A resposta do eleitor em outubro à pergunta sobre se a vida dele melhorou é o que decidirá a sorte de um presidente candidato à reeleição. Bolsonaro tem mais é que se preocupar com ela, não só com o golpe que trama em suas poucas horas de trabalho diário.
Bolsonaro vai terminar seu mandato em dezembro como o 1º presidente desde o Plano Real a deixar o salário mínimo valendo menos do que quando entrou. Pelos cálculos da corretora Tullett Prebon do Brasil, a perda será de 1,7%, descontada a inflação.
Nenhum governante, de 1994 para cá, seja no primeiro ou no segundo mandato, entregou um salário mínimo que tivesse perdido poder de compra. Entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022, o piso salarial cairá de 1.213,84 para 1.193,37.
Há duas razões para isso. A primeira: o ajuste fiscal. Aumentos no salário mínimo impactam despesas, como benefícios sociais e gastos com Previdência. A segunda: a inflação em modo acelerado. Há três anos não há reajuste do salário mínimo acima da inflação.
Dirá Lula: se eu fosse presidente, o salário mínimo teria crescido além da inflação. Bolsonaro vai jogar a culpa na pandemia, que ele chamou de gripezinha, nos governadores que a teriam enfrentado de forma errada, e na guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Poupará o presidente russo, Vladimir Putin, a quem visitou em Moscou para prestar solidariedade a poucos dias do início da guerra.