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O depoimento da assessora-fantasma e o autoengano dos bolsonaristas – UOL Notícias

Um depoimento guardado em sigilo até agora veio à luz para expor com clareza meridiana o que desde sempre foi óbvio para quem quer enxergar.

Conforme revelou o jornal “O Globo”, uma ex-assessora de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio confessou ao Ministério Público sua identidade de funcionária fantasma.

Luíza Sousa Paes disse que nunca trabalhou de fato para o ex-deputado estadual e hoje senador.

Que apenas recebia o salário, em torno de 5 mil reais, e devolvia 90% dele para o factótum de Flávio, Fabrício Queiroz.

Que fez isso por seis anos, totalizando 160 mil reais em depósitos mensais. Que as “devoluções” obrigatórias incluíam o 13º salário e até vale-refeição.

Luíza Paes apresentou extratos bancários para comprovar o que disse.

Até agora, ninguém tinha feito descrição tão explícita e documentada da prática da “rachadinha”, ou “the little split”, na tradução do “Wall Street Journal”, que, assim como o “New York Times” e o “Financial Times”, estamparam ontem em suas homes a notícia de que o filho do presidente brasileiro foi denunciado à Justiça por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A denúncia reacendeu nas redes o caso da rachadinha. Nessa acusação, Flávio não conta com a defesa da militância digital, mas seu pai, sim.

Jair Bolsonaro foi quem levou para o gabinete do filho Flávio o amigo Fabrício Queiroz, desde a juventude seu companheiro de pesca e arquibancada.

Jair Bolsonaro foi quem contratou o notório advogado Frederick Wassef, no sítio de quem foi encontrado Queiroz, sumido desde que havia sido apontado recolhedor oficial dos little splits de Flávio.

É também Jair Bolsonaro quem tem uma tremenda vontade de “encher de porrada” a boca de quem lhe pergunta por que sua mulher, Michelle Bolsonaro, recebeu 89 mil reais de Fabrício Queiroz.

Flávio Bolsonaro é suspeito de ter embolsado dinheiro público destinado ao pagamento de funcionários como Luíza para comprar apartamentos e quitar a escola dos filhos e o plano de saúde da família.

Por isso, Flávio Bolsonaro deve em breve virar réu na Justiça.

Mas Flávio é Bolsonaro —e só não enxerga isso quem não quer ver que o filho do Mito não criou nada, apenas seguiu os ensinamentos do pai.

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