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Pedido de socorro: sindicato dos médicos do Amazonas pede intervenção federal no estado

O presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mario Vianna, defendeu nesta quinta-feira (14) uma intervenção federal na Saúde do estado sob o comando das Forças Armadas.

“Chegamos ao fundo do poço, numa situação de guerra, numa situação em que os combates da Covid pouco podem fazer, porque não têm sequer o armamento que é o oxigênio. A prepotência, a irresponsabilidade e a incompetência levaram a isso. Profissionais estão no limite, esgotados e sofrendo ameaças do próprio governo. Somente uma intervenção federal, com a participação das Forças Armadas, que é quem sabe lidar com situações de guerra”, disse Vianna na entrevista ao site o Antagonista.

Diretor do sindicato, o cirurgião José Francisco dos Santos diz que os profissionais de saúde tornaram-se o principal vetor de transmissão da Covid-19 e os que não foram infectados estão com medo de trabalhar.

“Tentam imputar à nós uma coisa que foge totalmente às nossas atribuições. Estamos numa situação de guerra. Daqui a pouco vamos ter gente morta no meio da rua. Não estamos longe disso. O cérebro humano morre com três minutos sem oxigênio. A nossa situação é essa”, afirmou José Francisco à reportagem.

Só ontem (13) morreram três médicos no estado pela doença.

Ele também diz que as Forças Armadas poderiam amenizar a situação. “Exército e Aeronáutica podem montar hospitais de campanha em poucos dias. A Marinha têm três hospitais em embarcações.”

O presidente do sindicato Mario Vianna afirmou que a falta de equipamentos e insumos na rede pública vem desde antes da pandemia da Covid-19. Ele disse que, em julho de 2019, se reuniu com o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para pedir uma intervenção federal.

“O ministro ficou horrorizado com o que viu, uma situação de guerra. Mas disse que não iria fazer intervenção, porque teria implicações políticas muito graves. Disse que iria enviar comitiva, que nunca foi enviada. Lutamos muito em 2019 e em 2020 veio a pandemia. Toda aquela situação que havíamos denunciado só se agravou, infelizmente. Infelizmente a gestão pública de Saúde aqui pouco nos ouviu”, disse Vianna.

Um documento foi elaborado em março do ano passado com 21 sugestões. Poucas foram atendidas, segundo Vianna, seja pelo governo estadual, de Wilson Lima (PSC), seja pelo ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB). 

Em visita ao estado nesta semana, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello não se reuniu com os médicos.

Questionado se o relaxamento da quarentena contribuiu para o novo surto em Manaus, o diretor José Francisco afirmou que o problema surgiu antes, na campanha eleitoral para a prefeitura de Manaus:

“Houve relaxamento total por parte da população por falta de informações e pulso da secretaria. Acho que temos cepa diferenciada e mutação. Os infectologistas têm que diagnosticar isso”.

Gazeta Brasil

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