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Abras nega abuso nos preços e sugere consumo de massas em substituição ao arroz – Valor Econômico

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, comemorou nesta quarta-feira a possibilidade de suspensão da Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de arroz de fora do Mercosul, negou que o setor esteja formando um cartel para forçar a alta dos preços dos produtos básicos e afirmou que o segmento não vai sair “como vilão” no episódio que marca a alta dos preços dos alimentos.

Ele falou com jornalistas no Palácio do Planalto, ao sair de um encontro com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Sanzovo afirmou que Bolsonaro “orientou” a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para que a TEC do arroz fosse suspensa. E afirmou que a importação extra prevista com a medida “vai ajudar a regular o preço”.

“O presidente orientou a ministra para que tirasse a tarifa de importação sobre o arroz, que é o produto mais grave no momento, porque teve queda de safra, teve exportação muito alta e teve aumento de consumo interno”, disse. “Essa tirada de tarifa de importação autorizou 400 mil toneladas desse produto que vão ser importadas até dezembro. E vai ajudar a regular o preço.”

Ele disse que os supermercados farão uma promoção para estimular o consumidor a substituir o arroz pelo macarrão e para que não estoque o cereal, a fim de amenizar a alta dos preços enquanto o produto a ser importado não chega.

Sanzovo foi pego de surpresa pela notificação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), noticiada enquanto ele se reunia com Bolsonaro, para que expliquem a alta dos preços dos produtos básicos. O órgão deu prazo de cinco dias para que supermercados explicassem a alta dos preços. O dirigente foi informado pelos jornalistas que o entrevistavam.

Sobre a intimação, disse que pretende “mostrar a realidade” do mercado.

“Nós vamos mostrar a realidade, nós temos todos os relatórios. As associações dos próprios produtores também têm informando o que oscilou em cada produto”, disse. “A Senacom tem órgãos de pesquisa e eles sabem o que está ocorrendo. Nós vamos explicar. E também espero que os outros setores da cadeia, desde o lado da roça até os supermercados, também expliquem.”

Segundo ele, o que gerou o problema foi “a lei de mercado”.

“Nós não vamos ser vilões de uma coisa que nós não somos responsáveis. Muito pelo contrário. Por isso que a gente avisa a Senacom, a imprensa, o governo dessas coisas que estão acontecendo, essa situação que têm sido muito raras”, afirmou.

Sobre o “patriotismo” pedido por Bolsonaro, para que reduzissem suas margens de lucro sobre os produtos essenciais, ele afirmou que os supermercados já o fazem ao trabalhar com uma margem de lucro nula ou mínima para os produtos essenciais. E negou que os supermercados estejam cobrando preços abusivos.

“Isso nunca aconteceu e nunca vai acontecer. Vocês esqueceram que nós temos uma concorrência. Nós não temos um cartel, ninguém combina preço de nada. É concorrência pura”, afirmou.

Segundo ele, Bolsonaro “está preocupado com a situação”. “Por isso, está orientando, por isso a presença do ministro Guedes, e já falou com a ministra da Agricultura, para que o governo possa fazer o papel dele como regulador na importação e exportação de produtos”, afirmou. “[O govenro] está fazendo o papel dele, e nós vamos continuar fazendo o nosso.”

1 de 1 — Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

— Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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