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Servir aos outros nos torna não apenas melhores, mas também mais fortes

Essa crise mundial pode nos dar a oportunidade de recuperar nossa humanidade e sair mais forte, mais unidos e mais solidários do que nunca.

Erika Otero Romero

Algo visto com maus olhos pela cultura oriental é o egoísmo e o individualismo do Ocidente. Por exemplo, enquanto os japoneses cuidam para que seu comportamento e atitudes não perturbem os vizinhos, nós, que vivemos no continente americano, não levamos esse fator em consideração. O que importa é se “eu estou bem”, o resto não interessa.

Uma vida em que “eu só me importo comigo” pode não ser prejudicial para nós, se olharmos superficialmente. No entanto, quando passamos por momentos complicados que envolvem muitas pessoas, é importante deixar de pensar em uma e começar a pensar no vizinho. E, de fato, é isso que está acontecendo.

O fato de estar em isolamento, em si, implica um sacrifício que, a longo prazo, beneficiará a todos nós. Algumas medidas que o acompanham podem – e são – muito irritantes, mas são para o bem de todos; isso, por si só, não deveria gerar desconforto.

Agora, veja o papel dos profissionais da área da saúde no mundo todo. Eles estão literalmente sacrificando suas vidas para servir aos doentes.

Isso tudo não teria efeito positivo se apenas uma pessoa se sacrificasse. Portanto, é necessário o trabalho de muitos, profissionais de saúde e cidadãos, para salvar a vida de todos.

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O que estamos vivendo na Colômbia

Falo do meu país por ser o lugar onde moro. Além disso, sei, em primeira mão, como as coisas estão indo aqui.

A Colômbia, como muitos outros no mundo, é um país em desenvolvimento. Ser um país em desenvolvimento implica existir muitas coisas boas e ruins a nível socioeconômico. Talvez seja por isso que a quarentena obrigatória esteja medindo a generosidade das pessoas.

O isolamento para evitar o contágio implica no fechamento de muitas empresas até o governo suspender essa medida. Assim, muitas pessoas que dependem do trabalho diário para sobreviver (incluindo vendedores ambulantes) estão passando por situações realmente angustiantes.

Não poder sair para trabalhar significa que muitas famílias não comem adequadamente e não conseguem pagar suas contas. Sejamos sinceros: nenhuma pessoa que não esteja acostumada a viver na rua pode suportar uma crise dessas, muito menos ver seus filhos passarem fome.

Pode ser uma obrigação do nosso governo apoiá-las e sustentá-las neste momento, mas ninguém os obriga; então a responsabilidade de ajudar está nas mãos do cidadão comum.

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Para conseguir isso, na Colômbia, muitas empresas nacionais e internacionais estão dando sua contribuição. Além disso, muitos famosos (jogadores de futebol, estilistas etc.) usam grande parte da sua renda para comprar suprimentos médicos e itens de supermercado. Eles doam tudo para aqueles que mais precisam. Mesmo assim, essa ajuda não é suficiente, o que obriga aqueles entre nós que têm um pouco mais a doar (o que puderem) àqueles que não têm o suficiente.

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Nada é mais triste do que poder fazer algo, mas não fazer

Você já sentiu arrependimento por não ter ajudado alguém em necessidade? Eu já. Na verdade, é um sentimento que ainda persiste.

Certa vez, já faz algum tempo, eu estava andando apressadamente por uma rua no centro da cidade onde moro. Eu tinha algumas coisas para resolver e só tinha tempo para isso. Estava atravessando uma rua quando vi muitas pessoas reunidas, comprando pastéis de forno de aveia em promoção. O triste foi ver que, bem perto deles, havia um senhor em situação de rua olhando-os comer.

Era evidente que ele estava com fome, mas ninguém lhe oferecia algo que poderia ter sido sua primeira refeição do dia. O mais triste é que eu poderia ter sido a pessoa que lhe desse comida e, por não parar por alguns minutos, não o fiz. É algo de que me arrependo até hoje.

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Ajudar e servir aos outros é algo que minha mãe me ensinou desde muito cedo. É por isso que fico me recriminando por minha atitude naquele dia. É verdade, às vezes está fora do meu alcance poder ajudar alguém; não sou rica, mas tento fazer o melhor possível para as pessoas ao meu redor com o que tenho, faço-o porque “somos todos irmãos”.

Qual é o sentido da sua vida?

Pense por um momento no significado da sua vida. Então imagine o que seria de você se estivesse sozinho neste mundo. Pense em você como o protagonista do filme de Will Smith “Eu Sou a Lenda”, um personagem que anda pelas ruas solitárias de uma grande cidade na companhia unicamente de seu cão pastor alemão. O homem que quase enlouquece e conversa com os manequins que pôs em lugares que frequenta, apenas para não se sentir sozinho. Além disso, ele transmite repetidamente uma gravação onde indica sua localização e oferece ajuda.

Quando perde seu cachorro, ele sente que perdeu tudo o que o mantinha lúcido e ameaçava sua vida. Felizmente, sua gravação é ouvida por alguém e o salva da morte. É quando, então, sua vida passa a ter um sentido: o de ajudar as pessoas sobreviventes.

Os seres humanos são sociais por natureza; uns dependem dos outros para ter casas decentes, conseguir alimento e ter saúde. Pode ser, a princípio, que demos uns aos outros o suficiente para atender às nossas necessidades, mas isso não vai durar para sempre. É quando o ato de servir aos outros e sermos servidos por eles mostra que não somos nada sozinhos e que juntos somos mais fortes.

Deixo-lhe um convite: ajude todos que conseguir ajudar, permita-se ser ajudado ou peça ajuda quando achar necessário. Você verá o quanto sua vida mudará para melhor, e será um pouco mais feliz.

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Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Servir a los demás nos hace no solo mejores, sino más fuertes

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