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Mourão demite assessor que, em troca de mensagens, afirmou que o ‘capitão’ está errando na pandemia – G1

O vice-presidente Hamilton Mourão demitiu seu assessor que, em troca de mensagens, disse que o “capitão” estava errando muito na pandemia. As conversas foram divulgadas pelo site “O Antagonista”.

O assessor de Mourão, Ricardo Roesch, procurou o chefe de gabinete de um deputado federal para conversar sobre preparativos para a hipótese de o vice assumir a presidência no lugar de Jair Bolsonaro. O parlamentar e seu auxiliar não tiveram as identidades reveladas. Na conversa, Roesch também disse que Mourão “é mais preparado”.

A exoneração de Roesch foi publicada no “Diário Oficial da União”. Mourão comentou a exoneração do assessor durante entrevista nesta sexta-feira (29) no Palácio do Planalto.

O vice chamou a situação de “lamentável”, disse não concordar com um processo de impeachment de Bolsonaro e frisou que o envio da mensagem “imprudente” gerou um “ruído totalmente desnecessário”.

“Foi uma situação lamentável. Número um, primeiro lugar, porque eu não concordo com processo de impeachment, não apoio isso aí, acabou”, disse.

“A partir daí a pessoa que tinha um cargo de confiança perde a confiança para exercer esse cargo. Lamento isso aí”, acrescentou Mourão, que disse ter “encerrado” o assunto.

Mourão também relatou que não conversou sobre o tema com Bolsonaro. “É um problema da minha cozinha interna”, disse.

A relação entre Bolsonaro e Mourão passa por um momento conturbado, com críticas indiretas do presidente ao vice, muitas delas relacionadas ao conteúdo de entrevistas que Mourão concede diariamente à imprensa.

Mourão exonera assessor após vazamento de conversa com chefe de gabinete de deputado

Mourão exonera assessor após vazamento de conversa com chefe de gabinete de deputado

Veja a troca de mensagens revelada por O Antagonista:

– Tudo bem irmão?

– Fala Ricardo, tudo excelente!

– Quando deputado quiser agendar com Mourão só avisar.

– Opa! Obrigado. Possivelmente ele vai querer sim.

– Muito trabalho aí?

– Sempre tem.

– Precisamos tomar um café mais reservadamente.

– Bora, ué.

– Eu tenho conversado com os assessores de deputados mais próximos é bom sempre estarmos preparados.

– Putz, preparados para quê?

– Nada demais articulação normal mesmo.

– Sabe que Mourão dividiu a ala militar.

– Antes, Heleno dominava agora estão divididos – capitão está errando muito na pandemia. General Mourão é mais preparado e político. Você sabe disso.

– Cara – não posso ter esse tipo de conversa – chefe não iria gostar.

– Mas vamos nos falando.

Mourão afirmou que a tendência é encerrar em 30 de abril, conforme o previsto, o trabalho de militares das Forças Armadas no combate ao desmatamento, queimadas e outros crimes na Amazônia.

O decreto de garantia da lei e da ordem (GLO), assinado por Bolsonaro, autoriza o emprego dos militares na missão até o final de abril. Segundo Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, a tendência e não prorrogar.

“A não ser que haja um cataclismo daqui para lá, mas não é o que a tendência está colocando”, disse.

Mourão lembrou que o país tem uma “situação muito difícil em termos de recursos” e que a GLO exige crédito extraordinário. O governo trabalhará para reduzir o desmatamento com os meios permanentes, ou seja, com o trabalho de órgãos civis. O tema foi discutido na quinta-feira (28) em uma reunião com ministros.

“Nós temos que aqui, do nosso lado, buscar cumprir essa tarefa de tentar reduzir o desmatamento ilegal com os meios existentes. Eu acho que nós temos condições de fazer isso, desde que a gente consiga integrar efetivamente o trabalho de todas as agências civis”, disse Mourão.

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