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Primeira e Segunda Cartas de Paulo aos Coríntios

1 CORÍNTIOS

Tema
A primeira epístola aos Coríntios foi escrita com o propósito de corrigir desordens que haviam surgido na Igreja de Corinto e para estabelecer aos fiéis um modelo de conduta cristã. Assim sendo, podemos determinar o seu tema da seguinte maneira: a conduta cristã na igreja, no lar e no mundo (M. Pearlman).

Verso Chave
1 Co 11.29

O Escritor
Paulo, o apóstolo. A introdução à carta confirma Paulo como seu autor (1.1). Sua autoria é virtualmente inquestionável.

Histórico
Há clara evidência no livro de 1 Coríntios de que Paulo fundara a igreja. Atos 18.1-17 confirma isto e fornece uma narrativa histórica da fundação da igreja. Ele permaneceu lá por 18 meses. Apolo ficou por algum tempo (Atos 18.24-28).
A igreja em Corinto era predominantemente gentílica e não havia nenhum problema com os judaizantes. No entanto, a igreja, localizada numa cidade que estava entregue à adoração de divindades e filosofias pagãs de todo tipo, rapidamente helenizou-se depois da partida de Apolo.
Paulo tinha-lhes anteriormente escrito, exortando-os a não ligar-se com pessoas imorais (1 Cor. 5.9), mas não há nenhum outro registro desta carta ou do seu conteúdo. Entretanto, é importante percebermos que 1 Coríntios não é a primeira carta que Paulo escrevera à igreja e que havia problemas anteriores.

Data e Lugar
1 Coríntios foi escrito durante os últimos meses de Paulo em Éfeso, durante a terceira viagem missionária. Provavelmente na parte final de 54 d.C. Foi entregue por Timóteo (16.10,11).

Propósito Imediato
Paulo recebera pelo menos dois relatórios falando de contenda, divisão e imoralidade na igreja em Corinto. O primeiro foi um relatório oral da casa de Cloe (1.11) a respeito de contenda dentro da igreja; o segundo foi uma delegação com uma oferta (16.17) e uma carta sobre uma variedade de problemas. Evidência da carta é extraída de várias ‘declarações agora’ em 1 Coríntios; por exemplo, “Agora quanto ao que me escrevestes…” (7.1).
Os assuntos envolvidos eram, para dizer o mínimo, perturbadores: divisões, incesto, fornicação, bebedice, desordem e grave erro doutrinário. 1 Coríntios é o endereçamento de Paulo quanto a assuntos que, ainda, em princípio, estão impregnados na igreja cristã.

Introdução
Corinto tinha uma posição estratégica na ponta da Grécia. Localizada em mares tempestuosos, entre o Oriente e o Ocidente, sua população de mais ou menos 500.000 habitantes era cosmopolitana e variada. Era uma fortaleza natural; a acrópole em Corinto situava-se 630 metros acima do nível do mar. Esta colônia romana, a capital da Acaia (norte da Grécia), estava sob o proconsulado de Gálio (Atos 18.12). Era a terceira maior cidade do império romano, depois de Alexandria e Roma, e muito próspera.
Corinto tinha uma reputação pela corrupção moral; o verbo ‘korinthioniazo’ (corintianizar) significava praticar fornicação. Havia 1.000 prostitutas do templo devotadas à Afrodite, cujo templo foi construído no topo da acrópole e dominava a cidade. Nas proximidades havia um outro templo dedicado a Apolo; além das religiões misteriosas, ‘deuses’ pagãos, incluindo Isis, Osíris, Serapis e Mitras, eram adorados.
Corinto era uma cidade muito rica; assim, havia muito lazer para os ricos. Uma das suas buscas favoritas era a ‘sabedoria’. Adoravam ouvir grandes discursos na praça do mercado e passavam muito tempo debatendo a filosofia mais atual. Uma das filosofias mais comuns era o gnosticismo, o qual ensinava que toda a matéria é maligna e somente o espírito é bom. O pensamento gnóstico estava na raiz de muitos dos problemas na igreja em Corinto.

Esboço

1. PAULO RESPONDE AO RELATÓRIO DE CLOE – 1 Co 1.11

1.10-4.21 – Divisão
5.1-13 – Incesto
6.1-11 – Litígios
6.12-20 – Fornicação

A busca da sabedoria permeava a igreja; facções haviam-se formado seguindo a vários líderes ‘sábios’. O apelo à sabedoria ‘carnal’ dentro da igreja fez com que levassem suas disputas à tribunais civis, os quais eram realizados publicamente na praça do mercado. (1.4-21 e 6.1-11).
O pensamento gnóstico levara a problemas de incesto e fornicação. Argumentavam que se o corpo era mal de qualquer modo, não havia nenhuma diferença em satisfazer seus desejos. (5.1-13 e 6.12-20).

