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Secretários pedem em carta que Pazuello inclua vacina do Butantan em cronograma nacional – Valor Econômico

1 de 1 — Foto: Jorge William/Agência O Globo

— Foto: Jorge William/Agência O Globo

Em uma carta ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) pediu que a pasta comandada por ele incorpore ao Programa Nacional de Imunização (PNI) a vacina contra a covid-19 produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

O pedido reflete o temor de uma politização do tema por parte dos secretários, em meio ao antagonismo entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e à rejeição da base mais radical bolsonarista à pejorativamente chamada “vacina chinesa do Doria”. Esse receio também ocorre entre técnicos da pasta ouvidos pelo Valor, que temem que a politização contamine a estratégia do ministério para a vacinação contra o coronavírus.

Na carta, os secretários relatam uma reunião ocorrida ontem em que, “de acordo com as informações prestadas pelo Ministério da Saúde na reunião com o Conass, restou declarado que as estratégias já formalizadas pelo Ministério com a vacina AztraZeneca, e pela iniciativa Covax Facility, não devem disponibilizar a vacina à população brasileira antes de abril de 2021”.

O Conass pondera, em seguida, que na mesma reunião a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que a vacina produzida pelo Instituto Butantan encontra-se finalizando a fase III até o início do mês de novembro.

Ainda segundo o Conass, haverá em dezembro “a disponibilidade imediata de 46 milhões de doses, com mais 14 milhões de doses até fevereiro e, em 2021, mais 40 milhões até junho, totalizando possíveis 100 milhões de doses”.

“Desta feita, o Conass, cordialmente, solicita ao Ministério da Saúde a adoção das medidas necessárias e imediatas para incorporação ao PNI das vacinas para covid-19 produzidas pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa farmacêutica Sinovac Life Science, assim como a de quaisquer outras vacinas produzidas e testadas por outras indústrias, que possuam condições de eficácia, segurança e produção disponível para iniciar a vacinação da população brasileira no mês de janeiro de 2021, ou no menor espaço temporal possível” diz a carta.

No documento, os secretários afirmam ainda que “o enfrentamento assertivo à pandemia de covid-19, que já evoluiu com mais de 150 mil óbitos no Brasil, exige a máxima pressa e celeridade na aquisição e disponibilização de vacinas à nação”.

“Com efeito, o momento exige que o Ministério da Saúde comande a unidade nacional em torno da disponibilização célere, segura e oportuna das vacinas já disponíveis, em especial as produzidas pelas iniciativas subnacionais”, diz o Conass.

O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou. Uma fonte próxima ao ministro Eduardo Pazuello disse ao Valor, no entanto, que a escolha será feita com base em critérios técnicos, que não haverá discriminação contra e que qualquer vacina que esteja comprovadamente funcionando será adquirida pelo SUS.

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