • Caxias do Sul (RS): Pepe Vargas (PT) e Adiló (PSDB);
  • Contagem (MG): Marília (PT) e Felipe Saliba (DEM);
  • Diadema (SP): Filippi (PT) e Taka Yamauchi (PSD);
  • Feira de Santana (BA): Zé Neto (PT) e Colbert Martins (MDB);
  • Franca (SP): Flávia Lancha (PSD) e Alexandre Ferreira (MDB);
  • Governador Valadares (MG): André Merlo (PSDB) e Dr Luciano (PSC);
  • Guarulhos (SP): Guti (PSD) e Elói Pietá (PT);
  • Joinville (SC): Darci de Matos (PSD) e Adriano Silva (Novo);
  • Juiz de Fora (MG): Margarida Salomão (PT) e Wilson Rezato (PSB);
  • Limeira (SP): Mario Botion (PSD) e Murilo lix (Podemos);
  • Mauá (SP): Átila Jacomussi (PSB) e Marcelo Oliveira (PT);
  • Mogi das Cruzes (SP): Marcus Melo (PSDB) e Caio Cunha (Pode);
  • Paulista (PE): Yves Ribeiro (MDB) e Francisco Padilha (PSB);
  • Pelotas (RS): Paula Mascarenhas (PSDB) e Ivan Duarte (PT);
  • Petrópolis (RJ): Rubens Bomtempo (PSB) e Bernardo Rossi (PL);
  • Piracicaba (SP): Barjas Negri (PSDB) e Luciano Almeida (DEM);
  • Ponta Grossa (PR): Mabel Canto (PSC) e Professora Elizabeth (PSD);
  • Praia Grande (SP): Raquel Chini (PSDB) e Danilo Morgado (PSL);
  • Ribeirão Preto (SP): Duarte Nogueira (PSDB) e Suely Vilela (PSB);
  • Santa Maria (RS): Sergio Cecchim (PP) e Pozzobom (PSDB);
  • Santarém (PA): Nélio Aguiar (DEM) e Maria do Carmo (PT);
  • São Gonçalo (RJ): Dimas Gadelha (PT) e Capitão Nelson (Avante);
  • São João de Meriti (RJ): Dr João (DEM) e Leo Vieira (PSC);
  • São Vicente (SP): Solange Freitas (PSDB) e Kayo Amado (Pode);
  • Serra (ES): Sergio Vidigal (PDT) e Fabio Duarte (Rede);
  • Sorocaba (SP): Rodrigo Manga (Republicanos) e Jaqueline Coutinho (PSL);
  • Taboão da Serra (SP): Engenheiro Daniel (PSDB) e Aprigio (Pode);
  • Taubaté (SP): Saud (MDB) e Loreny (Cidadania);
  • Uberaba (MG): Elisa Araújo (Solidariedade) e Tony Carlos (PTB);
  • Vila Velha (ES): Arnadinho Borgo (Pode) e Max Filho (PSDB);
  • Vitória da Conquista (BA): Zé Raimundo (PT) e Herzem Gusmão (MDB).

Rio: 2º turno com ataques e fake news

Após um primeiro turno sem muitas surpresas, a reta final da campanha pela prefeitura do Rio – disputada entre o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) e o atual, Marcelo Crivella (Republicanos) – foi marcada por acusações e fake news. Crivella chegou a dizer que, caso Paes vencesse, haveria “pedofilia nas escolas”. O acirramento da campanha acabou deixando em segundo plano o debate sobre propostas para a cidade neste segundo turno.

As acusações sem fundamento renderam a Crivella uma denúncia da Procuradoria Regional Eleitoral, que pede sua condenação por difamação e propaganda falsa. Como resposta, Paes passou a chamar o adversário de “pai da mentira”, em referência à figura do diabo – Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e tem os evangélicos como sua maior base eleitoral.

