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Eficácia da CoronaVac pode chegar a 62,3% com intervalo de mais de 21 dias entre doses

No último domingo,11, o Instituto Butantan divulgou os resultados do estudo clínico final sobre a CoronaVac. Segundo a pesquisa, a eficácia do imunizante pode chegar a 62,3% com um intervalo superior a 21 dias entre a aplicação da primeira e a segunda dose. De acordo com o diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, a recomendação para os serviços de saúde é que orientem as pessoas a retornar para a segunda aplicação da CoronaVac com um intervalo de 28 dias entre as doses.

Leia também: “CoronaVac tem 80% de eficácia contra morte, revela pesquisa do Chile”

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A pesquisa anunciada no domingo passado foi conduzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Os resultados também apontaram que, para os casos que requerem assistência médica, a eficácia da vacina variou entre 83,7% e 100%. Já o estudo preliminar que foi apresentado à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorização do uso emergencial do imunizante em janeiro deste ano indicava entre 78% e 100%.

O artigo científico com as conclusões do estudo foi encaminhado para revisão e publicação na revista científica britânica Lancet. Outro dado apresentado é que a eficácia para casos sintomáticos de covid-19 atingiu 50,7%, índice um pouco maior do que os 50,38% informados anteriormente. Segundo o estudo, a eficácia mínima da vacina já aparece na segunda semana depois da primeira dose.

Grupo de voluntários

Participaram do estudo entre 21 de julho e 16 de dezembro de 2020 12.396 participantes, todos voluntários, em 16 centros de pesquisa brasileiros. Todos receberam ao menos uma dose da vacina ou placebo. Desse total, 9.823 participantes receberam as duas doses. Ninguém morreu por covid-19 durante o estudo.

Variantes

Tanto o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), quanto o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, já afirmaram em coletivas de imprensa que a CoronaVac é eficaz contra variantes, mas sem mostrar dados científicos que comprovem tal afirmação. No estudo enviado para publicação na revista Lancet, constatou-se a exixtência apenas da variante P.2, identificada no Rio de Janeiro, entre os participantes dos testes.

Em relação a esse tema, a Revista Oeste fez o seguinte questionamento ao Butantan: “Se a data de corte no estudo divulgado no último domingo, 11, foi feito no dia 16 de dezembro do ano passado, é possível afirmar que a CoronaVac é eficaz contra a variante P.1, uma vez que essa nova cepa ainda não estava em ampla circulação no país durante a realização dos estudos de fase 3?” Após inúmeras tentativas ao longo desta semana, a reportagem obteve, por email, o seguinte retorno do instituto nesta sexta-feira, 16: “Estamos verificando as informações.”

Já a Anvisa informou por email a Oeste que os estudos apresentados em janeiro deste ano pelo Butantan para requerer o uso emergencial da vacina CoronaVac não contemplaram outras variantes. “Para a inclusão desta indicação na bula da vacina é necessário que o laboratório desenvolva estudos específicos relativos a estas variantes e que estes estudos demonstrem eficácia contra estas variantes”, declarou a agência reguladora.

Entrega de resultados da CoronaVac à Anvisa

Em 17 de janeiro deste ano, a Anvisa autorizou o pedido de uso emergencial da CoronaVac no Brasil,  mas condicionou a autorização à finalização da entrega de resultados dos estudos de fase 3. O Instituto Butantan tem até 30 de abril para entregar os estudos de imunogenicidade da vacina chinesa. Segundo a Anvisa, a imunogenicidade é “a capacidade de uma vacina incentivar o organismo a produzir anticorpos contra o agente causador da doença.” O dado é fundamental para que se possa concluir a duração da resposta imunológica nos indivíduos vacinados.

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