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Parentes e amigos buscam por desaparecidos e fazem fila na porta do IML de Petrópolis (RJ) – G1

Parentes e amigos buscam por desaparecidos e fazem fila na porta do IML de Petrópolis (RJ)

Parentes e amigos buscam por desaparecidos e fazem fila na porta do IML de Petrópolis (RJ)

Após a tragédia da chuva em Petrópolis, 116 pessoas continuam desaparecidas. Joyce não consegue encontrar a tia.

“A gente acha que ela está soterrada aí. Demos informação para o bombeiro, para ver se procurava ali. Falaram que estão procurando agulha no palheiro”, conta.

O cão farejador buscava por sobreviventes diante de gente que torcia por boas notícias. Cerca de 500 homens do Corpo de Bombeiros trabalham na cidade. O tempo todo, a busca por desaparecidos acontece em vários pontos da cidade. Além dos bombeiros, parentes e amigos se juntam nesse esforço.

Nesta quinta-feira (17), no bairro do Quitandinha, em meio a um gigantesco deslizamento, foi assim: moradores encontraram mais uma vítima que estava há dois dias fora de casa. A montanha de lama e pedras abriu um clarão no morro. Matheus só conseguiu encontrar o corpo do pai soterrado porque teve ajuda de amigos.

“Não tem nenhuma equipe aí para dar uma força para tirar o cara. O filho dele está lá, ó. Está desesperado lá e não tem nenhuma equipe aí”, criticou o pedreiro Breno Hampton.

No alto do Morro da Oficina, há indícios de que pelo menos cinco pessoas da mesma família estejam soterradas. Quem está ajudando nas buscas são moradores, familiares, socorristas que vieram como voluntários e até voluntários de outras regiões do estado do Rio de Janeiro.

“Todo mundo aqui é bombeiro voluntário, socorrista voluntário e morador. Tem a gente, mas tem uma galera precisando de coordenação”, contou um deles.

O Ministério Público tem divulgado nomes e fotos de desaparecidos para ajudar nas buscas. A Polícia Civil também mantém uma lista e tenta aproximar os números da realidade.

“Verificamos que havia uma série de desaparecidos cujo registro não havia sido feito. Porque as famílias se encontravam nos locais de abrigamento, nas escolas municipais. Então, passamos a fazer um trabalho em sentido contrário. Nós passamos a ir em direção às escolas municipais onde as famílias estão abrigadas para confecção do registro de desaparecimento”, afirma a delegada Ellen Souto.

No Instituto Médico Legal de Petrópolis, Adalton espera há 24 horas para se despedir da família. “Perdi minha esposa, minha filha de 7 anos e meu filho de 21. Ele estão aqui, estão aí”, emocionou-se.

Pelo segundo dia, parentes formaram fila na porta para esperar a liberação. O governo do estado disse que montou uma força-tarefa para dar conta da identificação e necropsia dos corpos.

No Cemitério Municipal de Petrópolis, mais marcas do deslizamento; 17 corpos foram enterrados nesta quinta. As lápides estão identificadas apenas com números, mas os parentes não se esquecem de cada um dos nomes.

Como o de Débora Listenberg Rodrigues, de 22 anos, Gustavo, de 5, e Heloíse, de 2. Mãe e filhos estavam juntos em casa quando foram soterrados.

“A Débora é uma pessoa muito batalhadora. As crianças estavam sempre conosco lá brincando, e a gente não acredita que isso está acontecendo”, lamentava o cunhado dela, Gerson da Silva.

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