BRASÍLIA E RIO — A migração do Republicanos para o bloco da candidatura de Arthur Lira (PP-AL) — apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro para a presidência da Câmara — foi um baque para o grupo do presidente Rodrigo Maia, que segue sem definir qual candidato apoiará na eleição. Agora, os partidos do bloco de Lira, que incluem ainda PP, PSD, PSC, PL, Avante, SD, Patriota e PROS, somam 193 deputados, contra 158 do bloco de Maia.
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O movimento do Republicanos reforça a importância dos partidos de esquerda na disputa. As atenções também se voltam para o Podemos, com 10 deputados, e o Novo (8), que ainda não se posicionaram.
Confira a projeção de votos dos deputados de cada partido:
É difícil prever, no entanto, o resultado da eleição à presidência da Câmara com base apenas nos arranjos partidários, porque há divisões em muitas legendas e o voto é secreto
Maia trabalha para que haja unidade dos partidos de esquerda em torno do candidato que venha a apoiar. Enquanto Lira atua para dividir esse campo político, argumentando “não ser tutelado por Bolsonaro”, e chegou a conseguir apoio declarado de políticos do PT e do PSB.
Para tentar frear o avanço do candidato de Bolsonaro, líderes de PT, PSB, PDT e PCdoB costuram um bloco para unificar a esquerda em torno de um único nome à presidência da Câmara — a tendência é que haja composição com o candidato que venha a ser anunciado por Maia, mas o lançamento de uma candidatura de esquerda não está descartado, principalmente no PT. Os líderes desses partidos tentam, ainda, agregar ao bloco a Rede e o PSOL, que, por ora, mantém a tradição de lançar uma candidatura própria à presidência da Câmara.