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Pró-democracia, magnata da mídia de Hong Kong é preso sob acusação de fraude

HONG KONG — O fundador do maior jornal pró-democracia de Hong Kong, Jimmy Lai, foi preso preventivamente sob acusações de fraude, pouco mais de três meses após ser detido por suspeitas de violar a draconiana Lei de Segurança Nacional que Pequim impôs ao território. Nesta quinta, a Justiça local negou ao empresário o direito de fiança, alegando que tem risco de fuga e de agir novamente

A nova detenção de Lai, que deverá ficar preso até abril, ocorreu apenas um dia após três proeminentes ativistas — Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam — serem condenados por participarem de protestos contrários ao governo em 2019. Os episódios são mais um golpe contra o movimento pró-democracia, minado pela controversa lei de segurança, que entrou em vigor em junho.

A medida, que torna atos de secessão, subversão e conluio com forças estrangeiras passíveis de prisão perpétua, é vista por muitos críticos como o fim da autonomia judicial, política e administrativa que a cidade tinha de Pequim. Conhecido como “um país, dois sistemas”, o modelo estava em vigor desde 1997, quando os britânicos devolveram Hong Kong à China.

As acusações mais recentes contra Lai não dizem respeito à medida, mas sim por irregularidades na locação da sede de seu conglomerado midiático, o Next Digital. Segundo a promotoria, a empresa teria criado um escritório para o magnata no terreno, que pertence a uma empresa pública da cidade, violando os termos técnicos do contratado.

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Dois executivos da empresa, Royston Chow e Wong Wai, também foram presos, mas soltos sob fiança. Os advogados do magnata já anunciaram que irão recorrer da decisão de manter seu cliente sob custódia, mas o processo deve levar ao menos oito dias. Sem fiança, ficará preso até ao menos abril, quando o processo voltará aos tribunais.

Em 9 de agosto, Lai e oito funcionários de sua empresa já haviam sido presos por suspeitas de “conluio com forças estrangeiras e elementos estrangeiros para pôr em risco a segurança nacional, conspiração para fraude”, mas foram soltos sob fiança. Na ocasião, mais de 200 policiais realizaram operações de busca e apreensão nos escritórios da Next Digital.

Os três homens foram presos na noite de quarta-feira enquanto estavam na delegacia para responder perguntas referentes às acusações de violação da Lei de Segurança Nacional, que ainda não foram a julgamento. Lai já havia sido preso em fevereiro, em relação com sua participação em protestos antigoverno em 2019.

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