Foi a esses eleitores que Paes dirigiu uma propaganda em que apontou os “sete pecados” do adversário. O candidato do DEM também apostou no discurso de que o prefeito é um “traidor”, lembrando em vídeos que, antes de abraçar o bolsonarismo, Crivella foi aliado do PT, ocupando inclusive o Ministério da Pesca no governo Dilma Rousseff.

A forma como a campanha se desenrolou tem relação com as pesquisas, que sempre colocaram Paes como favorito. No último levantamento Ibope/TV Globo, divulgado no sábado, o ex-prefeito aparecia com 36 pontos porcentuais na frente de Crivella – 68% dos votos válidos, ante 32% de Crivella. O levantamento foi registrado sob o número RJ-05249/2020, na Justiça Eleitoral.

Na liderança desde o início do primeiro turno, Paes fez uma campanha em que administrou a vantagem. Durante a disputa, ele comparou os seus dois mandatos (2009-2016) ao de Crivella – o prefeito era rejeitado por 58% dos eleitores, conforme levantamento do Ibope antes do primeiro turno.

O slogan da campanha de Paes dava o tom: “O Rio vai voltar a dar certo”. Ele também insistiu que não se poderia eleger “um novo Crivella ou um novo Witzel” – uma referência ao governador, Wilson Witzel (PSC), afastado do cargo acusado de corrupção.

Neste ano, diferentemente de 2018, os adversários não conseguiram associar a imagem de Paes ao ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB), de quem era aliado. Cabral está preso desde 2016 e condenado a mais de 300 anos.

Como proposta, Paes disse que quer retomar o funcionamento de serviços básicos da cidade, como os da saúde, deixando de lado grande projetos que marcaram suas gestões anteriores, como a Copa do Mundo e a Olimpíada. Os recursos, no entanto, são mais escassos hoje do que há quatro anos, e esse será o principal desafio para a próxima gestão.

Nos últimos dias, o que se viu foi um candidato que conciliou as respostas aos ataques com uma agenda que privilegiou seus redutos. Na quinta-feira, por exemplo, foi ao bairro de Madureira, na zona norte. É onde fica a Portela, sua escola de samba do coração, e o Parque Madureira, uma das principais obras da sua administração.

Nomes nacionais

O segundo turno do Rio também teve como característica a pouca participação de lideranças nacionais nas campanhas. Os partidos de esquerda pregaram uma espécie de voto crítico em Paes, para tirar Crivella da prefeitura. Partidos mais à direita, como o PSD, foram mais explícitos ao apoiar o ex-prefeito.

Crivella manteve seu nome atrelado ao do presidente Jair Bolsonaro. O presidente, porém, se recolheu nas últimas duas semanas e evitou entrar na eleição do Rio, diferentemente do que fez na reta final do primeiro turno. Bolsonaro recusou-se a gravar um novo vídeo ao lado do prefeito e a participar de ato de campanha na cidade. A possibilidade de uma derrota por uma margem muito grande de votos de seu candidato afastou Bolsonaro do estado onde fez carreira política.

O único gesto mais forte de apoio se deu na última quinta-feira. Na live semanal, endossou a informação falsa, propagada por Crivella, de que o PSOL comandaria a Secretaria de Educação no governo Paes e implementaria “pedofilia nas escolas”. O partido e o candidato do DEM desmentem qualquer acordo para formação de um futuro governo.

Palanques

Crivella é do Republicanos, partido ligado à Iurd e que serviu de abrigo temporário para bolsonaristas que tentam formar o Aliança Pelo Brasil. Primeiro representante da igreja a ocupar a prefeitura de uma grande capital, Crivella foi eleito beneficiado pela alta rejeição a seu adversário no segundo turno de 2016, o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Até então, ele havia sido derrotado duas vezes em disputas ao Palácio da Cidade e outras duas ao governo do estado.

Antes de chegar ao cargo Executivo, Crivella passou por muitos palanques, como uma espécie de fiador de candidatos interessados no voto evangélico. Esteve com os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, com os ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, com o ex-senador Lindbergh Farias e até com o atual adversário Paes, na campanha presidencial de Dilma em 2010.