2. PAULO RESPONDE A UMA CARTA – 1 Co 7.1

7.1-24 – Comportamento dentro do casamento
7.25-40 – Acerca das virgens
8.1-11.1 – Carne sacrificada a ídolos
11.2-16 – Cobertura na cabeça das mulheres
11.17-34 – Abuso da mesa do Senhor
12.1-14.40 – Acerca dos dons espirituais
15.1-58 – Ressurreição física de todos os crentes

O capítulo 7 é primeiramente sobre casamento e depois sobre atitudes das pessoas solteiras. Escreveram para Paulo dizendo que estava sendo ensinado dentro da igreja que era bom para um homem não ter relacionamentos com uma mulher no casamento. Este ensino criara problemas sérios.
O gnosticismo tinha dois extremos. Um é satisfazer a carne como vimos na parte 1 de 1 Coríntios: isto é libertinagem. No capítulo 7 as esposas foram ao outro extremo; a carne é maligna, assim negue todos os seus desejos. Elas negaram a seus maridos todos os direitos conjugais. Os homens, então, apelaram para as prostitutas do templo. Paulo exorta cada homem a ter relações com sua própria mulher e vice-versa (7.3).
Os capítulos 8.1-11.1 referem-se a questões de consciência com relação à carne sacrificada a ídolos, tendo um parêntese no capítulo 9, defendendo o apostolado de Paulo e seu direito de viver por ele. Concernente à comida sacrificada a ídolos, podemos aplicar os princípios gerais, ensinados por Paulo, à nossa vida cristã.
O assunto da cobertura na cabeça das mulheres também deve ser interpretado em princípio. As mulheres levaram sua igualdade em Cristo ao extremo e deixaram de ser submissas. A cobertura da cabeça na sociedade em Corinto era um sinal de submissão ao marido. Isto nos faz lembrar que enquanto estamos vivendo aqui na terra, vivemos segundo a ordem de Deus.
A mesa do Senhor, 11.17-34, estava sendo abusada: membros mais ricos estavam tendo a preferência, havia bebedice e compravam muita comida, mas não compartilhavam-na com os pobres. A mesa do Senhor era combinada com uma festa de amor. O pensamento gnósticos deles ‘toda matéria é maligna’, levara-os a negar a existência física ou a ressurreição de Cristo; assim, havia pouca probabilidade de reconhecer o corpo do Senhor na eucaristia. Este é o âmago do problema em Corinto.
Os dons espirituais dominam os capítulos 12-14. O verso 12.1, no grego, literalmente diz “agora com relação aos espirituais”, ou “homens espirituais”. Sentiam que falar em línguas era uma sabedoria eclética, que provavam uma espiritualidade superior. O ensino de Paulo acerca dos dons é para variedade e edificação. Não é um tratado acerca dos dons, mas um corretivo e deve ser interpretado como tal.
O capítulo 15 encaixa-se com nossa discussão na segunda parte do capítulo 11. O gnóstico não conseguia crer numa ressurreição física. A resposta de Paulo é, “se Cristo não ressuscitou, vossa fé é inútil, ainda estais em vosso pecado”. Este é o grande capítulo da “ressurreição”, sendo uma leitura empolgante. Por que não lê-lo agora! Perceba os versos 50 em diante. Um dia você receberá um lindo corpo ressurrecto incorruptível. Aleluia!

Conclusão
Embora Paulo fundara a igreja com Silvano (Silas) e Timóteo, tanto Cefas (Pedro) como Apolo se envolveram. Apolo deve ter passado por grandes dificuldades, porque ele recusou-se a voltar (1 Co 16.12). Parece que Timóteo também foi até lá para tentar resolver as coisas; provavelmente foi ele que entregou a carta que chamamos de 1 Coríntios. Tristemente, nem a visita de Timóteo, nem a carta de Paulo, levou a uma mudança no comportamento da igreja em Corinto.

2 CORÍNTIOS

Tema
Discernimento de Paulo como um apóstolo e homem, intitulado por
muitos como ‘Apologia Pro Vita Sua’ de Paulo (defesa de sua vida).
“Mais do que qualquer das demais epístolas de Paulo, 2 Coríntios permite-nos entrever os sentimentos íntimos do Apóstolo sobre si mesmo, sobre seu ministério apostólico e sobre seu relacionamento com as igrejas que fundava e nutria” (Gundry).

