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Bolsonaro age como fascista e cúmplice da tortura, afirma Dilma Rousseff

Atualizada às 11h30

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu as provocações feitas por Jair Bolsonaro (sem partido) e classificou o presidente da República como “fascista”, “sociopata” e “cúmplice da tortura e da morte”. Na manhã dessa segunda-feira (28), o atual chefe do Executivo ironizou a tortura sofrida por Dilma no período em que foi presa, em 1970, durante a ditadura militar. A apoiadores, Bolsonaro cobrou que lhe mostrassem um raio X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula.

“A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela Covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram”, relatou Dilma em nota. “É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista.

A declaração de Bolsonaro despertou uma onda de críticas de lideranças políticas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, ambos adversários de Dilma, além dos ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso saíram em defesa da petista e atacaram Bolsonaro.

Para Dilma, Bolsonaro mostra, “com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador” e “ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte.”

No documento, a ex-presidente avalia que o atual presidente insulta, além dela, outras milhares de vítimas da ditadura militar, torturadas e mortas, assim como aos seus parentes, “muitos dos quais sequer tiveram o direito de enterrar seus entes queridos”, escreve. “Um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro”, conclui.

Reações de solidariedade

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em sua conta pessoal do Twitter, afirmou que “brincar com a tortura dela (Dilma) – ou de qualquer pessoa – é inaceitável”. Lula afirmou que “o Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca”. “Minha solidariedade a presidenta @Dilmabr, mulher detentora de uma coragem que Bolsonaro, um homem sem valor, jamais conhecerá.”

O presidente da Câmara declarou que “Bolsonaro não tem dimensão humana. No Twitter, Maia escreveu: “Tortura é debochar da dor do outro. Falo isso porque sou filho de um ex-exilado e torturado pela ditadura. Minha solidariedade a ex-presidente Dilma. Tenho diferenças com a ex-presidente, mas tenho a dimensão do respeito e da dignidade humana.”

Já Baleia Rossi, candidato à presidência da Câmara, também usou o Twitter para falar sobre o tema: “Não é sobre esquerda, centro ou direita. É sobre a dignidade humana, é disso que se trata. Nossa solidariedade à ex-presidente Dilma Rousseff. Tortura nunca mais.”

O vice-presidente nacional do PDT e ex-ministro, Ciro Gomes, disse que Bolsonaro atacou Dilma por ser “frouxo, corrupto e incapaz”. “Enquanto ela defende suas convicções, ele vende o país ao estrangeiro e, por sua irresponsabilidade, quase 200 mil brasileiros já perderam suas vidas”, comentou.

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