A aliança com o bolsonarismo é mais recente – em 2018, Crivella não esteve com o então presidenciável do PSL em nenhum momento e seu partido apoiava Geraldo Alckmin.

Protagonizada por duas figuras que há mais de dez anos têm presença certa nas disputas locais, o segundo turno no Rio não teve um representante da esquerda. Muito pautado pela rejeição a Crivella, o embate se concentrou no pragmatismo e na postura plebiscitária de “sim” ou “não” ao atual governo. Nesse cenário, o nome de Paes, candidato capaz de oscilar para os dois lados do espectro político, se consolidou.

Covas acena a ‘PSDB raiz’; Boulos relata sintomas

Na véspera do dia da votação, o prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição, fez um gesto público às origens do partido ao visitar militantes antigos filiados à legenda. Seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), que está em isolamento por ter contraído Covid-19, tentou manter alguma atividade de campanha por meio da internet. Em um vídeo, ele relatou ter apresentado os primeiros sintomas da doença.

Covas esteve nas residências de cinco militantes do “PSDB raiz” nos bairros de Jaraguá, zona norte; Guaianases, Vila Ré e Vila Nova Manchester, na zona leste; e Heliópolis, zona sul. Em todas as visitas, repetiu o ritual de relembrar histórias antigas do partido. “Figuras históricas para o meu partido, que começaram a fazer política ainda com meu avô, Mário Covas. Em nome dessas cinco pessoas, eu agradeço a toda militância que foi para as ruas”, disse o tucano.

Citações ao avô foram constantes na campanha. Covas representa uma ala do PSDB que prega um retorno às origens da sigla, fora de sintonia com o projeto do governador João Doria, que chegou a propor até a “mudança da marca” da legenda.

O prefeito só falou com os jornalistas após tomar o terceiro café do dia, com a funcionária estadual aposentada Maria de Lurdes Silva, 77. Covas desejou “saúde” ao adversário Guilherme Boulos e a “pronta recuperação” do candidato. “Eu já enfrentei a Covid. Sei que não é tranquilo. Espero que ocorra tudo bem com ele”, afirmou. O prefeito disse que o candidato do PSOL é seu adversário nesta eleição, mas não seu inimigo. “Não quero mal a ele”.

Questionado sobre o fato de que seu candidato a vice, Ricardo Nunes (MDB), não ter participado de debates no segundo turno, Covas disse que também não foi quando era candidato a vice de Doria. “O candidato a prefeito sou eu. As pessoas não querem comparar vice e apoios. Sou eu que vou governar a cidade nos próximos quatro anos”. A resposta foi direcionada a neutralizar a campanha de Boulos, que conta com mais participação de sua candidata a vice, Luiza Erundina.

Isolamento

Um dia após ser diagnosticado com Covid-19 e entrar em isolamento, Boulos relatou no sábado os primeiros sintomas da doença. “Até ontem eu estava assintomático e hoje de manhã tive alguns sintomas leves, um pouquinho de febre, dificuldade respiratória, dor no corpo”, disse o candidato.

Em transmissão ao vivo feita por suas redes sociais no início da tarde, ele relatou ter recebido a visita do infectologista Esper Kallás. Segundo a campanha, o especialista afirmou que o candidato “atestou sintomas brandos de Covid-19, incluindo cansaço leve e dor no corpo”. De acordo com a nota, “Boulos segue em bom estado de saúde e seguirá sob observação médica”.

Desde a sexta, o candidato vem sendo alvo de críticas nas redes sociais por ter mantido agendas presenciais mesmo depois de saber que a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), com quem esteve no dia 20, havia sido contaminada. No sábado, dois tópicos ligados à doença de Boulos ficaram entre os mais comentados no Twitter.

