O presidente dos EUA, Donald Trump, disse em seu perfil no Twitter neste sábado (19) que considera uma “obrigação, sem demora”, a escolha de um novo juiz para a Suprema Corte dos Estados Unidos. O anúncio vem após a morte da mais antiga juíza e líder da ala liberal, Ruth Bader Ginsburg, na sexta-feira (18), aos 87 anos, por complicações de um câncer no pâncreas.
“Fomos colocados nesta posição de poder e importância para tomar decisões pelas pessoas que nos elegeram com tanto orgulho, a mais importante há muito tempo é considerada a escolha dos juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos. Temos essa obrigação, sem
.@GOP We were put in this position of power and importance to make decisions for the people who so proudly elected us, the most important of which has long been considered to be the selection of United States Supreme Court Justices. We have this obligation, without delay!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 19, 2020
A morte de Ginsburg dá a Trump a chance de expandir sua maioria conservadora na Corte, com uma terceira indicação em um momento de profundas divisões no país, às vésperas das eleições presidenciais em 3 de novembro.
Nos EUA, os 9 juízes da Suprema Corte são nomeados de forma vitalícia, ou seja, ficam no cargo até o fim da vida.
Os juízes da Suprema Corte, os juízes do tribunal de apelações e os juízes dos tribunais distritais são nomeados pelo presidente dos Estados Unidos e confirmados pelo Senado, segundo a Constituição norte-americana.
Segundo a rede de notícias ABC News, citando fontes próximas ao Salão Oval, a lista de possíveis indicados para o assento na Corte inclui pelo menos uma representante mulher.
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Líderes no Senado divergem
O líder dos senadores democratas, Chuck Schumer, já se pronunciou e disse que o assento de Ginsburg não deveria ser ocupado antes das eleições de novembro. Atualmente, sem a juíza, a Corte se mantém com cinco juízes conservadores e três liberais.
Já o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que a Casa vai apoiar a indicação de Trump para a vaga de Ginsburg. Ao ser informado da morte da juíza, Trump disse a jornalistas que lamentava sua morte e que, “concordando ou não”, ela foi uma “mulher maravilhosa que viveu uma vida maravilhosa”.
Segunda mulher a integrar a Suprema Corte
Ginsburg foi nomeada pelo ex-presidente democrata Bill Clinton em 1993 e se tornou a segunda mulher a integrar a Suprema Corte. Após a aposentadoria da juíza Sandra Day O’Connor, em 2006, Ginsburg se manteve como a única mulher na Corte até a indicação de Sonia Sotomayor em 2009 e Elena Kagan em 2010.
Na Suprema Corte, Ginsburg tinha a reputação de ser uma dura questionadora com tendência liberal. Marcada por decisões que enfrentavam a discriminação sexual, ela foi a responsável pela admissão de mulheres, em 1996, no Instituto Militar da Virgínia.
Durante a administração do presidente Barack Obama, alguns liberais insistiram com que Ginsburg renunciasse ao cargo. Isso para que o democrata pudesse nomear seu sucessor, mas ela rejeitou o pedido.