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Bebê morre na barriga da mãe por hospital de RO não ter anestesia

Uma mulher perdeu sua bebê por falta de anestesia no Hospital Regional de São Francisco do Guaporé, em Rondônia, por falta de anestesia para realizar o parto. Os pais e familiares denunciaram o caso nas redes sociais na última semana.

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Na quinta-feira (20), Elizeu De Oliveira Nunes, o pai de Cecília, que foi a óbito no momento do parto, expressou sua indignação com a perda da filha: “Sei que nada vai trazer minha filha volta. Mas registro para toda a sociedade local a falta de respeito de alguns profissionais de Saúde”, escreveu Nunes, que chamou a administração do hospital de irresponsável ao, segundo ele, ter deixado a bebê morrer “por questão de minutos”.

Também pelas redes sociais, Hudyson Nillio, o tio, relatou o episódio com mais detalhes, e disse que sua irmã, Keylyzangela Nillio, havia dado entrada no hospital na noite da terça-feira anterior, com 39 semanas de gestação. Após a internação, os médicos notaram batimentos alterados na bebê. Não havia, no entanto, anestesia no local para fazer o parto – que aconteceu apenas na manhã de quarta-feira. Cecília, a filha, não resistiu à espera e já havia falecido antes de ser retirada da barriga da mãe.

De acordo com Nillio, testemunhas e outros funcionários relararam que há apenas uma profissional anestesista que atende no hospital. Ela foi esperada por horas até chegar ao procedimento do parto.

“Mamãe não deixou de te amar, prometo de amar até o fim, e pra sempre será minha princesa, minha menina, minha boneca”, escreveu nas redes sociais Keylyzangela Nillio, a mãe que perdeu Cecília na hora do parto.

A reportagem solicitou posicionamento à secretaria de saúde de Rondônia, que respondeu em nota:

De acordo com o boletim médico, a paciente K.F.N, de 28 anos, grávida de 39 semanas, chegou no hospital no dia 18/08 às 20:46h, encaminhada por uma Unidade de Pronto Atendimento por apresentar alteração no batimento cardíaco fetal (BCF), que era de 165 batimento por minuto, sem apresentar qualquer outro sintoma: a paciente não sentia dor, não estava com perda de líquido, sem sangramento, e não estava em trabalho de parto.
A mesma foi atendida por um obstetra plantonista, que realizou todo procedimento clínico, e foi realizado monitoramento do BCF de 30 em 30 minutos durante todo plantão noturno.

Na manhã seguinte às 06:30h, o bebê apresentava BCF de 160 bpm. Às 07:30 foi indicado parto cesárea, já iniciando a preparação da paciente. Às 07:35h teve início o procedimento com equipe completa (obstetra, médico auxiliar, anestesista, pediatra, enfermeiro, técnico de enfermagem), com retirada do feto em parada cardiorrespiratória (PCR), iniciando imediatamente o protocolo de massagem e passado ao pediatra presente na sala cirúrgica.

O recém-nascido apresentava liquido amniótico espesso e presença de mecônio.
Foi realizado todo protocolo para a PCR e síndrome de aspiração de mecônio, com desfecho desfavorável infelizmente.

Foi notado pela equipe alterações congênitas no bebê, o que foi informado aos familiares, sendo oferecido todo suporte possível naquele momento difícil e orientado sobre o Serviço de Verificação de Óbito, porém os familiares se mostraram contrários.

Quanto ao serviço de anestesiologia, o HRSFG possui contrato com empresa terceirizada para prestação do referido serviço com 01 (um) profissional contratado para cumprimento de 20 plantões diurnos mensais sendo 12 horas cada plantão.
Foi aberto Processo Seletivo para Contratação de Médico Anestesiologista em Março/2020 para ampliar o quadro de anestesistas do HRSFG mas infelizmente não tivemos nenhum inscrito.

Salientamos que quando a equipe médica de plantão do HRSFG vê a necessidade de realização de procedimento que demanda a presença de anestesista em turno de trabalho no qual não temos esse profissional disponível, o paciente é encaminhado para unidade de referência.

Toda equipe do HRSFG lamenta muito essa perda e se solidariza com os familiares nesse momento de dor.

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