Por nota, a campanha criticou o que considera uso político da doença. O coordenador da campanha de Boulos, Josué Rocha, que é médico, disse que as precauções foram além do protocolo do Ministério da Saúde, que prevê isolamento só em caso de contato frequente residencial e realização de exame apenas para quem apresenta sintomas da doença.

Vice

Luiza Erundina, foi para a rua no lugar de Boulos. Ela participou de uma carreata que saiu de Campo Limpo, na zona sul. Outras três carreatas saíram de Brasilândia, São Mateus e Grajaú. Em pé, na cabine de seu “papamóvel”, uma caminhonete adaptada para proteger a candidata de 85 anos do risco de contaminação pelo coronavírus, Erundina pediu à militância para não parar a mobilização na reta final de campanha.

Ela destacou a união de partidos do campo de esquerda. “Essa é a eleição mais importante das nossas vidas, porque é uma mudança radical da política velha que está nesse país e nessa cidade”, disse. Erundina destacou a mobilização dos jovens na campanha, e não citou os adversários do PSDB.

Na concentração para a carreata, houve uma atenção redobrada às recomendações sanitárias para evitar infecções pelo novo coronavírus. “Vamos procurar ficar de máscara, manter o distanciamento, vamos cuidar da nossa saúde”, anunciava carro de som. Apesar dos alertas, a distribuição de bandeiras causou aglomeração.

Aracaju: adversários deixam de participar de debates

A campanha eleitoral em Aracaju chega ao fim sem nenhum debate no segundo turno. O atual prefeito, Edvaldo Nogueira (PDT), chegou a confirmar presença em alguns programas, mas sempre desistiu.

Enquanto ele tem apoio do governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), Danielle Garcia (Cidadania) é a aposta do senador Alessandro Vieira (Cidadania), que também é delegado. Danielle tem questionado promessas que Nogueira fez em 2016 e não cumpriu. O prefeito tem tentado mostrar sua gestão na pandemia de Covid-19.

Teresina: laboratório para 2022

Em Teresina, Dr. Pessoa (MDB), representante da oposição, enfrenta Kleber Montezuma (PSDB), que defende o legado do partido que comanda a capital piauiense há quase 30 anos. O confronto também coloca em lados opostos as principais lideranças políticas do estado, de olho em 2022.

Ao lado do emedebista estão o governador Wellington Dias (PT) e o senador Marcelo Castro (MDB). No campo oposto ficaram o atual prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), e o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas.

João Pessoa: Ataques marcam últimos dias de campanha

Os últimos dias da disputa para o segundo turno em João Pessoa foram marcados por ataques mútuos entre o ex-senador Cícero Lucena (Progressistas) e o radialista Nilvan Ferreira (MDB).

Lucena conta com apoio do atual governador João Azevêdo (Cidadania) e acusa seu rival de ligação com uma investigação de venda de roupas falsificadas.

O “outsider” Nilvan tem apoio oficial do senador José Maranhão (MDB) e do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e ataca seu adversário falando sobre operação policial em que ele foi inocentado.

Maceió: Auxílio emergencial e clã Calheiros são destaques

O legado do clã Calheiros pauta a disputa em Maceió. O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), e o atual prefeito da capital, Rui Palmeira (sem partido), apostam em Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB).

Ex-procurador e ex-secretário de Segurança do Estado, ele fez uma campanha que salientou sua experiência no Ministério Público e prometeu um auxílio emergencial. Seu opositor, o deputado João Henrique Caldas, o JHC, (PSB) afirma que o município precisa de mudança e tem apoio do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT).

São Luís: Disputa expõe divisão da base de apoio de Flávio Dino

O segundo turno em São Luís evidencia um racha na base do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Parte da sua base no governo do estado aderiu à campanha do deputado federal Eduardo Braide (Podemos) e Dino apoia a candidatura do deputado estadual Duarte Junior (Republicanos).

O cenário reforça o que aconteceu nos principais colégios eleitorais do estado: o endosso de Dino não foi decisivo para eleger prefeitos aliados. Seu partido caiu de 46 prefeituras conquistadas nas eleições 2016 para 22 neste ano.

