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O Que Significa a “Seta Que Voa de Dia”?

A “seta que voa de dia” significa literalmente uma flecha lançada por um arqueiro que corta o ar até atingir o seu alvo. Na Bíblia essa expressão é utilizada de forma figurada para falar dos perigos e calamidades que cercam os homens. Nesse sentido o salmista escreve: “Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia” (Salmo 91:5).

O salmista escreve essas palavras num salmo cujo tema principal é o cuidado protetor de Deus com os Seus filhos. Então ele aplica várias expressões metafóricas para se referir aos muitos perigos aos quais os homens estão sujeitos neste mundo. Além da “seta que voa de dia” ele fala do “laço do passarinheiro”, da “peste perniciosa”, do “terror noturno”, da “peste que se propaga nas trevas” e da “mortandade que assola ao meio-dia” (Salmos 91:1-6).

Da mesma forma ele usa uma linguagem figurada para falar do cuidado do Senhor para com o crente que tem comunhão especial com Ele. Então o salmista fala do “esconderijo do Altíssimo”, da “sombra do Onipotente” e compara à proteção do Senhor ao cuidado que uma grande ave tem com seus filhotes ao cobri-los com suas penas e abrigá-los debaixo de suas asas (Salmos 91:1,4).

A seta que voa de dia

A palavra “seta” traduz um termo hebraico que significa “flecha”. Aqui os estudiosos se dividem quanto ao sentido pretendido pelo escritor bíblico ao aplicar essa palavra na frase “seta que voa de dia”.

Alguns acreditam que a o pano de fundo usado pelo salmista é o campo de batalha. Então ele usa esse pano de fundo literal e o aplica de forma figurada para falar dos conflitos da vida dos homens – como as guerras, por exemplo. Como flechas lançadas, esses conflitos podem causar muitos danos. Mas o crente que confia no Senhor não tem o que temer.

Outros acreditam que o salmista usou essa frase “seta que voa de dia” para se referir novamente de forma figurada ao perigo das pestilências que assolam os homens. No antigo Oriente Próximo, por exemplo, alguns povos usavam a figura dessa arma voadora para fazer alusão às pestes. Inclusive, há um versículo bíblico que de forma poética fala das pestilências enviadas por Deus como instrumento do Seu juízo contra os rebeldes, como sendo setas lançadas (Deuteronômio 32:23).

Sem dúvida as flechas causavam grandes danos num campo de batalha. Isso porque, diferentemente de outras armas, ela era disparada de longa distância e era tão veloz que dificilmente alguém conseguia escapar dela. De igual modo são também muitos males e pestilências que sobrevêm aos homens. Tanto as guerras quanto as pestes costumam causar grandes sofrimentos e perdas.

Há ainda a interpretação adotada pelo judaísmo posterior – também presente no Targum – que identifica as personificações poéticas do salmista como sendo demônios. Então alguns intérpretes judeus falam que a “seta que voa de dia” se trata de um demônio que voa como uma flecha; e outros falam que se trata do anjo da morte quando enviado durante o dia. Mas bons exegetas à luz do texto poético do salmo têm concordado que não há razão para adotar tais interpretações.

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Não temerás

Contudo, mais importante do que definir se o salmista tinha em mente a violência da guerra ou a fatalidade da pestilência quando escreveu sobre a seta que voa de dia, é observar que a ênfase aqui é colocada no cuidado providencial do Senhor.

Por isso ele diz: “Não temerás o espanto noturno, nem a seta que voa de dia. Nem da peste que se propaga nas trevas, nem a mortandade que assola ao meio-dia” (Salmo 91:5,6). Além disso, na sequência ele ainda completa: Caim mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido (Salmo 91:7).

Então é fácil perceber que o propósito do salmista é enfatizar que seja qual for o tipo de calamidade que assola os homens, aquele que é protegido pelo Senhor não tem motivos para ter medo. Inclusive, é notável o contraste que ele faz entre as calamidades da noite e as calamidades do dia, significando talvez a fragilidade humana em todos os momentos. Os homens podem ser tomados pelo medo seja durante o dia, seja durante a noite.

Mas aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, ou seja, aquele que se abriga em Deus e deposita nele toda sua confiança, jamais é arruinado pelo medo. Ele sabe que não há males que possam transpassar o escudo do Deus Todo-Poderoso.

Obviamente isso não quer dizer que o crente estará particularmente livre de toda e qualquer calamidade nesta terra. Os servos de Deus piedosos sabem muito bem o que é sofrer, pois entendem que são peregrinos neste mundo e que aqui, de fato, muitas vezes é lugar de aflição.

Mas a promessa de Deus para o Seu povo fiel é que nada que realmente possa lhe causar dano lhe sucederá. Quanto às aflições e dores desta vida, todas essas coisas contribuem para o bem maior do servo de Deus; e se o sofrimento neste mundo for grande, maior será a recompensa de glória na eternidade ao lado de Deus.

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