domingo, maio 19Notícias Importantes
Shadow

Com dificuldades para criar partido, Bolsonaro revela ter recebido convite para três legendas

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) relatou, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que recebeu convites para se filiar a três partidos diferentes, sendo um deles o PTB, presidido pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson. Além dos convites que diz ter recebido, o presidente admitiu conversar também com o PSL, pela qual ele se elegeu em 2018.

Em novembro do ano passado, Bolsonaro assinou a desfiliação do PSL, e desde então vinha tentando conseguir assinaturas suficientes para protocolar a criação de uma nova legenda, chamada Aliança pelo Brasil, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Até o fim de julho, no entanto, seus apoiadores só haviam conseguido juntar 3% das assinaturas necessárias. “É difícil Aliança pelo Brasil ser criado ainda em 2020, mas não é impossível”, comentou.

Bolsonaro afirmou que alguns integrantes do PSL teriam feito sinalização por uma reconciliação. “Apesar de ter saído do PSL, tem 43 ou 44 parlamentares que conversam comigo”, apontou.

Teto de gastos

O presidente Jair Bolsonaro usou o orçamento de guerra, proposta aprovada pelo Congresso Nacional, para justificar a edição de créditos extraordinários para custear investimentos em obras. “A ideia de furar teto (de gastos) existe, o pessoal debate, qual o problema?”, disse Bolsonaro durante transmissão semanal nas redes sociais.

Como mostrou o Broadcast/Estadão, a estratégia de usar o orçamento liberado durante a pandemia do novo coronavírus no discurso do governo foi discutida no Ministério da Economia para defender a edição da Medida Provisória de R$ 5 bilhões em crédito extraordinário para obras do Ministério da Infraestrutura.

Segundo Bolsonaro, o governo já “furou” o teto de gastos em cerca de R$ 700 bilhões durante a pandemia. Ele também relatou que foi questionado internamente sobre gastar outros R$ 20 bilhões para obras e ações no Nordeste.

“Me perguntaram ‘Presidente, na pandemia, nós temos a PEC de Guerra, nós já furamos o teto em mais ou menos R$ 700 bilhões, dá para furar mais R$ 20 bilhões?’. Eu falei: ‘Qual é a justificativa? Se for pra vírus, não tem problema nenhum’. ‘Ah, mas entendemos que água, por exemplo, é para essa mesma finalidade'”, contou o presidente.

“Então a gente pergunta. E daí? Já gastamos R$ 700 bilhões, vamos gastar mais R$ 20 bilhões ou não? Daí o Paulo Guedes fala: ‘tá sinalizando para a economia, para o mercado, que está furando o teto, que está dando um jeitinho’. Aí outro lá na ponta, de outro Poder, já começa a falar: ‘não vou aceitar jeitinho’, em vez de ligar, telefonar, conversar, ver o que está acontecendo”, continuou.

Segundo Bolsonaro, “a intenção de arranjar mais, em média, R$ 20 bilhões, é água no Nordeste, é saneamento, é para revitalização de rios, é Minha Casa, Minha Vida, é BR-163 lá no Pará”.

O presidente também falou que em torno de 95% do orçamento é comprometido e que há uma briga no governo pela divisão dos recursos. Ele estima que no próximo ano “vamos ter problema”, porque a previsão é de que a arrecadação vai cair.

“Agora esse mercado tem que dar um tempinho também, né? Um pouquinho de patriotismo não faz mal a eles, né? Não ficar aí aceitando essa pilha. Se bem que tem gente que vaza e tem negócio. A gente manda investigar muitas vezes aqui, acionar aí a CVM, para ver se esse vazamento publicado em tal local da imprensa foi um fake news, uma mentira, para mexer no mercado e alguém ganhar dinheiro.”

Bolsonaro também criticou a eventual prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600 a informais. “Custa R$ 50 bilhões por mês. E tem gente de demagogicamente acha que ele tem que ser prorrogado indefinidamente (…) É endividamento. Por quanto tempo se aguenta isso? Se eu pudesse dava R$ 10 mil por mês para tudo mundo e ficava todo mundo em casa”, declarou.

Medicamentos

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, na noite desta quinta-feira, 13, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai facilitar o acesso à hidroxicloroquina e ivermectina, medicamentos defendidos por ele para tratamento do novo coronavírus, mesmo sem ter eficácia comprovada para a doença. A partir de agora, segundo Bolsonaro, não será mais necessária a retenção da receita no local da compra.

“O presidente da Anvisa acabou de confirmar a informação sobre a hidroxicloroquina e a ivermectina. Você já pode comprar com uma receita simples, caso o seu médico recomende para você, obviamente”, disse Bolsonaro durante a transmissão semanal que faz em suas redes sociais. Até o momento, era necessária a apresentação de receita em duas vias. Agora, será preciso apenas uma que poderá ficar com o comprador.

Em seguida, o presidente afirmou que tomou a cloroquina após contrair o novo coronavírus e relatou que “12 horas depois estava com sintomas curados”. Pouco antes, na mesma live, no entanto, ele admitiu que isso pode ter sido apenas uma “coincidência”, já que pesquisas indicam que a maior parte das pessoas que contraem covid-19 não apresentam sintomas da doença.

No início da transmissão, Bolsonaro apresentou o pedreiro Manoel Cardoso de Araújo, de 101 anos, que é pai de um de seus seguranças e contraiu covid-19, mas foi medicado com outros fármacos que não a cloroquina. Ao comentar o caso, o presidente disse que pode ter sido uma “coincidência” ele ter se sentido melhor após tomar o medicamento. “Pode ter sido uma coincidência mas o pessoal que tem tomado (cloroquina) no início dos sintomas tem tido sucesso no tratamento.”

Ainda assim, o presidente voltou a mostrar uma caixa de cloroquina e a defender o medicamento mais uma vez, ponderando que é preciso ter prescrição médica para o uso. “Para comprar isso aqui (medicamento) precisava da prescrição médica. Ainda precisa (de receita), porque é tarja vermelha. Só que criou-se, naquela época, para evitar a compra para fazer negócio, revender ou fazer estoque em casa, começou a faltar a hidroxicloroquina… A Anvisa tomou uma decisão que precisava de uma receita com dupla via, com retenção. (Ainda) vai precisar da receita”, disse.

Bolsonaro rebateu as críticas de que o Exército produziu cloroquina em excesso durante a pandemia. “Alguns estavam criticando que o presidente mandou o Exército fabricar comprimidos e estão com uma reserva de 4 milhões. É mais ou menos isso que tem, mas o nosso consumo anual da hidroxicloroquina para malária, lúpus, artrite reumatoide, dá 3 milhões de comprimidos por ano. Nada vai ser jogado fora. Tudo vai ser aproveitado de uma forma ou de outra”, justificou.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?