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Ricardo Salles pede demissão do cargo de ministro do Meio Ambiente – Valor Econômico

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou o cargo nesta quarta-feira, após semanas de rumores de que seria demitido por conta de um escândalo de favorecimento a madeireiros.

No Diário Oficial da União, consta que sua exoneração foi “a pedido”. Salles será substituído por Joaquim Álvaro Pereira Leite, que ocupa o cargo de Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais.

A demissão de Salles ocorre no dia em que a CPI da Covid chegou à porta do Palácio do Planalto, com uma denúncia do deputado Luis Miranda (DEM-DF). Ele ele alegou ter alertado pessoalmente o presidente Bolsonaro sobre pressões sobre seu irmão, funcionário do Ministério da Saúde, para comprar a vacina indiana Covaxin a preços superfaturados.

Salles é investigado por suspeita de corrupção em favor de madeireiros em um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e sua saída do governo era tida como certa por colegas de Esplanada.

Um dos inquéritos, autorizado pela ministra Cármen Lúcia, apura a suposta tentativa de Ricardo Salles de prejudicar uma investigação sobre a maior apreensão de madeira ilegal da história.

No outro inquérito, de relatoria do ministro Alexandre de Moraes, Salles é investigado por supostamente ter facilitado a exportação de madeira ilegal aos Estados Unidos e à Europa.

Moraes autorizou uma operação da PF em endereços ligados a Salles após suspeitas de que ele teria realizado operações financeiras irregulares, identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Neste caso, Salles entregou seu celular 19 dias após a operação, e bloqueado – o aparelho teve de ser enviado aos EUA.

O Ministério Público que atua no Tribunal de Contas da União (TCU) também pediu o afastamento do ministro com base em indícios de que Salles teria participado de uma contratação suspeita de helicópteros usados pelo Ibama, com potencial ocorrência dos crimes de improbidade e advocacia administrativa.

Até poucos dias atrás Salles era alvo de manifestações públicas de apoio do presidente Bolsonaro. Esteve com ele, por exemplo, na ‘motociata’ realizada em São Paulo em 12 de junho.

Ele concedeu uma entrevista coletiva na tarde de hoje no Palácio do Planalto para anunciar sua saída, após reunir-se com o presidente Jair Bolsonaro. Ao falar com jornalistas para comunicar sua saída, ele se queixou da “criminalização” de suas políticas.

“Eu vim anunciar que apresentei ao presidente da República e ele já aceitou e foi publicado o meu pedido de exoneração do cargo de ministro de Estado do Meio Ambiente, cargo esse que muito me honrou o convite e eu desempenhei da melhor forma possível ao longo de dois ano e meio”, disse Salles. “Entendo que o Brasil, ao longo deste ano e no ano que vem, na inserção internacional e também na agenda nacional, precisa ter uma união muito forte de interesses e de anseios e de esforços. E para que isso se faça da maneira mais serena possível, eu apresentei ao senhor presidente o meu pedido de exoneração, que foi atendido.”

“Nós experimentamos nos últimos dois anos e meio muitas contestaçõpes sobre medidas que foram tomadas, que foram planejadas. Uma tentativa de dar a essas medidas um caráter de desrespeito à legislação e à Constituição, o que não é absolutamente verdade”, afirmou. O agora ex-ministro, que disse que era preciso aproveitar a atenção dada pela imprensa à covid-19 para “passar a boiada” – o que foi interpretado como desmontar o aparato legal de proteção ao meio mabiente – afirmou que as medidas que ele adotou “são importantes” e “necessárias”.

“Nós sabemos que as diversas medidas são importantes, são necessárias, a sociedade brasileira esperta isso, espera esse respeito ao setor produtivo, à propriedade privada, a todas essas questões que nos últimos anos foram sendo vilipendiada”, afirmou.

Na entrevista, ele não explicou as razões do pedido de demissão. Mas realçou feitos de sua gestão, como programas para tratamento de resíduos urbanos, o Floresta Mais e o Adote um parque.

“Tivemos no âmbito do ministério uma série de outras medidas que são alinahdas com o projeto escolhido pelo Brasil em 2018 com a eleição do presidente Bolsonaro, de forma democrática, e que colocou uma mudança de em relação à orientação que a esquerda vinha fazendo no Brasil nos últimos 20 anos”, afirmou. “A alterância de poder, visões diferentes são muito importantes”, disse.

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Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente posa diante de madeira apreendida — Foto: Foto: Reprodução

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente posa diante de madeira apreendida — Foto: Foto: Reprodução

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