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Bolsonaro ignora dados e diz que Amazônia não pega fogo e nem é desmatada

Mesmo após alta no desmatamento da Amazônia este ano em relação ao anterior, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (11) que o Brasil é criticado de maneira injusta por outros países do mundo que possuem interesse na região.

Segundo o presidente, “não há nenhum foco de incêndio, nem um quarto de hectare desmatado” na floresta. “É uma mentira essa história de que a Amazônia arde em fogo”, declarou Bolsonaro durante a 2ª Cúpula Presidencial do Pacto de Letícia pela Amazônia, por videoconferência.

Bolsonaro relembrou que, em julho, o Brasil apresentou redução de 28% no desmatamento em relação a 2019, mas não mencionou que os números totais indicam avanço de 34% no desmate. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), alvo de críticas do presidente no passado.

“Sabemos o quanto somos criticados de maneira injusta por muitos países do mundo. Nós, com perseverança, com determinação e com verdade, devemos insistir. Essa região é muito rica, é praticamente o que sobrou do mundo no tocante a questão ambiental e riquezas naturais. Vamos resistir”, disse Bolsonaro aos outros presidentes dos países amazônicos. A frase foi traduzida simultaneamente.

“Nosso empenho é grande, é enorme no combate aos focos de incêndio e ao desmatamento. Podem ver, em julho deste ano, levando-se em conta julho do ano passado, nós registramos uma diminuição de 28% de desmatamento ou queimadas na região. Mas, mesmo assim, ainda seguimos sendo criticados. Afinal, o Brasil é uma potência no agronegócio”, afirmou o presidente brasileiro.

Segundo Bolsonaro, a floresta amazônica permanece “intacta”, o que provaria que os países amazônicos são “perfeitamente capazes de cuidar desse patrimônio”. Ele contou que convidou embaixadores e representantes de outros países que defendem a proteção da Amazônia a sobrevoarem região entre Manaus e Boa Vista para constatar a afirmação. Apesar do aumento nas queimadas na atual gestão, o presidente reforçou que, por ser uma floresta úmida, a Amazônia “não pega fogo”.

“Eles não acharão nenhum foco de incêndio, nem um quarto de hectare desmatado. Que essa floresta é preservada por si só. Até mesmo pela sua pujança, bem como por ser floresta úmida, como em grande parte dos senhores, não pega fogo.”

Ele também falou aos outros chefes de Estado da região que a política do seu governo é de “tolerância zero” contra crimes ambientais. “Nossa política é de tolerância zero, não somente para o crime comum, mas também para a questão ambiental. Combater os ilícitos é essencial para a preservação da nossa Amazônia, mas não é tudo, temos que estimular também na região o desenvolvimento sustentável.”

Dados

Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na semana passada mostram que, entre agosto de 2019 e julho de 2020, houve um aumento de 34,5% nos alertas de desmatamento em relação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, foram 9205 km² desmatados, o equivalente a 1.100.000 campos de futebol. O mês de julho de 2020 registrou 1654 km² desmatados.

Além da área total com alertas de desmatamento entre agosto de 2019 e julho de 2020 ser um recorde, houve um número expressivo de grandes polígonos de alertas de desmatamento, com áreas de 3 mil, 4 mil e até 5 mil hectares derrubadas nos últimos 12 meses.

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