Ao longo da campanha, Duarte Júnior afirmou que Braide é indiciado em investigação de desvio de verbas na prefeitura de Anajatuba. O candidato do Podemos acusou o adversário de agredir um idoso.

Belém: candidato da esquerda enfrenta apoio religioso

O eleitor de Belém tem dois projetos distintos para escolher no segundo turno. Edmilson Rodrigues (PSOL) reuniu partidos de esquerda em torno de sua aliança e Delegado Eguchi (Patriota) está alinhado a lideranças religiosas mais conservadoras e ao presidente Jair Bolsonaro.

Ex-prefeito por dois mandatos, quando era do PT, Edmilson é um dos dois políticos do PSOL que disputam segundo turno em capitais. Eguchi nunca ocupou um cargo eletivo, inicialmente tinha menos de 10 segundos na TV e abriu mão do fundo partidário.

Manaus: Covid fica em segundo plano

Embora os hospitais de Manaus tenham ficado lotados durante a pandemia do novo coronavírus, o assunto ficou em segundo plano na disputa entre Amazonino Mendes (Podemos) e o ex-governador interino do estado, em 2017, David Almeida (Avante).

Nos últimos dias, a campanha de Amazonino tem usado a propaganda para falar de suspeitas de irregularidades na gestão de Almeida. O candidato rechaça as acusações e afirma que Amazonino, que já foi prefeito e governador três vezes, tem apoio de “caciques” do estado.

Vitória: ex-prefeito e deputado são cobrados por polêmicas

Enquanto as pesquisas de intenção de voto mostraram uma disputada acirrada em Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) e João Coser (PT) tiveram que se explicar sobre polêmicas do passado.

Pazolini tem sido cobrado por entrar em hospitais durante a pandemia do novo coronavírus para filmar a ocupação de leitos, como pediu o presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, ele negou ser candidato do presidente. Já Coser tem sido confrontado sobre sua gestão, entre 2005 e 2012. Ele mantém o discurso de defesa do PT.

Cuiabá: rivais trocam acusações de machismo e corrupção

Denúncias de machismo, corrupção, apoio ao bolsonarismo e críticas à atual gestão municipal marcaram a campanha à prefeitura de Cuiabá entre Abílio (Podemos) e Emanuel Pinheiro (MDB) neste segundo turno. 

Enquanto defende os feitos da gestão, Pinheiro é cobrado por ter sido flagrado, em 2013, recebendo maços de dinheiro e guardando no paletó quando ainda era deputado estadual. Abílio se apresenta como “nova política” e recebeu apoio de bolsonaristas, do PSL e do ex-prefeito Roberto França (Patriota).

Goiânia: Internação de candidato vira tema central de campanha

Favorito à vitória no segundo turno das eleições em Goiânia, o candidato Maguito Vilela (MDB) está há cinco semanas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após ter contraído o novo coronavírus. A disputa pela capital de Goiás passou a ter como tema principal os boletins médicos e não das propostas para a cidade.

Apoiada pelo atual prefeito, Íris Rezende (MDB), a chapa de Maguito enfrenta o senador Vanderlan Cardoso (PSD). Nas últimas duas semanas, Vanderlan, que tem o apoio do governador Ronaldo Caiado (DEM), aumentou o tom das críticas aos rivais.

Vice de Maguito, o vereador Rogério Cruz (Republicanos), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, tem concedido entrevistas no lugar do cabeça de chapa.

Fortaleza: Oposição a bolsonarista reúne de DEM a PSOL

Fortaleza terá neste domingo um segundo turno nacionalizado. De um lado, um candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Capitão Wagner (Pros). De outro, José Sarto (PDT), que conseguiu reunir partidos como DEM, PSDB, PT e PSOL no mesmo grupo. Mas a pesquisa Ibope divulgada no início da noite de sábado mantinha o pedetista Sarto numa situação confortável, com 61% de votos válidos, contra 39% de Wagner.

