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Três de seis candidatos de Bolsonaro vencem no segundo turno das eleições – Jornal O Globo

BRASÍLIA — Mais discreto e cauteloso no segundo turno das eleições municipais depois de amargar maus resultados no primeiro, o presidente Jair Bolsonaro viu três dos seis candidatos a prefeito que apoiou na reta final da campanha vencerem suas disputas neste domingo. Em toda a eleição, ele conseguiu emplacar a sua indicação em apenas em uma capital, Rio Branco, do Acre, que elegeu Tião Bocalom (PP).

No Rio de Janeiro, domicílio eleitoral de Bolsonaro, o apoio do presidente ao prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) não rendeu frutos. Eduardo Paes (DEM) foi eleito com mais de 64% dos votos válidos. Diante da larga desvantagem do aliado, Bolsonaro se limitou a citá-lo uma vez no segundo turno, em uma transmissão ao vivo na última quinta-feira, e se recusou a ir ao Rio participar de atos de campanha ou gravar uma participação no programa eleição de Crivella.

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Em Fortaleza, Sarto (PDT) foi eleito com 51,69% dos votos, contra 48,31%, do Capitão Wagner (Pros), que também havia sido apoiado pelo presidente no primeiro turno.

A outra derrota ocorreu em Belém, onde Bolsonaro declarou, de forma discreta, apoio ao Delegado Eguchi (Patriota), que perdeu neste domingo para Edmilson Rodrigues (PSOL). “Caso fosse eleitor em Belém/PA, certamente votaria”, respondeu Bolsonaro no Facebook a um eleitor que defendia o nome de Eguchi. “Boa sorte para ele”, complementou. Nos dias seguintes Bolsonaro voltou a defender o voto em Eguchi em comentários na rede social, mas não fez nenhuma manifestação mais explícita.

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No segundo turno, Rodrigues teve 51,76% dos votos válidos, contra 48,24% de Eguchi. A margem foi bem mais apertada que a do primeiro turno, quando o candidato do PSOL teve 11 pontos percentuais a mais que o do Patriota.

Na semana passada, a última da campanha, Bolsonaro resolveu gravar vídeos a pedido de aliados em Brasília para três candidatos que venceram neste domingo. Ao lado do senador Márcio Bittar (MDB-AC), ele declarou apoio a Tião Bocalom (PP), em Rio Branco, que quase venceu a disputa no primeiro turno, com 49,58% dos votos válidos. Ele disputou o pleito contra Socorro Neri (PSB).

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— Olá, prezado Bocarom. Estou com Bittar do meu lado. Nesse segundo turno, estamos juntos. Boa sorte — disse o presidente na gravação.

Em outro apoio de última hora, Bolsonaro gravou na quinta-feira um vídeo ao lado do deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO) em apoio a Roberto Naves (PP), eleito prefeito em Anápolis (GO) com 61,28% dos votos válidos. O presidente justificou suas recomendação citando o “partido que está do outro lado”, em referência ao candidato do PT, Antônio Gomide. No primeiro turno, a situação também já estava praticamente definida: Naves teve 46,64% e Gomide, 28,87%.

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Discurso semelhante foi utilizado no vídeo em apoio a Capitão Nelson (Avante), que disputa a prefeitura de São Gonçalo com Dimas Gadelha (PT).  O presidente disse que o “outro lado”, o PT, “dispensa comentários”. Capitão Nelson venceu com 50,79% dos votos, contra 49,21% de Dimas Gadelha.

— Eu estou com o Capitão Nelson. Peço a todos aqueles que possam nos acompanhar nesse jornada, elegendo Capitão Nelson para a prefeitura de São Gonçalo. O outro lado, vocês sabem, é o PT. Dispensa comentários.

Primeiro turno

No primeiro turno, Bolsonaro apoiou 13 candidatos a prefeito e só dois deles saíram das urnas vitoriosos no último dia 15, em cidades de médio porte: Mão Santa (DEM, em Parnaíba (PI), e Gustavo Nunes (PSL), em Ipatinga (MG).

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Outros dois — Crivella, no Rio, e Capitão Wagner, em Fortaleza, foram ao segundo turno em segundo lugar e perderam neste domingo.

Dentre as derrotas, três foram em capitais. Em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) despencou nas pesquisas após receber o apoio de Bolsonaro e acabou em quarto lugar. Já em Manaus, o aliado Coronel Menezes (Patriota) ficou na quinta colocação, com 11,3% dos votos válidos. Em Belo Horizonte, Bruno Engler (PRTB) ficou em segundo, mas viu o prefeito Alexandre Kalil (PSD) se reeleger com votação expressiva, mais de 63%.

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Nem mesmo as indicações de Bolsonaro para Câmaras de Vereadores tiveram bons índices de sucesso. Dos 44 candidatos apoiados pelo presidente, apenas dez foram eleitos. E, além disso, a votação do filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador reeleito no Rio, foi inferior à de 2016 e também contou como revés.

Na única eleição para o Senado, em pleito suplementar no Mato Grosso, a candidata Coronel Fernanda (Patriota) foi derrotada e ficou em segundo lugar apesar dos apelos de Bolsonaro em seu favor.

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