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PT e Psol conseguem impedir a volta às aulas presenciais no Rio

Roberto Câmara Lace Brandão, magistrado do Tribunal de Justiça do Rio, barrou a volta às aulas presenciais na cidade do Rio de Janeiro. Os alunos voltariam aos colégios amanhã. Passível de recurso, a medida afeta a rede municipal e privada. No domingo 4, o juiz plantonista atendeu a uma ação assinada por políticos do PT e do Psol. Caso a decisão seja descumprida, a prefeitura pagará R$ 50 mil. “A precipitação da volta às aulas presenciais enseja um aumento desarrazoado da elevação do risco de contágio, tanto no que tange aos alunos e seus familiares, como também no que diz respeito a classe dos professores e demais profissionais envolvidos na atividade de ensino”, argumentou o magistrado, na sentença.

Parlamentares de esquerda comemoraram o entendimento do juiz. “Não fazia sentido algum manter as aulas presenciais se a média móvel ainda não caiu. A ciência é sempre o melhor caminho”, celebrou no Twitter o vereador William Siri (Psol). “O Rio de Janeiro não é uma ilha imune em um mar de covid. Uma decisão para preservar vidas”, acrescentou a deputada estadual Renata Souza (Psol). Assinaram a ação os vereadores Tarcísio Mota, Chico Alencar, Monica Benicio, Paulo Pinheiro e Thais Ferreira (todos do Psol); Tainá de Paula e Reimont (PT); os deputados Flavio Serafini, Eliomar Coelho, Renata Souza e David Miranda (também do Psol) e Waldeck e Enfermeira Rejane (ambos do PT).

Retomada às aulas não acelera o contágio

Pelo menos desde julho de 2020, o mundo sabe que a volta às aulas não compromete a saúde dos alunos nem acelera a transmissão do vírus. Muito menos suscetíveis à covid-19, crianças representam apenas 2% dos casos confirmados da doença e menos de 1% dos óbitos. Além disso, abaixo dos 11 anos, elas transmitem muito pouco e, quando contaminadas, são assintomáticas ou apresentam sintomas leves. O coronavírus é 4,5 vezes menos agressivo que a gripe (influenza) na faixa etária até 14 anos, por exemplo.

Um estudo realizado pela fundação suíça Insights for Education com dados de 191 países e publicado em outubro concluiu que quase todas as nações que estavam sem aulas presenciais na primeira onda da pandemia eram países pobres e que teriam um prejuízo incalculável pelo déficit educacional. A maioria dos que enfrentavam a segunda onda, entretanto, permanecia com as escolas abertas. “Esse é o caso, por exemplo, do Japão, que durante o período do estudo passou por duas ondas de infecção, com o pico da segunda sendo notavelmente mais alto que o primeiro”, mostrou uma reportagem da Gazeta do Povo. “O ápice das contaminações até então havia ocorrido em agosto, durante as rias de verão. Mas o sistema de ensino retornou normalmente às aulas mesmo com os casos ainda bastante altos.”

Leia também: “O fracasso do lockdown”, reportagem publicada na Edição 45 da Revista Oeste

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