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Rio tem plano B para vacinar grupo prioritário contra Covid-19 e fará evento no Cristo; veja como será a fila para imunização – Jornal O Globo

RIO — Apesar de a União ainda não ter divulgado o Plano Nacional de Imunização, o governo do estado e a prefeitura do Rio já se organizam para começar a vacinar a população — ou, pelo menos, uma parte dela — na próxima quarta-feira. Sem saber quantas doses vai receber de Brasília, o Palácio Guanabara iniciou nesta quinta-feira a distribuição de oito milhões de seringas e agulhas para os municípios e montou um plano B com uma lista mais enxuta dos primeiros da fila. A prioridade será dada aos 470 mil idosos que vivem em asilos e pessoas com 80 anos ou mais no estado. A previsão é que a campanha seja lançada num evento no Cristo Redentor.

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O governador em exercício Cláudio Castro adiantou que não pretende priorizar cidade do Rio na distribuição das doses. A ideia dele é que a vacinação comece simultaneamente em todos os municípios, numa postura diferente do Ministério da Saúde, que na quarta-feira informara que a campanha seria iniciada nas capitais.

— Eu não vou dar para a capital primeiro. Todas as aeronaves do estado estão à disposição para que cada uma das 92 cidades receba proporcionalmente a parte que lhes cabe, no dia em que chegar a vacina — disse.

O prefeito Eduardo Paes considerou a atitude de Cláudio Castro natural:

— Ele está certo. Tem que priorizar o estado todo.

Como quarta-feira é Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio, a ideia é fazer um evento no alto do Corcovado, onde será iniciada a vacinação. O primeiro a ser imunizado deve ser um profissional de saúde idoso, que cuide de pacientes com Covid-19. Um servidor do Hospital Pedro II (Santa Cruz), cuja identidade ainda não foi divulgada, é o favorito das autoridades do Rio para se tornar símbolo da campanha.

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O estado ainda espera para saber se o Ministério da Saúde vai determinar que seja priorizada a imunização das equipes de Saúde que atuam da linha de frente de combate à Covid-19, como foi dito nesta quinta pelo ministro Eduardo Pazuello. Caso não haja essa orientação, o governo fez um plano alternativo que deve ser apresentado às secretarias municipais de Saúde em uma reunião marcada para segunda-feira.

A nova lista foi elaborada para escolher grupos ainda mais prioritários. Primeiro, seriam imunizados idosos que vivem em asilos e clínicas de repouso. Em seguida, viriam os idosos com 80 anos ou mais. Numa terceira etapa, estarão as pessoas entre 75 e 79 anos. Depois, os indígenas. Os profissionais da linha de frente da Covid viriam a seguir, e, por fim, os demais trabalhadores da Saúde.

O superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, informou nesta quinta-feira que, assim que as doses chegarem ao Rio — o que pode acontecer no domingo —, elas serão enviadas às cidades. A maioria, 80%, ficará na Região Metropolitana, e o restante irá para o interior. A distribuição, segundo ele, será feita com base no público-alvo de cada município.

— Para definir a quantidade de vacinas por cidade, ainda dependemos do Ministério da Saúde informar quantas doses ficarão de fato no Rio. Preparamos um plano de contingência para vários cenários, inclusive para abrir os postos no fim de semana. Conforme a quantidade de unidades recebidas, estamos preparados para montar postos volantes em parceria com o Corpo de Bombeiros, o Detran e supermercados. Ou, se não for necessário, aplicaremos nas unidades básicas de saúde — disse Chieppe.

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Segunda dose em 30 dias

O superintendente antecipou que, ao ser imunizado, o paciente já vai receber um cartão informando a data que receberá a segunda dose. No caso da vacina da AstraZenica/Oxford, o prazo será de 30 dias. O estado ainda não recebeu orientações sobre qual intervalo entre as doses deve ser seguido no caso da Coronavac/Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. No caso dos mais idosos, equipes de clínicas da família e centros de saúde poderão fazer a aplicação em domicílio.

Chieppe descartou a hipótese de profissionais de Saúde receberem doses da vacina para aplicar em moradores de condomínios, como a capital fez na campanha de vacinação contra a gripe no ano passado. Ele acha que, nesse caso, fica difícil manter o controle de qualidade do imunizante.

O público alvo inicial da campanha, porém, equivale a apenas 7,51% da população fluminense (17,3 milhões de habitantes, segundo projeções do IBGE). E só atende a 24% dos grupos eleitos como prioritários pelo Plano Nacional de Imunizações (5,4 milhões no estado). Desse grupo fazem parte, 2,1 milhões de idosos entre 61 e 70 anos, profissionais da Segurança Pública, agentes penitenciários e presos.

Colaborou Paula Ferreira

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