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Porque é proibido ser cristão na Coréia do Norte?

Ao contrário do que muitos pensam, a Coréia do Norte já foi um país com grande participação do cristianismo. Sua capital, Pyongyang, já foi conhecida como a Jerusalém do Oriente, por conta do sólido crescimento do cristianismo no século XIX e chegou a ser a cidade com mais cristãos em toda a Coréia. Na ocasião da segunda guerra mundial, os cristãos tiveram grande participação na luta pela independência, já que o país foi subjugado pelo Japão durante aquela grande guerra.

O fundador da Coréia do Norte, Kim ll-Sung, avô do atual ditador Kim Jong-Un, nasceu em um lar cristão e seus pais eram missionários e ativistas cristãos, segundo o historiador russo Andrei Lankov.

Na época do nascimento de Kim ll-Sung, em 1912, o Japão dominava a região e o imperador japonês exigia ser adorado como um deus. Mais tarde, com a expulsão dos japoneses, os soviéticos ocupavam a região norte da então conhecida Coréia, enquanto os Estados Unidos dominavam a região sul do país.  A União Soviética nomeou Kim ll-Sung como um representante local. Um pouco mais tarde, houve uma grande guerra entre as duas partes da Coréia e o exército dos Estados Unidos arruinou a Coréia do Norte. Este fato é ainda muito lembrado pelos norte-coreanos e propagado pelo Governo. Durante a guerra, foram bastante ajudados pela China e essa forte relação com os chineses se mantém até os dias de hoje, assim como a repulsa aos norte-americanos.

Com o abrandamento do conflito entre as duas coréias, que tecnicamente ainda estão em guerra, houve o fortalecimento do poder de Kim ll-Sung, que se tornou líder soberano no país. Assim, se baseando no modelo japonês que conhecia desde a infância, iniciou o culto a sua própria personalidade, que foi se intensificando cada vez mais. Com o tempo, passou a perseguir os cristãos para garantir o próprio poder, já que não se espera que um cristão adore a outro homem.

A Coréia do Norte é um país oficialmente ateu. Além disso, a prática de qualquer religião conflita diretamente com o culto à família Kim. Uma curiosidade: na Coréia de Norte e em alguns outros países asiáticos, o sobrenome geralmente vem primeiro que o nome para que todos saibam a que família se pertence.

Os norte-coreanos tem verdadeira adoração a Kim ll-Sung. Mesmo após sua morte, continua sendo considerado o maior líder da Coréia do Norte e é chamado de Eterno Presidente. O país possui mais de 40.000 estátuas de seu fundador e em todas as casas é obrigatório ter um quadro do ditador Kim ll-Sung e de seu filho, Kim Jong-ll na sala, que assumiu a autoridade máxima do país após sua morte.

Apesar de ser o país que mais persegue cristãos ao redor do mundo, a constituição norte-coreana garante que “o cidadão tem liberdade de crença religiosa”.

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