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Deputado indicado para substituir aliado de Maia se defende

Cúpula tucana ameaça expulsar deputado Celso Sabino (PSDB-PA) após ser indicado pelo Centrão à liderança da Maioria, posto ocupado por aliado de Maia

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Deputado Celso Sabino (PSDB-PA): indicado para a liderança da Maioria, ele corre o risco de ser expulso do partido | Foto: DIVULGAÇÃO/AGÊNCIA CÂMARA

O deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA), indicado pelo Centrão para a liderança da Maioria na Câmara, se defendeu. Após o partido ameaçar expulsá-lo, ele defende que sua indicação recebeu o apoio de 11 partidos.

A liderança da Maioria é, atualmente, ocupada pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O parlamentar era, até pouco tempo, o candidato do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a presidência da Câmara.

A intenção de substituir Ribeiro é explicada por dois movimentos. Um deles, de orientação de pautas. O atual líder da Maioria é relator da reforma tributária e está amplamente engajado nesse debate.

Eleições

Outro motivo para substitui-lo, porém, é ainda mais político. A intenção do Centrão, liderado por Arthur Lira (PP-AL), é enfraquecer os poderes de Maia até as eleições para a presidência da Câmara, em fevereiro de 2021, apurou Oeste.

A indicação de Sabino, entretanto, foi interpretada pela cúpula do PSDB como um movimento articulado pelo próprio deputado paraense em conjunto com Lira. O deputado nega. “Fui indicado por 11 partidos”, explica, em nota.

Poder

O PSDB, presidido nacionalmente por Bruno Araújo (PE), ex-deputado e ex-ministro, está situado em um jogo de poder alinhado com o DEM para 2022. Entretanto, uma ala do partido — a qual Sabino integra — é opositora à cúpula tucana.

Em dezembro de 2019, Sabino chegou a ser eleito líder do PSDB na Câmara para 2020. Mas um movimento político orquestrado pelo tucano João Doria, governador de São Paulo, virou a mesa e reelegeu o deputado Carlos Sampaio (SP).

O PSDB, que lançará Doria para presidente em 2022, sinalizará apoio ao candidato de Maia em 2021. Por isso, decidiu retaliar Sabino devido a associação entre governo e Lira, adversário de Maia à presidência da Câmara. Mas Sabino refuta essa leitura. “A liderança da Maioria tem posição independente, não sendo oposição e nem governo”, defende.

Estopim

A possível expulsão de Sabino pegou mal no partido. A bancada tucana na Câmara, inclusive, se encontra dividida. Se a expulsão for adiante, será uma vitória política de Doria e Araújo, mas pode ser o estopim de um movimento opositor maior.

O deputado adota, contudo, um tom político e diplomático. Em nota, deixou claro não ter intenção em deixar a legenda. “O deputado acredita que o PSDB é uma importante agremiação partidária, com inúmeras contribuições ao país e vai ainda dialogar com a legenda, na expectativa de que esta iniciativa seja revista”, explica.

Confira, abaixo, a nota de Sabino na íntegra:

NOTA OFICIAL

O deputado federal Celso Sabino foi indicado por 11 partidos para assumir a liderança da Maioria na Câmara dos Deputados.

A liderança da Maioria é uma instituição prevista na Constituição Federal, tem assento no Colégio de Líderes e no Conselho da República. Além de orientar votações pelo maior bloco da câmara, a liderança da Maioria tem posição independente, não sendo Oposição e nem Governo. Está em posição antagônica a da Minoria e defende pautas importantes para o país. Nunca teve um parlamentar do estado do Pará neste posto.

O deputado se surpreendeu com a nota do PSDB, em que trata de um possível processo de expulsão do partido. Porém, o deputado acredita que o PSDB é uma importante agremiação partidária, com inúmeras contribuições ao país e vai ainda dialogar com a legenda, na expectativa de que esta iniciativa seja revista.

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