A Bíblia fala de muitas alianças, especialmente das alianças que Deus fez com a humanidade. No casamento essas alianças significam um compromisso voluntário, consciente e responsável estabelecido entre duas pessoas que se amam.
O casamento é um trabalho árduo, 168 horas por semana, 30 dias por mês, 365 dias por ano, “até que a morte os separe”.
Não existem dias de folga, férias, nem licença médica. Quando digo trabalho árduo, quero dizer que o casamento exige que prestemos atenção nos detalhes da relação conjugal, que aprendamos a servir o nosso cônjuge sacrificialmente e que nos dediquemos àqueles elementos que edificam, que fortalecem e que melhoram o casamento.
Salomão, Rei de Israel e filho de Davi, foi o homem mais sábio de todos os tempos e ele faz uma exposição sobre o amor entre um marido e sua esposa em Cantares, capitulo 8, versículos 6 e 7:
“Grava-me como um selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é tão forte como a morte… Nem mesmo muitas águas não são capazes de extinguir o amor, nem os rios afoga-lo”.
Todo o livro de Cantares escrito por Salomão mostra claramente o casamento como um plano de Deus, e esses versículos colocam o AMOR como pilar central do casamento, o amor que é cumplicidade, intimidade, parceria, fidelidade. Um amor tão grande que o marido tem seu coração selado ao da sua mulher, e a mulher tem o coração marcado com o nome do seu amado, e eles dizem: EU SOU DELA, e EU SOU DELE. E nesse momento o casal torna-se um.
Salomão também menciona em seus escritos que “quando alguém olha para a esposa e o marido, vê dois exércitos”.
Por vezes a linguagem militar é usada dentro do casamento de maneira negativa, tipo:
“minha esposa é um sargento em casa” ou “estamos em pé de guerra”
Mas o que aprendemos com Salomão é que a esposa e o marido são como dois exércitos caminhando juntos, defendendo um ao outro, nunca lutando um contra o outro, antes, os dois atacam tudo o que pode ameaçar sua união.
A grandeza e a força do amor são tamanhas, que a Palavra de Deus nos diz que nem a força das correntezas de muitas águas consegue acabar com ele. O AMOR conjugal é a força mais poderosa, irresistível e invencível da experiência humana. E mesmo que forte, o amor é paciente, é benigno, e precisará ser nutrido com palavras e gestos de bondade todos os dias da vida de um casal.
No casamento não pode haver lugar para o individualismo, para o ego ou para o egoísmo, é preciso ter cuidado com atitudes negativas que permeiam o relacionamento sutilmente, sem que o casal perceba, provocando lesões às vezes tão profundas que somente a força do amor poderá cauterizar. Negligência e desatenção geram distanciamento entre o casal, e mesmo os dois estando debaixo do mesmo teto parecerão estar distantes quilômetros um do outro.
Para o casal blindar-se do que é danoso, o amor declarado nos votos precisará, quase que diariamente, ser trago à mente e colocado em prática, pois esse amor vai nutrir e refutar as situações diversas que surgem na vida a dois.
Segundo o Teólogo alemão Moltmann:
“A EXPERIÊNCIA DO SOFRIMENTO É PROPORCIONAL AO AMOR, POIS QUEM AMA NÃO SUPORTA VER O SOFRIMENTO DO OUTRO”.
Não se esqueçam que a palavra AMOR significa o próprio amor de DEUS. É o amor sacrificial, um amor puro que não procura seus próprios interesses, o amor que é entrega, e que é bem mais que emoção, AMOR que é ATITUDE, o AMOR que é amar até as últimas consequências.
O casamento se torna progressivamente mais maravilhoso, mais glorioso, à medida que se vai amoldando ao ideal e o vai alcançando cada vez mais.
Paulo, apóstolo de Jesus, também nos ensina sobre o amor no casamento, ele fala que “deve o marido amar a sua própria mulher, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” (Livro de Efésios, capitulo 5, verso 28)
Pelo casamento, o marido e a esposa tornam-se uma só carne, portanto, o que Paulo expõe é que tudo o que um faz ao outro, faz a si mesmo.
Essa é a grande transformação que o casamento faz. Marido e mulher são um único ser, eles são as melhores metades um do outro. Não existirá mais o individual nem o singular. E eles seguirão numa mesma estrada, cuidando um do outro. O casal precisará opor-se a todo pensamento que desconstrua o que a palavra de Deus ensina sobre um casamento sólido e edificado sobre a rocha, porque dessa forma poderá vir a tempestade ou o vento forte, pois nada e ninguém separará o que o Senhor uniu.
A partir do casamento, os dois juntos serão como dois exércitos – Fortes e Destemidos – irão conquistar muitas coisas: um carro melhor, um lindo apartamento, mestrados, doutorados, carreiras consolidadas, altos salários, filhos e tantas outras coisas que a vida irá oferecer, mas se eles não tiverem AMOR nada disso valerá.
A partir dos votos o casal começa a escrever uma nova história “JUNTOS”, uma história SELADA pelo amor que têm um pelo outro. E precisarão se lembrar, dia após dia, desse amor que sentiram naquele dia, um amor que é paciente, é bondoso, não inveja, não se vangloria, não se orgulha, não maltrata, não se ira facilmente e não guarda rancor.
O amor do casal deve ser um amor bondoso e mutuamente gratificante.
Não se esqueçam: O AMOR TUDO SOFRE, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA E TUDO SUPORTA. O AMOR NUNCA PERECE.
DF
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