No começo deste ano, Wagner foi apontado como apoiador do motim promovido por uma parte dos policiais do estado, quando PMs encapuzados percorreram ruas da capital e de cidades do interior mandando o comércio fechar as portas. Exército e Força Nacional foram para o Ceará, e o candidato atuou na negociação, envolvendo o então ministro da Justiça Sérgio Moro. No fim, 168 PMs foram expulsos, incluindo o ex-deputado Cabo Sabino, aliado do capitão.

Embora Bolsonaro tenha citado em uma de suas lives semanais, que apoiava “um capitão lá” em Fortaleza, o candidato negou que fosse “bolsonarista”. Seu programa de governo evitou características extremistas e falava na construção de “pactos”. Wagner buscou associar sua imagem a Moro, que gravou um vídeo para o candidato. Na mensagem, Moro diz que não participa das eleições e destaca que não vota em Fortaleza, mas descreve a atuação do deputado federal nas negociações para encerrar o motim.

O apoio direto do presidente, na campanha, virou arma para o rival do PM reformado. Ressaltando a disposição “para o diálogo” Sarto se valeu também do fato de ser o candidato dos governos municipal e estadual e apoiado pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para fazer uma campanha em que seu rosto dividiu espaço na campanha com uma série de rostos conhecidos do eleitorado.

Além de contar com uma coligação que incluiu dez partidos (como PSDB, PSD, PSB e DEM), no segundo turno ele obteve o apoio do governador Camilo Santana (PT) e de partidos como PSOL e PCdoB. Figuras como Tasso Jereissati (PSDB-CE), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declararam apoio a Sarto.

O pedetista tem sete mandatos seguidos na Assembleia Legislativa do Ceará. Atualmente, é o presidente da Casa. Por ser o candidato da situação, ao longo da campanha teve de comentar duas ações promovidas pela Polícia Federal em órgãos da prefeitura, em investigações sobre irregularidades na compra de respiradores e outros equipamentos médicos. A prefeitura chegou a processar um dos fornecedores.

Porto Alegre: Racismo se torna foco da campanha

Depois de um início de campanha marcado por debates sobre temas da cidade, os candidatos Sebastião Melo (MDB) e Manuela D’Ávila (PCdoB) chegam ao dia da eleição após troca de acusações e uma guerra judicial. A temperatura subiu quando a questão do racismo entrou na campanha, em razão da morte de João Alberto Freitas, no Carrefour, no último dia 19, e da eleição de cinco vereadores negros, um recorde para a cidade.

Na terça-feira, Manuela veiculou um vídeo no qual apoiadores de Melo – o vice-presidente Hamilton Mourão e o ex-candidato Valter Nagelstein (PSD) – dão declarações polêmicas. Na gravação, Mourão diz que não há racismo no Brasil.

Na quarta-feira, Melo registrou boletim de ocorrência contra Manuela por “crime eleitoral”, alegando ter sido associado ao racismo pela adversária, e recorreu ao Judiciário para suspender a propaganda. O pedido foi rejeitado, pois a Justiça Eleitoral entendeu que o vídeo não divulgou fatos inverídicos.

A candidata alegou que o adversário tentou criar um “fato eleitoral” e afirmou que vai entrar com uma ação contra ele por danos morais e denunciação caluniosa. Manuela ganhou direito de resposta na propaganda de Melo, depois de ele a acusar de propagar “fake news”. Durante a campanha, o TRE retirou das redes sociais mais de 600 mil compartilhamentos de notícias falsas sobre Manuela.

O impacto de decisões judiciais já tinha marcado o primeiro turno: José Fortunati (PTB) teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral, retirou-se da disputa e anunciou apoio a Melo. Na votação, o emedebista teve 31% dos votos válidos e Manuela, 29%.

