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Bolsonaro diz que não pode investir 100% no Aliança pelo Brasil e fala em se reconciliar com PSL – O Globo

BRASÍLIA — Questionado nesta quinta-feira em transmissão ao vivo na internet sobre o processo de criação do Aliança pelo Brasil, partido em formação desde o ano passado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não pode investir 100% na legenda, disse ter recebido convites de outras três siglas, uma delas o PTB de Roberto Jefferson, e não descartou se “reconciliar” com o PSL, do qual se desfiliou em novembro passado.

— É difícil formar um partido, não é impossível, mas é difícil. Uma burocracia enorme. A pandemia atrasou. Passa na ponta da linha pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e a gente sabe como é o comportamento de alguns ministros no tocante a novos partidos. Então, eu não posso investir 100% no Aliança, em que pese o esforço de muita gente pelo Brasil […] Eu tenho que olhar outros partidos. E tenho recebido convites — comentou Bolsonaro na live que realiza semanalmente.

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O presidente disse que foi convidado por três partidos “para conversar” e contou que o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, lhe fez o convite ao vivo. Ele acrescentou que há mais dois partidos, com cujos dirigentes também já conversou, mas não revelou quais. E revelou a “quarta hipótese”, o PSL.

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— Alguns sinalizaram – é sinalização apenas – uma reconciliação. A gente bota as condições na mesa de reconciliar e eles botam de lá para cá também. Agora, eu não posso é jogar as fichas apenas no Aliança, que eu esperava que ia ficar pronto esse ano, acho que vai ser difícil, mas não vamos e não pretendemos desistir dessa ideia. Mas há possibilidade. E vou conversar com o pessoal do PSL, que apesar de eu ter saído, ali tem uns 43, 44 parlamentares que conversam comigo. Tem uns oito ali que não dá para conversar tendo em vista o nível para onde conduziu a política, entrando na questão pessoal, atacam pessoalmente […] Mas a gente está conversando com o PSL também — declarou.

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Bolsonaro afirmou em seguida que, se houver a oportunidade de reconciliação, “tem que mostrar para quem está acreditando na gente o porquê da volta”.

— Vai falar na ponta da linha: “tá me traindo, trabalhei, arranjei mil, duas mil assinaturas, 200, e agora o cara voltou pra lá”. Eu falo: se voltar pra lá, tem que ter a justificativa, se for pra outro partido que tem nos convidado, tem que dizer o porquê está indo pra lá e botar condições. A gente pretende… Não vai dar para ser um partido nota 10, não dá. Mas também não pode ser um partido nota 3, 4. Tem que ser um partido nota 8, 9. É isso que a gente pretende fazer.

O presidente concluiu dizendo que “não é fácil mexer com política” e tratar de questões partidárias onde os interesses são os mais variados possíveis, além de administrar o Brasil. Mas lembrou que entrou nesta seara porque quis e brigou por isso.

Conversas com Temer

Ao comentar que esteve na quarta-feira em São Paulo, no evento da partida da comitiva brasileira em missão especial ao Líbano, Bolsonaro comentou que convidou o ex-presidente Michel Temer (MDB) para chefiar a delegação por sugestão do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que também está em Beirute. Ele justificou a escolha de Temer pelo fato de ele ser filho de libaneses e um ex-presidente da República e disse que se sente bem em conversar com o emedebista.

— De vez em quando eu converso com ele. Eu tenho que trocar uma ideia de vez em quando com algumas pessoas, até para ver como é que se livra de algum problema, como se resolve alguma coisa. Me sinto muito bem em conversar com ele, e ele também se sente muito bem em conversar comigo — disse Bolsonaro, acrescentando que uma hora antes recebeu ligação de Temer para falar sobre o sucesso da viagem.  

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