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BUENOS AIRES — Milhares de argentinos foram às ruas neste feriado de 12 de outubro — quando lá se comemora o Dia da Raça, ou Dia do Respeito à Diversidade Cultural — para protestar contra o governo de Alberto Fernández. Sob o lema “por justiça e liberdade”, as manifestações ocorreram em várias cidades argentinas, três dias depois de o governo voltar a impor restrições de circulação em 18 das 24 províncias do país, por causa do aumento de casos da Covi-19.
Pelo Twitter, o ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) deu seu apoio aos protestos, que em Buenos Aires incluiu uma caravana com dezenas de carros cujos ocupantes levavam bandeiras, no chamado “bandeiraço”. “Queridos argentinos: as crescentes mobilizações pacíficas, a coragem e a convicção das pessoas que as acompanham são a demonstração de que, apesar de nossos problemas atuais, temos que ser muito otimistas a respeito do futuro”, escreveu Macri no Twitter.
A marcha de oposição foi replicada em outras cidades, como Mar del Plata (Sul), Corrientes (Oeste), Salta (Norte) e Córdoba (Centro). Em Buenos Aires, além de se concentrar no Obelisco da cêntrica Avenida 9 de Julho, os participantes da caravana foram convocados a dirigir até a residência presidencial em Olivos e à residência na cidade da ex-presidente e atual vice de Fernández Cristina Kirchner.
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“Discordar de um governo faz parte da democracia. Mobilizar-se, mesmo com o risco de uma pandemia, também. Mas promover uma convocatória para um protesto na casa de uma pessoa só incentiva a cisão e prejudica a convivência democrática”, tuitou Fernández, peronista de centro-esquerda.
Vários líderes da governamental Frente de Todos repudiaram a convocação para a caravana até a casa de Cristina, cujo endereço foi divulgado em um jornal matutino.
Embora o quarto “bandeiraço” tenha sido convocado pelas redes sociais, alguns dirigentes da oposição se juntaram ao movimento, como Patricia Bullrich, líder do Pro (Proposta Republicana), partido de direita fundado e liderado por Macri.
Bullrich, que já havia convocado outra marcha de oposição em agosto e duas semanas depois testado positivo para coronavírus, disse que estava protestando “pela economia, saúde, educação e liberdade dos argentinos”.
Em Olivos houve momentos de tensão entre manifestantes e de oposição nesta segunda-feira. Um cordão policial impediu o confronto.
Em meio a uma prolongada quarentena em vigor desde 20 de março e ao apagão da economia, um setor da oposição endureceu suas críticas, alimentando o mal-estar de uma sociedade atingida desde 2018 por uma recessão.
O presidente anunciou na sexta-feira um novo prazo para o confinamento até 25 de outubro, desta vez focado nas províncias, onde se registra o grosso das infecções, enquanto se flexibilizam as medidas em Buenos Aires e sua periferia, onde vivem 15 milhões dos 44 milhões de argentinos do país.
A Argentina tem registrados 894, 2 mil casos de Covid-19, com 23.868 mortes, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
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