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Brasil sobe seis posições e fica em 51º lugar em ranking global de competitividade digital

O Brasil ficou na 51ª posição no ranking global de competitividade digital, um avanço de seis posições na comparação com o ano passado. É a melhor posição do país desde a criação do estudo, em 2017. O levantamento considera 63 países e analisa como as economias empregaram tecnologias digitais. O estudo é feito pelo Núcleo de Competitividade Global do IMD, escola de negócios da Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral, e contou com o apoio do Movimento Brasil Digital.

O estudo analisa cada país em três pilares: conhecimento (know-how necessário para descobrir, compreender e construir novas tecnologias), tecnologia (as condições gerais que possibilitam o desenvolvimento de tecnologias digitais) e prontidão para o futuro (o nível de preparo para explorar as transformações digitais). O Brasil avançou no primeiro deles, mas se manteve praticamente estável nos outros dois.

Classificação do Brasil nos três fatores avaliados pelo Índice de Competitividade Mundial 2020 (Foto: IMD World Digital Competitiveness Ranking 2020)

“Quando a gente olha o conjunto das variáveis, observamos que o avanço do Brasil esse ano é fruto principalmente do pilar de conhecimento”, diz Carlos Arruda, Coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral. Nesse recorte, o país saiu da posição 59 em 2019 para 57. Considerando apenas a produtividade da pesquisa e desenvolvimento, o Brasil fica na 9ª posição do ranking. Para ele, essa é uma mensagem de que o pesquisador brasileiro consegue “transformar dinheiro em conhecimento”. Outro componente em que o Brasil se colocou bem foi a participação das mulheres nas pesquisas científicas. O país ficou na 8ª posição nesse item – a melhor colocação do Brasil no ranking.

O gargalo começa na hora de aplicar esse conhecimento. A pesquisa mostra que, de acordo com os empresários, falta mão de obra qualificada para colocar em prática a transformação digital nas empresas. Entre os 63 países, o Brasil fica na 60ª posição nesse quesito.

No entanto, há pouco esforço para treinar essa mão de obra. A questão começa nas universidades. O porcentual de alunos em áreas de STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) no Brasil é de apenas 17% – o que coloca o país na 55ª posição do relatório. Além disso, Carlos Arruda diz que é preciso avaliar a qualidade das universidades brasileiras.

O empresariado admite que o treinamento profissional não é uma prioridade nas empresas – o país ficou em 59º lugar nesse quesito. Esse, inclusive, poderá ser um problema para a economia brasileira no futuro: o excedente de pessoas não qualificadas e escassez de talentos para a transformação digital.

No quesito empreendedorismo, o Brasil avançou da 55 ª posição no ano passado para a 49ª neste ano. A atração de capital foi um dos fatores que aumentou.

Avançar no ranking geral, entretanto, é tarefa difícil. Há quesitos em que se pode fazer mudanças com resultados mais rápidos, como facilitar a abertura de empresas e a operação dos negócios. Carlos Arruda também acredita em um avanço rápido na infraestrutura – “o brasileiro é muito orientado para a tecnologia, está na 18ª posição nesse aspecto, o que torna o Brasil um mercado eficiente para a atração de investimentos em 5G ou na ampliação da cobertura de internet”, diz ele. Mas o fator em que o Brasil está mais defasado é exatamente o mais lento a dar resultados: a educação. Ter resultados expressivos nessa área leva anos.

Impacto da pandemia

“O Brasil avançou marginalmente mais do que outros países nesse período”, diz Carlos Arruda. Um dos indicadores avaliados é a agilidade nos negócios. Nesse item, o Brasil saiu da posição 58 em 2019 para 41 este ano. “Falou-se muito que a pandemia acelerou a digitalização, e vimos aqui, de fato, as empresas adorando tecnologia, mudando modelos de gestão, sendo mais ágeis, e assumindo mais risco”, afirma o professor, lembrando que os dados foram coletados no início do ano, até maio, e por isso consideram o início das mudanças causadas pela covid-19.

Ranking global

O país mais bem colocado no ranking é os Estados Unidos, seguidos por Cingapura – ambos na mesma posição na comparação com o ano passado. A terceira posição ficou com a Dinamarca, que ultrapassou a Suécia (4º) este ano. Confira a seguir a tabela com o ranking global:

Classificação geral do Índice de Competitividade Mundial 2020 (Foto: IMD World Digital Competitiveness Ranking 2020)

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