O chefe da Polícia Civil, Alan Turnowski, anda impressionado com a expansão do poderio dos grupos de milicianos no Rio.
E de como eles chegaram às camadas mais desfavorecidas da população.
A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) registrou casos em que até meninos malabaristas, aqueles que jogam bolinhas para o alto no sinal de trânsito, e moradores de rua, que dormem em porta de agências bancárias, foram obrigados a pagar contribuição a milicianos.
No bolso
É por essas e outras que Turnowski decidiu mudar os critérios de pontuação por produtividade da corporação.
O combate às milícias, que hoje não vale nada, vai passar para o alto da tabela.
Em primeiro lugar nos critérios, continuará a lavagem de dinheiro — embora com a pontuação um pouco reduzida.
Em seguida, empatados, virão crimes de organizações criminosas de milícias e homicídios.
Resolver um assassinato cometido por milicianos vai valer, portanto, o maior número de pontos da relação.
As mudanças deverão começar a valer já em novembro.
Na pele
Aliás, só agora o povo do andar de cima da Justiça Eleitoral, lá em Brasília, conseguiu entender direitinho o tamanho da encrenca no Rio com as milícias na época das eleições.
É que, desta vez, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e o corregedor-geral eleitoral, Luís Felipe Salomão, são do estado.
E sabem da missa muito mais do que a metade.
Mas, se tiverem alguma dúvida, podem ainda consultar o presidente do Supremo Tribuna Federal (STF).
Luiz Fux também é carioca — e conhece muito bem a cidade.