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Léa esposa de Jacó, uma mulher de força e coragem

Léa é sem dúvida alguma um dos personagens mais distinguidos da Bíblia, ela que era a filha mais velha de Labão e irmã de Raquel, se tornou a primeira mulher de Jacó.

Léa foi a mãe de seis filhos e uma filha para Jacó, talvez a mais rejeitada das mulheres do patriarca porém hoje considerada a mais importante das mulheres de Jacó pelo o povo de Israel.

Através da astúcia de seu pai, Lea foi trocada por Raquel na hora das núpcias de Jacó que pensava estar se casando com a filha mais nova dele o que está claramente descrito em Gênesis 29: 16-26.

Ora, Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Léia, e o da mais moça Raquel. Léia tinha os olhos enfermos, enquanto que Raquel era formosa de porte e de semblante. Jacó, porquanto amava a Raquel, disse: Sete anos te servirei para ter a Raquel, tua filha mais moça. Respondeu Labão: Melhor é que eu a dê a ti do que a outro; fica comigo. Assim serviu Jacó sete anos por causa de Raquel; e estes lhe pareciam como poucos dias, pelo muito que a amava. Então Jacó disse a Labão: Dá-me minha mulher, porque o tempo já está cumprido; para que eu a tome por mulher. Reuniu, pois, Labão todos os homens do lugar, e fez um banquete, à tarde tomou a Léia, sua filha e a trouxe a Jacó, que esteve com ela. E Labão deu sua serva Zilpa por serva a Léia, sua filha. Quando amanheceu, eis que era Léia; pelo que perguntou Jacó a Labão: Que é isto que me fizeste? Porventura não te servi em troca de Raquel? Por que, então, me enganaste? Respondeu Labão: Não se faz assim em nossa terra; não se dá a menor antes da primogênita.

Genesis 29:16–26 ALMEIDA

O texto não indica exatamente como Labão entregou Léa para Jacó, mas podemos entender algumas coisas pelo contexto, a palavra tarde por exemplo em Hebraico é utilizada também para noite quando a intensão não é o período em que se dorme, portanto podia estar escuro, outro fato importante é que no oriente as mulheres eram e ainda são cobertas dos pés até a cabeça quando estão casando o que dificultaria muito o reconhecimento dela, dois outros fatos são importantes para que Labão tivesse sucesso em sua trapaça, o fato delas serem irmãs poderia garantir o tom de voz e a altura semelhantes, além disso o agravante do vinho que sempre foi a bebida utilizada pelos hebreus deste a antiguidade em suas comemorações, um estado de semi-embriaguês poderia dificultar muito a identificação. Vale apenas ressaltar que nenhum dos últimos fatores citados estão descritos na Bíblia, mas devem se levados em consideração.

Em conseqüência da atitude de seu pai, Léa terminou casada com um homem que não a ama e compartilhou esse marido com sua irmã mais nova cujo marido a preferia. Devido à falta de atenção mostrada a ela por Jacá, Deus a abençoa com grande fertilidade, enquanto Raquel é estéril. Lea dá à luz Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom (Gn 29: 31-35; 30: 14-20). Léa também levou sua serva Zilpa a ter relações com Jacó e dar dois filhos para ele, Gade e Aser, ambos também foram atribuídos a Lea. Além disso, ela foi quem teve a única filha de Jacó, Dinah.

“Depois. disto deu à luz uma filha, e chamou-lhe Diná.”

Genesis 30:21 ALMEIDA

Leah é muitas vezes descrita como pouco atraente, em contraste com sua bela irmã. Esta descrição gira em torno da interpretação de Heb. Rakkôṯ costumava descrever os olhos de Lea (Gênesis 29:17). A maioria das traduções traduz a palavra em inglês como “fraca”, mas outra possível tradução poderia ser “suave” ou “suave”. Infelizmente a tradução Almeida radicalizou o contexto pondo os olhos de Léa como doentes, mas é bem possível que a razão para isso está na história anterior, onde seu pai era Kaved Rea, ou seja, já não conseguia ver bem, estava quase cego.

Um acontecimento-chave nas histórias envolvendo Lea e sua irmã é sua partilha de um marido que aconteceu quando um dos filhos de Léa, Reuben, encontra algumas mandrágoras, que pode ter sido considerado um antigo afrodisíaco. Léa troca suas mandrágoras com Rachel, que espera usá-las para engravidar, por uma noite extra com Jacó na cama. Léa concebe dessa união conforme podemos ler no texto a seguir:

Ora, saiu Rúben nos dias da ceifa do trigo e achou mandrágoras no campo, e as trouxe a Léia, sua mãe. Então disse Raquel a Léia: Dá-me, peço, das mandrágoras de teu filho. Ao que lhe respondeu Léia: é já pouco que me hajas tirado meu marido? queres tirar também as mandrágoras de meu filho? Prosseguiu Raquel: Por isso ele se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho. Quando, pois, Jacó veio à tarde do campo, saiu-lhe Léia ao encontro e disse: Hás de estar comigo, porque certamente te aluguei pelas mandrágoras de meu filho. E com ela deitou-se Jacó aquela noite. E ouviu Deus a Léia, e ela concebeu e deu a Jacó um quinto filho. Então disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, porquanto dei minha serva a meu marido. E chamou ao filho Issacar. Concebendo Léia outra vez, deu a Jacó um sexto filho; e disse: Deus me deu um excelente dote; agora morará comigo meu marido, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom.

Genesis 30:14–20 ALMEIDA

Léa demonstrou inúmeras vezes ser uma guerreira, mesmo diante da beleza de sua irmã, do amor de seu marido por outra e das muitas adversidades, ela não se inclinou, foi sábia e lutou para ser não a preferida, mas com certeza a mais bem sucedida. A atitude de Léa em comprar uma noite com Jacó demonstrou que apesar da sociedade dos hebreus serem consideradas patriarcais, as mulheres hebréias sempre tiveram determinação e muitas vezes foram elas quem decidiram e não seus maridos.

Há um paralelo nos “olhos suaves” de Léa, mulher de Jacó e os olhos pesados de Isaque, o pai de Jacó. Na história de Jacó em si há muitos outros paralelos, ele enganara seu pai e acabou sendo enganado por seu genro e seus filhos no caso de José.

Raquel por sua vez não desfrutou de ser sepultada na caverna de Macpelah, conhecida como Gruta dos Patriarcas, Léa por sua vez sim, mesmo não sendo a preferida de Jacó foi sepultada ali junto a Abraão, Isaque, Sarah, Rebeca e Jacó.

Através de suas ações e desejos, Leah se torna uma das “mães de Israel”.

Bibliografia.

  • Bíblia em Hebraico – Texto Massorético
  • Bíblia em Português Versão ALMEIDA
  • S. P. Jeansonne, The Women of Genesis (Minneapolis, 1990)

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