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O Brasil de Bolsonaro

Os presidentes da República, Jair Bolsonaro, do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, durante sessão de abertura do ano legislativo

Os presidentes da República, Jair Bolsonaro, do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, durante sessão de abertura do ano legislativo (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O deputado Arthur Lira, elevado à presidência da Câmara, é o protótipo do grupo denominado Centrão, do qual passou a ser o centro fisiológico. Advogado, pecuarista e deputado de três mandatos, esse político alagoano tem um currículo invejável. Antes de ancorar no PP, passou por vários partidos, todos eles dedicados à prática da mais nefasta política, do toma lá dá cá à corrupção mais deslavada.

Lira, com esse nome tão romântico, tem uma vida pregressa recheada de suspeitas de irregularidades envolvendo a Petrobras, a Caixa Econômica e o Ministério das Cidades. É acusado de esquema de corrupção na Assembleia Legislativa de Alagoas e responde também a processo oriundo de investigações da Lava Jato. É mesmo uma folha corrida de dar inveja aos seus pares, que gostariam muito de ter uma carreira pública e privada com essa fartura de desqualificações tão caras ao grupo.

Abro aspas para o jornalista Manoel Botelho, que em breve comentário no Facebook resumiu o que é esse senhor: “Lira, homem poderoso e rico do pobre estado do Alagoas, terra de Graciliano Ramos, que é de Quebrangulo, quer ficar eternamente perto do poder para aumentar seu império”. Como de dizia antigamente, falou e disse.

O certo é que a história passada e presente do Centrão registra nomes e episódios de corar meliantes. A ele pertencem políticos como Waldemar da Costa Neto e Roberto Jefferson, dois indignos representantes do que há de mais podre no reino da nossa democracia.

Costa Neto notabilizou-se por ter sido condenado por participação no famoso mensalão do PT. Chegou a cumprir pena em regime semiaberto, mas um indulto presidencial o beneficiou e o deixou livre. Em duas ocasiões, renunciou ao mandato para evitar que fosse cassado.

Jefferson, por sua vez, embora atualmente sem mandato, é o presidente do PTB. Também tem um currículo nada elogiável. Loquaz e de rara inteligência, foi defensor de Collor e, posteriormente, denunciou o esquema do mensalão. Só que foi um dos beneficiários do esquema e confessou ter metido no bolso a modesta quantia de R$ 4 milhões. Corrupto até na alma.

Estas são apenas duas das muitas companhias do senhor Lira. As outras são os integrantes desse tal Centrão, que reúne cerca de 200 deputados, todos fiéis aos ideais do mais odioso fisiologismo.

Pergunta-se: como um político detentor de tantas más qualidades chega à presidência da Câmara dos Deputados e se torna, assim, o terceiro nome na linha de sucessão da Presidência da República?

Todos sabemos a resposta: isto é o Brasil de Bolsonaro.

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