Fortunati, Melo e o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB), que enfrenta um processo de impeachment, disputavam quem iria para o segundo turno com Manuela, segundo as pesquisas. A saída de Fortunati mudou o cenário e Melo avançou na preferência do eleitorado. Na campanha, ele prometeu cancelar o aumento do IPTU autorizado por Marchezan. Manuela apontou como prioridade a aquisição de vacina contra Covid para a população.

Pesquisa Ibope divulgada no sábado mostrou Manuela com 51% dos votos válidos e Melo com 49%. Nas intenções de voto, quando são computados os indecisos, brancos e nulos, ela tem 45% e Melo, 43%. A pesquisa, que ouviu 805 pessoas nos dias 27 e 28, foi contratada pela RBS TV, tem margem de erro de 3 pontos porcentuais, nível de confiança de 95% e registro no TRE: RS-05561/2020.

Recife: Disputa entre primos será voto a voto

Protagonistas de uma sequência de desentendimentos há seis anos, os primos de segundo grau João Campos (PSB), de 27 anos, e Marília Arraes (PT), de 36 – ambos deputados federais por Pernambuco e herdeiros políticos da família Arraes -, chegam ao segundo turno da disputa pela Prefeitura de Recife em situação de empate técnico, em uma das disputas mais acirradas do país. Além da briga pelo poder local, está em jogo uma demonstração de forças nacional entre duas legendas do campo da esquerda que preparam terreno para 2022: a aliança PSB-PDT e o PT – que conta tem apoio do PSOL na capital pernambucana.

Diferentemente de São Paulo, onde a maioria dos quadros e partidos de esquerda declarou apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) e passou a falar em “grande frente progressista”, em Recife, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou para Marília enquanto Ciro Gomes (PDT), subiu no palanque de Campos.

A disputa será voto a voto. Pesquisa Ibope divulgada no sábado aponta que Campos e Marília estão empatados em 50% – a margem de erro é de três pontos porcentuais e o levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o número PE-02002/2020. Em relação ao levantamento anterior do instituto, de quarta-feira passada, Campos recuou um ponto porcentual e Marília subiu também um, ainda se for considerado somente os votos válidos.

Na campanha, a petista afirmou que seu concorrente, se eleito, seria um “fantoche” da mãe, Renata Campos – viúva do ex-governador Eduardo Campos e aliada do atual prefeito, Geraldo Julio (PSB), e do hoje governador do Paulo Câmara (PSB). Marília chegou, mês passado, a chamar o primo de “frouxo” e sugeriu que ele estava se escondendo atrás da vice, Isabella de Roldão (PDT) para criticar as propostas petistas.

Já Campos tem adotado um forte tom antipetista e chegou a dizer, durante um debate, que o PT não pode reclamar de corrupção porque não é possível contar nos dedos a quantidade de pessoas da sigla que foram presas sob acusações de desvios. Sua propaganda citou nomes de petistas como José Dirceu, Gleisi Hoffman e Aloizio Mercadante, afirmando que eles “querem voltar”.

Embora Campos tenha, em 2018, apoiado Fernando Haddad ainda no primeiro turno da disputa presidencial e participado de agendas com Lula antes de sua prisão, a estratégia agora é atrair os eleitores antipetistas, já que 200 mil eleitores votaram em Mendonça Filho (DEM) e 112 mil optaram pela Delegada Patrícia (Podemos) – os dois se recusaram a declarar apoio no segundo turno.

“Acho que o PSB de Pernambuco usa os mesmos métodos do PT nacional, que eu ajudei a derrubar. Então não seria coerente para mim referendar um projeto do PSB que é o poder pelo poder, que vai até 2038”, afirmou Mendonça, que prega o voto nulo no segundo turno.

“A disputa no Recife separou definitivamente PT e PSB e aproximou fortemente PSB do PDT”, afirmou o senador petista por Pernambuco, Humberto Costa. Ele se queixa do tom antipetista que marcou a campanha de Campos e fala na possibilidade de o PT até desembarcar do governo de Paulo Câmara (PSB), que o PT ajudou a eleger em 2018.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?