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PF vai investigar incêndio que matou três pacientes no Hospital de Bonsucesso

Atualizada às 10h15

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as causas que levaram ao incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso na zona norte do Rio, nessa terça-feira (27). Três pessoas morreram, sendo que uma delas, uma mulher de 42 anos, estava em estado grave de Covid-19 e faleceu durante o processo de transferências dos pacientes para o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari. Em nota, a PF informa que já deslocou uma equipe de agentes à unidade para a realização de diligências e perícia criminal.

Um dia após o início do incêndio, bombeiros continuam realizando trabalho de rescaldo. Na manhã desta quarta-feira (28), uma coluna de fumaça ainda podia ser vista saindo do local do incêndio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 40 militares atuam nesta manhã no hospital. Na terça-feira, mais de 120 bombeiros de 13 quartéis atuaram no combate às chamas e no socorro às vítimas.

O prédio que pegou fogo abrigava a enfermaria e o CTI e no momento das chamas era ocupado por 162 pacientes, que precisaram ser transferido, sendo que 66 foram removidos para outros hospitais com o auxílio do Samu. Oito deles faziam tratamento contra a Covid-19 – pelo menos duas das vítimas pertenciam a este grupo e morreram durante a remoção.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Lauro Botto, informou que há indícios que o incêndio tenha começado no almoxarifado do prédio, onde havia um estoque de fraudas. A confirmação, no entanto, deverá vir com o aprofundamento das investigações.

O Hospital de Bonsucesso é considerado o principal dos seis federais do Rio. No início da pandemia, chegou a receber a visita do ex-ministro da Saúde Nelson Teich. A unidade fica em posição estratégica, na Avenida Brasil, o que facilita o atendimento a pacientes de outros municípios, como os da Baixada Fluminense.

Referência em serviços de média e alta complexidade, faz cerca de 15 mil consultas ambulatoriais todo mês, além de 1,3 mil internações, 1,2 mil atendimentos de emergência, 120 mil exames laboratoriais e 5 mil exames de imagem.

Nota do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde confirmou, na noite de terça-feira, a morte da terceira vítima do incêndio do Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro. A pasta não forneceu informações sobre o paciente morto.

“O Ministério da Saúde comunica com profundo pesar a morte do terceiro paciente após o incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso”, informou o Ministério. “A pasta se solidariza com as famílias e não vai medir esforços para garantir a segurança e saúde dos pacientes, profissionais de saúde e funcionários da instituição”, conclui a nota. As duas primeiras vítimas foram mulheres de 42 e 83 anos, ambas internadas com Covid-19.

O Hospital Federal de Bonsucesso tinha vários projetos “aprovados pelo Ministério da Saúde e em andamento para realizar uma série de reformas de urgência”, segundo nota divulgada pela pasta na noite de terça-feira.

“Apesar da unidade de saúde ter vários projetos aprovados pelo Ministério da Saúde – e em andamento – para realizar uma série de reformas de urgência, ainda não é possível afirmar as causas do incêndio”, afirma o Ministério. “Apenas após o trabalho da perícia será possível apontar os fatores que levaram ao ocorrido”, segue a nota.

O Ministério lamentou a morte dos pacientes e afirmou que a prioridade naquele momento era “zelar pela vida das pessoas e controlar a situação”. “Ainda não foram identificadas as causas do incêndio, mas todas as providências estão sendo tomadas nesse sentido. O hospital já tinha um diagnóstico prévio sobre a situação estrutural do complexo hospitalar, inclusive de toda a rede elétrica – o que vai facilitar a apuração dos fatos que levaram ao ocorrido”, afirmou o Ministério da Saúde.

Relatório apontava riscos

Um relatório produzido em abril de 2019 por uma equipe de engenheiros, a pedido do Ministério da Saúde, constatou diversos problemas na estrutura de combate a incêndios do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). Um ano e meio depois, nada foi feito e nessa terça-feira o hospital pegou fogo.

Questionado sobre a falta de providências para sanar o risco de incêndio no hospital, o Ministério da Saúde não se manifestou – limitou-se a lamentar o incêndio e a morte dos pacientes, em nota. Em setembro de 2019, de posse desse relatório a Defensoria Pública da União cobrou providências da direção do HFB para ajustar o hospital às normas de segurança e solicitou ao Corpo de Bombeiros que fizesse uma vistoria na unidade de saúde.

“Depois disso, a Defensoria fez seu papel de reforçar reiteradamente a necessidade de providência urgente aos órgãos competentes”, informou, em nota, a Defensoria. “Sobre as razões de as demandas não terem sido atendidas, não temos como responder. Sugerimos que as perguntas sejam encaminhadas aos responsáveis pela gestão do HFB”.

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