Quem é Luis Arce, o virtual presidente da Bolívia que levou o país ao ‘boom’ econômico nos anos 2000 – Valor Econômico

Arce estudou na Universidade de Warwick, na Inglaterra, e foi ministro da Fazenda no governo do ex-presidente Evo Morales entre 2006 e 2017. No cargo, conduziu o país a um dos melhores desempenhos econômicos da região.

A Bolívia teve crescimento de 5% ao ano no período, manteve superávit em conta corrente e acumulou reservas internacionais graças ao aumento das receitas das exportações de gás natural.

Nos últimos anos, no entanto, tanto a exploração quanto as exportações de gás caíram. As vendas de gás da Bolívia para Brasil e Argentina passaram de US$ 5,9 bilhões em 2013 para US$ 2,6 bilhões em 2019 – e devem chegar a US$ 1,8 bilhão neste ano.

Isso levou o país a ter tanto déficit em conta corrente (3,3%) quanto público – que deve ultrapassar 10% do PIB neste ano. As reservas internacionais também vêm caindo – de US$ 13 bilhões em 2015 para US$ 6,2 bilhões em junho, segundo o Banco Central da Bolívia.

Em entrevista ao Valor em julho, Arce afirmou que buscará perdão da dívida por dois anos, quando deixará de pagar principal e juros. “Pediremos o perdão do serviço da dívida externa de 2020 e 2021. Queremos que organismos financeiros e credores perdoem dois anos de pagamento de juros e principal nesses dois anos. Para a Bolívia, isso representaria US$ 800 milhões por ano, US$ 1,6 bilhão no total. Se precisarmos de mais financiamento externo, vamos avaliar mais adiante”, disse ele.