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Quem foi Eusébio de Cesaréia?

Eusébio, bispo de
Cesaréia, nasceu em cerca de 270, faleceu no ano 339 – 340. A data de seu
nascimento só pode ser inferida de sua obra, pois ele narra a perseguição dos
cristãos sob Valeriano (258 – 260) como sendo algo do passado, e os eventos
seguintes como sendo contemporâneos seus.

Não se sabe onde
nasceu, mas passou a maior e mais importante parte de sua vida em Cesaréia, na
época a maior cidade romana da Palestina. Era de família desconhecida, mas
certamente cristã, como indica seu nome. Eusébio nada fala de si mesmo em sua
extensa obra. Foi bispo de Cesaréia de 313 ou 315 em diante. Em 303 começa a
última e maior perseguição aos cristãos, durando até 311. Não se sabe em que
circunstâncias Eusébio atravessou essa tormenta.

Assistiu pessoalmente a martírios em Tiro e na Tebaida (Egito), ele próprio foi preso, mas não executado, tendo sido posteriormente acusado de apostasia. Sua formação teológica foi baseada no estudo da obra de Orígenes. Durante os debates contra o arianismo Eusébio foi um dos principais defensores de uma posição mediadora, que procurava manter unificada a indefinição dogmática dos primeiros pais da Igreja.

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Para a dogmática
posterior ele é suspeito de ser semiariano, o que pode ter sido a causa do
rápido desaparecimento de muitos de seus escritos. Sua obra se constitui de
livros históricos, apologéticos, de exegese bíblica e doutrinária. Escreveu
mais de 120 volumes, a maioria dos quais perdidos, alguns são conhecidos apenas
por traduções. Dos originais restam nada mais do que fragmentos.

Tratou de todos os
temas e personalidades ligados à Igreja, citando extensamente e comentando
cerca de 250 obras de muitos autores que de outra maneira estariam perdidos,
sendo conhecidos apenas através de Eusébio.

Obras.

1 – A “Crônica”.

As duas grandes obras
históricas de Eusébio são a “Crônica” e a “História da Igreja”. A primeira (em
grego, “Pantodape historia”, ou seja, “História Universal”) é dividida em duas
partes. A primeira, (em grego: “Chronographia”, ou seja, “Anuais” ou cronologia),
pretende ser um compêndio de História universal, organizada segundo as diversas
nações, recorrendo às fontes históricas que Eusébio pesquisou arduamente. A
segunda parte, (em grego, “Chronikoi kanones”, ou seja, “Cânones cronológicos”)
tenta estabelecer sincronismos do material histórico em colunas paralelas.

É um dos exemplos
mais antigos do que é frequente, hoje em dia, nas obras de referência, como
enciclopédias, onde os frisos cronológicos se tornaram um instrumento de
trabalho e consulta.

O trabalho original,
no seu todo, está perdido. Pode, porém, ser reconstruído a partir dos excertos
copiados, com incansável diligência, pelos cronologistas da escola Bizantina,
especialmente Jorge Sincelo. As tábuas cronológicas da segunda parte foram
totalmente preservadas numa tradução em latim feita por Jerônimo, e as duas
partes existem ainda numa tradução em armênio, ainda que o seu valor seja
discutível devido às alterações em relação ao original que poderão ter sido
feitas pelos tradutores.

A “Crônica”, tal como
conhecemos, estende-se até ao ano de 325. Foi escrita antes da “História da
Igreja”.

2 – História da
Igreja.

Na sua “História da
Igreja” ou “História Eclesiástica”, Eusébio tentou, de acordo com as suas
próprias palavras (I, i.1), apresentar a história da Igreja desde os apóstolos
(história essa referida nos “Atos dos Apóstolos”) até ao seu próprio tempo,
tendo em conta os seguintes aspectos:

[1] – A sucessão dos
bispos nas Sés principais;

[2] – A história dos
Doutores da Igreja;

[3] – A história das
heresias;

[4] – A história dos
judeus;

[5] – As relações com
os pagãos;

[6] – O martirológio.

Trabalhos históricos
menores.

Antes de compilar a
sua História da Igreja, Eusébio trabalhou no martirológio do período primitivo
e uma biografia de Pânfilo de Cesaréia. O martirológio não foi conservado na
íntegra, embora se tenha preservado quase na totalidade, em partes. Contém:

[1] – Uma epístola da
congregação de Esmirna a respeito do martírio de Policarpo;

[2] – O martírio de
Piónio (Esmirna);

[3] – Os martírios de
Carpo, Papilo e Agatonica;

[4] – O martirológio
das congregações de Vienne e Lyon (atual França);

[5] – O martírio de
Apolônio de Roma.

Da vida de Pânfilo
resta apenas um fragmento. Um trabalho sobre os mártires da palestina foi
composto depois de 311. Um grande número de fragmentos encontra-se disseminados
por vários catálogos de lendas, ainda por compilar. A Vida de Constantino foi compilada após a morte do Imperador e a
eleição do seu filho como um dos augustos (coimperadores romanos), em 337. É
mais um panegírico, repleto de retórica, que uma biografia, mas é de grande
valor histórico pelos documentos que incorpora.

Paz e graça.

Por Pr. Plínio Sousa.

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