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Jovem fez ameaças “sequenciais” contra Bolsonaro, diz delegado

Os investigadores da Polícia Federal em Minas Gerais concluíram que o jovem de 25 anos indiciado por ameaçar um atentado contra o presidente Jair Bolsonaro, em 2019, na cidade de Três Corações, a 298 km de Belo Horizonte, agiu de forma “sequencial e explícita”.

Na época, o homem que trabalhava como faxineiro temporário em um quartel do Exército onde o presidente participaria de um evento foi detido após publicar mensagens ameaçadoras contra Bolsonaro.

O resultado do inquérito foi divulgado na manhã desta quinta-feira (12). Em entrevista ao R7, o delegado João Carlos Girotto, responsável pela investigação, explicou que as provas colhidas indicaram que não se tratou de “um ato isolado”.

— Identificamos que ele [o indiciado] publicou tanto vídeos quanto imagens com textos, do início da manhã até o início da noite do dia anterior à chegada do presidente da República.

Questionado se o suspeito já apresentava histórico de perseguição contra Jair Bolsonaro, o delegado disse que não pode detalhar a informação pelo fato da investigação estar em segredo de Justiça.

O agente da PF ressaltou, contudo, que as provas colhidas identificaram a “motivação política e os objetivos do agente autor”, que são os dois elementos exigidos para pedir o indiciamento pelo artigo 28 da Lei de Segurança Nacional, que trata do crime de atentado contra a liberdade pessoal do presidente da República.

Publicações

Segundo o delegado, ao todo foram feitas cinco publicações relacionadas ao evento. Na primeira delas, o jovem, que também é tatuador, escreveu: “Inicia-se aqui a sequência de histórias onde estou infiltrado na toca do lobo, melhor dizendo, Exército Brasileiro”, sic.

Em seguida, o investigado postou um vídeo em que aparecia afiando o cabo de uma escova de dente para criar uma arma perfurante improvisada, conhecida no meio policial como “estoque”.

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— O “estoque” é comumente usado em rebeliões dentro de presídios. O vídeo mostra que não é uma postagem lúdica. Ela guarda certo realismo. Além disso, o investigado tinha conhecimento interno do quartel e poderia esconder algum artefato no local.

“Agora estou analisando toda a situação, toda a área aqui, para botar meu plano de que na hora que Bolsonaro chegar aqui, eu vou acertar ele” (sic), disse o homem em outra gravação.

Prisão

A Polícia Federal soube das ameaças por meio da equipe de segurança do evento que teria a participação do presidente. O jovem foi detido na noite anterior à chegada de Bolsonaro.

O investigado prestou depoimento e foi liberado quando o presidente já não estava mais em Minas Gerais. De acordo com o delegado João Carlos Girotto, o suposto autor das ameaças alegou que a situação “não passou de uma brincadeira”.

Como a polícia não identificou elementos para manter o suspeito preso, ele vai responder o processo em liberdade. Caso seja denunciado pelo Ministério Público, o jovem pode ser condenado a até 12 anos de prisão. A reportagem tenta contato com o investigado.

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