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Com atraso de três horas, TSE finaliza totalização de votos nas eleições de 2020

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, informou que a totalização dos votos do primeiro turno das eleições foi finalizada às 23h55. Barroso reiterou que o atraso de três horas na divulgação dos resultados ocorreu devido a uma falha em um computador.

Segundo o ministro, não houve qualquer risco para integridade do sistema e à segurança do sigilo dos votos, porque o problema ocorreu somente na divulgação. Os dados dos tribunais regionais eleitorais foram recebidos normalmente.

“Lamento o atraso ocorrido. Ele decorreu, provavelmente, do aumento das medidas de segurança que nós trouxemos para o sistema e de uma possível falha em um dos processadores. A demora não compromete a integridade do sistema, menos ainda uma demora de menos de três horas”, garantiu.

O presidente do TSE também afirmou que a centralização da totalização (soma) de votos no TSE foi uma recomendação da Polícia Federal (PF). Mais cedo, Barroso disse que não teve simpatia pela mudança, que foi realizada durante a gestão da ex-presidente, ministra Rosa Weber. Nas eleições anteriores, a totalização era realizada pela Justiça Eleitoral nos estados.

“Foi uma decisão técnica decorrente de uma recomendação da Polícia Federal. Embora, eu tenha dito que não tinha simpatia pela medida, eu também a teria tomado se tivesse sido sob minha gestão, porque era a recomendação técnica de um relatório minucioso da PF a esse respeito”, explicou.

“A totalização nada mais é que olhar os boletins e somá-los. Não é singelo, porém, ao final, a demora não compromete a integridade do sistema. Eu não tenho controle do imaginário das pessoas, mas objetivamente o que aconteceu: foi preservada a integridade do sistema, os dados são conferíveis de cada urna e no final tudo se resume a lentidão”, acrescentou o ministro.

A falha no sistema de totalizar os votos que causou o atraso na apuração é inédita desde a adoção da urna eletrônica, em 1996. Barroso reforçou que a falha não altera o resultado, uma vez que os comprovantes com o balanço dos votos de cada urna são emitidos ao fim do dia de votação em cada zona eleitoral. “A ideia de que a demora possa trazer algum tipo de consequência não faz nenhum sentido, porque o resultado das eleições já saiu no momento em que a urna imprimiu o boletim”, disse.

Estabilidade

Um dia antes de uma falha técnica atrasar a divulgação dos votos do primeiro turno das eleições municipais, o secretário de tecnologia da informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, participou de um evento em que prometeu “mais estabilidade” e “melhor aproveitamento do processamento” na divulgação dos dados. O cenário que a população brasileira encontrou neste domingo foi totalmente outro.

“Até a eleição passada, a totalização era feita nos datacenters dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Cada órgão fazia a recepção, verificação e soma dos votos, cabendo ao TSE proceder a leitura desses bancos de dados e, também, a divulgação dos resultados”, disse Giuseppe, durante apresentação no último sábado (14) em que o TSE realizou a verificação dos sistemas das eleições de 2020. O vice-presidente do TSE, Edson Fachin, acompanhou o evento.

Na ocasião, Janino frisou que agora a divulgação dos votos se concentraria no próprio TSE, com os boletins sendo transmitidos para o datacenter do TSE. De acordo com ele, a medida representaria uma economia aos cofres públicos e um ganho na segurança. “Conseguimos baixar bastante os custos, concentrando em um processo de nuvem, fazendo a virtualização de equipamentos”, afirmou Janino na ocasião.

Repercussão

Na avaliação de Thiago Tavares, presidente da ONG SaferNet Brasil, é prematuro concluir que o TSE errou ao centralizar a divulgação dos votos.

“É necessário conhecer mais detalhes técnicos do que ocorreu para se chegar a uma conclusão mais abalizada. O TSE precisa ser totalmente transparente e divulgar um relatório técnico sobre o incidente, como recomendam as boas práticas de segurança cibernética”, afirmou Tavares.

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