Marcel Farrah
O fenômeno de apoio às figuras e ideias autoritárias passou do âmbito da disputa cultural para a as questões explicitamente políticas no último período.
A ascenção da extrema direita é isso: os ultra conservadores saíram do armário.
Trata-se de movimentação política que pegou desprevenida a maioria dos analistas. No final dos governos petistas e até no início de 2018 poucos haviam indicado tal risco. Mas, alguns e algumas exceções existiram.
Estas exceções em geral fizeram análises com pressupostos que não se contentaram com a ideia de que, bastava ampliar as instituições educacionais para que tivéssemos um país mais progressista. Essa ideia, moldou boa parte das políticas educacionais dos governos petistas, como o PROUNI e o PRONATEC. Mas, ampliar o acesso a educação sem perguntar, educação para que (?) ou, educação para quem (?) é uma armadilha.
Hoje vemos nas pesquisas que entre eleitores da extrema direita há muita gente formada, com curso superior. Ou seja, a educação por si só não resolve, o importante é definir a intencionalidade política.
Formar as classes trabalhadoras para reproduzirem o sistema que as oprime não muda a realidade. Formar mulheres para reproduzir o sistema que as oprime não muda a realidade. Formar negros das periferias para reproduzir o sistema que os extermina não muda a realidade.
Portanto, as esquerdas, principalmente quando estão nos governos devem atentar para que educação defendemos. Afinal, a ideia de educação está em permanente disputa, se queremos mais educar temos que diz para que, e para quem.
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