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Do glamour e holofotes ao esquecimento e problemas judiciais; veja a situação dos últimos ex-presidentes da Câmara

Você lembra quem foram os últimos presidentes da Câmara dos Deputados, nas gestões anteriores a Rodrigo Maia? Os parlamentares que ocuparam estes cargos viveram grandes dias de “holofotes” e “glamour”, mas acabaram caindo no esquecimento e enfrentando diversos problemas judiciais, por crimes cometidos durante o mandato. Alguns cumprem até regime fechado.

Cada deputado permanece um biênio à frente da principal cadeira na Câmara. De 2009 até hoje, passaram pelo poder: Michel Temer, Marco Maia, Henrique Alves, Eduardo Cunha e o atual, Rodrigo Maia. Eleito em 2017 e reeleito em 2019, Maia tem mandato até o início de 2021.

MICHEL TEMER (PMDB-SP) – 2009/2010

O ex-presidente Michel Temer foi eleito presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2009/10, com 304 do total de 509 votos. É a terceira vez que Temer ocupa a Presidência da Casa. Ele também esteve no cargo nos períodos de 1997-1999 e 1999-2001.

Apoiado por um bloco de 14 partidos, Michel Temer superou o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), do PP, que ficou em segundo na eleição, com 129 votos. Aldo Rebelo (PCdoB-SP), do bloco PCdoB-PSB-PMN-PRB e Psol, foi o terceiro colocado, com 76 votos. Não houve votos em branco e nulos.

Em 2014, Michel foi convidado para compor a chapa, que acabou eleita, do Partido dos Trabalhadores (PT), junto com a ex-presidente Dilma Rousseff na disputa para as eleições presidenciais. Após o impeachment de Dilma, Temer assumiu a presidência do Brasil.

Em 2019, Temer se tornou o segundo ex-presidente do Brasil a ser preso. O primeiro foi o também ex-presidente, Lula.

A prisão de Michel Temer aconteceu em 21 de março de 2019, em cumprimento de mandado expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, dentro da Operação Descontaminação, desmembramento da Operação Radioatividade, no âmbito da Operação Lava Jato, no estado.

Michel foi preso decorrente de investigações após delação premiada do empresário José Antunes Sobrinho. Segundo a acusação, Temer havia cometido delitos de corrupção ativa e lavagem de dinheiro envolvidos em negações de contratos da Eletronuclear com a empresa Engevix.

MARCO MAIA (PT-RS) – 2011/2012

O ex-deputado Marco Maia foi eleito presidente da Câmara dos Deputados com 375 votos. A eleição se seguiu à posse dos novos deputados.

Candidato do governo e único postulante até a última semana antes do pleito, o petista derrotou o deputado Sandro Mabel (PR-GO), que desafiou seu partido e o Executivo para seguir adiante com sua candidatura. Outros dois deputados postularam ao cargo.

Em 2019, Marco foi acusado pela força-tarefa da Operação Lava Jato de pedir pelo menos R$ 1,5 milhão em propina para atrapalhar o andamento da CPMI da Petrobras. A comissão foi formada em 2014, no início da Lava Jato, com o objetivo de aprofundar as investigações da Polícia Federal.

HENRIQUE EDUARDO ALVES (PMDB-RN) – 2013/2014

Henrique Eduardo Alves foi eleito com 271 votos para presidente da Câmara. Na ocasião, Alves era favorito na disputa e teve o apoio do PT e do governo.

Henrique Alves disputou a presidência da Câmara com a colega de partido Rose de Freitas (PMDB-ES), que recebeu 47 votos, e com os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), que teve 165 votos, e Chico Alencar (PSOL-RJ), que obteve 11 votos.

Em 2017, o ex-ministro do Turismo e ex-parlamentar foi preso em um desdobramento da operação Lava Jato que investigava corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. No ano de 2018 foi condenado a mais 8 anos, após investigações de corrupção na Caixa Econômica Federal.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – 2015/2016

O ex-deputado federal Eduardo Cunha foi eleito presidente da Câmara com 267 votos recebidos. Na votação, Cunha derrotou outros três candidatos, incluindo o representante governista, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que recebeu 136 votos. O candidato do PSB, Júlio Delgado (MG), ficou em terceiro lugar, com 100 votos, e o do PSOL, Chico Alencar (RJ), em quarto, com oito votos. Dois deputados votaram em branco.

Um dos principais nomes citados durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Cunha foi um exemplo claro que a saída da presidência da Câmara joga o parlamentar do luxo ao lixo.

Em março de 2017, Cunha foi condenado na 1ª instância a 15 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

O processo apurou o recebimento de propina pelo ex-deputado, por um contrato de exploração de Petróleo em Benin, na África, e o uso contas no exterior para lavar o dinheiro.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) diminuiu a pena de Cunha para 14 anos e 6 meses, em novembro de 2017.

Em abril de 2019, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade, anular a pena de lavagem de dinheiro imposta ao ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Já este ano, o ex-deputado e ex-presidente da Câmara foi condenado a 15 anos e 11 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro na Lava Jato no Paraná. É a 2ª condenação dele neste âmbito.

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