Verso Chave
2 Co 4.11

O Escritor
A natureza autobiográfica da carta, suas muitas referências às pessoas e lugares, e sua progressão a partir de 1 Coríntios, levam à conclusão inquestionável de que Paulo é seu autor.
A igreja em Corinto não tinha reagido às repreensões de 1 Coríntio e a situação se deteriorara. Paulo visitou a igreja para consertar as coisas, mas acabou sendo uma visita dolorosa e triste (subentendido a partir de 2 Co 2.1). Havia grande oposição a Paulo.
Paulo escreveu novamente, sua terceira carta a eles (citada em 2 Co 2.3-4). Depois de enviar esta carta obviamente dura, juntamente com Tito, e ansioso em ouvir acerca de situação, Paulo procurou encontrar-se com ele em Trôade, mas Tito não apareceu. Perturbado em espírito, Paulo partiu sozinho para a Macedônia (2.13). Para sua alegria, ele encontrou-se posteriormente com Tito e teve notícias de uma mudança completa em Corinto (7.5-7). Os principais oponentes de Paulo foram disciplinados e boa parte da igreja havia se arrependido. Estes adversários intitularam-se a si mesmos de “apóstolos”. Paulo os chamou de “super apóstolos” (11.5, 12.11).
O resumo seguinte do relacionamento de Paulo com a igreja em Corinto foi extraído de “A Survey of the New Testament”, escrito por Gundry:
– Paulo evangelizou Corinto durante sua segunda viagem.
– Paulo escreveu uma carta perdida para Corinto, na qual ele ordenou uma separação dos cristãos que tinham uma vida imoral.
– Paulo escreveu 1 Coríntios em Éfeso, durante sua terceira viagem para lidar com uma variedade de problemas na igreja.
– Paulo fez uma rápida visita “dolorosa”, partindo de Éfeso para Corinto, e depois retomando, a fim de consertar os problemas em Corinto, mas não conseguiu realizar o seu propósito.
– Paulo enviou uma outra carta perdida, chamada de “carta triste”, na qual ele ordenou que os de Corinto disciplinassem seu principal oponente na igreja (2 Co 2.3-10).
– Paulo deixou Éfeso e ansiosamente aguardou por Tito, primeiro em Trôade, depois na Macedônia.
– Tito finalmente chegou com as boas novas de que a igreja tinha disciplinado o oponente de Paulo, e que boa parte da igreja submetera-se agora à autoridade de Paulo.
– Paulo escreveu 2 Coríntios na Macedônia (ainda na terceira viagem) em resposta ao relatório favorável de Tito.

Data e Lugar
Foi da Macedônia que Paulo escreveu 2 Coríntios, sua quarta carta à igreja em Corinto. A carta foi escrita apenas alguns meses depois de 1 Coríntios, provavelmente no outono de 56 d.C. Tanto 1 como 2 Coríntios foram escritos durante a terceira viagem missionária de Paulo.

Propósito Imediato
O propósito imediato de 2 Coríntios é triplo. Paulo queria expressar sua alegria pela mudança de coração deles, e ao fazer isso, abrir seu próprio coração com relação às provações de se ser um apóstolo. Segundo, com a normalização das relações, Paulo os lembra da oferta para os crentes pobres em Jerusalém. Por fim, Paulo responde algumas das acusações contra si que surgiram durante o conflito, defendendo seu ministério como apóstolo.

Características Principais
Uma característica principal de 2 Coríntios é que trata-se de uma carta intensamente pessoal e autobiográfica. Após a mudança em Corinto, Paulo vê-se disposto a abrir seu coração para eles. Na defesa do seu ministério, ele nos leva à profundidade do seu relacionamento com Deus e às provações intensas do ministério.
Há alguns versos maravilhosos em 2 Coríntios; ao lê-los, procure memorizá-los. Alguns dos meus favoritos são: 2.14; 3.6; 3.17; 1.17-18; 5.17; 6.2; 9.6-7; 10.3-5.

Esboço
1. Introdução, relacionamento de Paulo com a igreja e a defesa do seu ministério
(1.7-7.16)
2. A oferta da igreja para os pobres em Jerusalém (8.1-9.15)
3. Defesa pessoal e conclusão (10.1-13.14)

Tenho certeza de que Paulo vai além do seu contexto imediato para formular uma defesa contra as alegações contrárias ao seu ministério onde quer que ele pregue.
A seção sobre contribuir é também uma ’apologia’ desenvolvida ao logo de um bom tempo e vemos agora sua formulação.
Possivelmente 2 Coríntios carece da importância doutrinária de Romanos, dos assuntos de 1 Coríntios, ou da transcendência de Esios; todavia, permanece um dos grandes livros do Novo Testamento e uma declaração profunda acerca do ministério e vida cristã.
Logo depois de escrever esta carta, Paulo passou três meses na igreja em Corinto, provavelmente acompanhado de Lucas (At 20.1-6).
Depois disso, era hora de retomar à Jerusalém para a Páscoa. Ao ouvir a respeito de um complô contra sua vida, ele foi para o norte via Macedônia, em vez de navegar via Trôade.
Isso marcou o final da terceira viagem missionária de Paulo; ele partiu sabedor de que a captura e aprisionamento o aguardavam em Jerusalém.

Fonte: Apostila do “International Bible Institute of London”, por Peter Rowe, PhD.

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