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João, o apóstolo do Amor

2 João 1:1-6

O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos, a quem amo na verdade, — e não apenas eu os amo, mas também todos os que conhecem a verdade — por causa da verdade que permanece em nós e estará conosco para sempre. A graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, seu Filho, estarão conosco em verdade e em amor. Ao encontrar alguns dos seus filhos, muito me alegrei, pois eles estão andando na verdade, conforme o mandamento que recebemos do Pai. E agora eu lhe peço, senhora — não como se estivesse escrevendo um mandamento novo, o que já tínhamos desde o princípio — que nos amemos uns aos outros. E este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos. Como vocês já têm ouvido desde o princípio, o mandamento é este: que vocês andem em amor.

Introdução

Na continuação dessa série, hoje quero compartilhar com vocês a respeito do irmão mais novo de Tiago: o Apóstolo João. Sem dúvida alguma, João é muito conhecido pela maioria das pessoas que tem ou já teve o mínimo de contato com o cristianismo. Digo isso pois foi ele quem escreveu uma parte considerável do Novo Testamento. Nada mais, nada menos, João escreveu:

– Um Evangelho

– Três Epístolas (pequenas cartas)

– Apocalipse

E fazendo um resumo bem compacto desses escritos dele, agente pode afirmar de maneira bem panorâmica que:

1. Através do Evangelho entendemos como ele via a Jesus Cristo;

2. Através das Epístolas entendemos como ele tratava a Igreja de de Jesus Cristo;

3. E através do Apocalipse enxergamos um pouco do futuro através das visões que ele recebeu da parte de Jesus Cristo.

Ou seja, nos 3 gêneros literários: Evangelho, Epístola e Apocalipse (protico), Jesus Cristo sempre foi o centro da sua mensagem e de sua prática de vida!

Contextualização

Tiago e João, ambos, possuíam temperamento semelhante. Eram rudes, vigorosos, intolerantes, ambiciosos, zelosos e explosivos. No entanto, três anos com Jesus começaram a transformar um fanático egocêntrico como João, numa pessoa madura e equilibrada. Três anos com Jesus colocaram esse outro filho do trovão no caminho certo para tornar-se o Apóstolo do Amor. João foi transformado de um cabeça quente intolerante em um líder amoroso e devoto para a igreja primitiva. Se compararmos o jovem discípulo João ao patriarca João, a gente percebe o quanto ele mudou. E é justamente esse exercício que eu quero fazer hoje com vocês. Tentar fazer um paralelo entre o João cabeça quente dos Evangelhos e o João patriarca das Epístolas e do Apocalipse. Só pra vocês recordarem do texto que eu li na semana passada, olhem só o “apóstolo do amor” quando ainda era jovem:

Lucas 9:51-55

“Aproximando-se o tempo em que seria elevado ao céu, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém. E enviou mensageiros à sua frente. Indo estes, entraram num povoado samaritano para lhe fazer os preparativos; mas o povo dali não o recebeu porque se notava em seu semblante que ele ia para Jerusalém. Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: “Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los? ” Mas Jesus, voltando-se, os repreendeu, dizendo: “Vocês não sabem de que espécie de espírito são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los”.”

Ou seja, nem os mais otimistas poderiam pensar que um apóstolo que tinha vontade de matar as pessoas no fogo, pudesse ser reconhecido anos depois como um apóstolo do amor!

Enredo

Agora, um outro texto que revela um pouco dessa personalidade difícil de João, se encontra em Marcos 9:38-40, olhem só: “Mestre”, disse João, “vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos.” “Não o impeçam”, disse Jesus. “Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida, pois quem não é contra nós está a nosso favor.”

Em todos os momento dos evangelhos, João sempre esteve ao lado de alguém. O único momento que ele teve uma fala individual com Jesus, foi nessa ocasião que ele confessou a Jesus que ele (João) havia repreendido um homem por expulsar demônios em nome de Jesus, pois o tal não fazia parte do grupo de discípulos. Olhem só, repreender um homem por ministrar em nome de Jesus só porque ele não pertencia ao grupo foi partidarismo puro e só revelou a personalidade intolerante que ele tinha. Revelou sua visão limitada, sua ambição, seu jeito extremista, intolerante, ríspido e inconsequente. Ou seja, o desejo de ter todos os privilégios para si e não dividi-los com mais ninguém!

Enfim, o tempo passou… João amadureceu… E sob o controle do Espírito Santo suas deficiências foram substituídas por virtudes. Suas áreas de maiores fraquezas se transformaram em seu pontos mais fortes. João é um dos exemplos mais admiráveis do que deve acontecer com a gente, que é crescermos em Cristo, permitindo que a força do Senhor se aperfeiçoe em nossa fraqueza. Tanto é verdade que essa mudança ocorreu na vida de João que quando nós olhamos para os textos que ele escreveu quando já era mais experiente e idoso, até parece um outra pessoa. Olhem só o texto que eu li no início desse sermão:

2 João 1:1-6

O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos, a quem amo na verdade, — e não apenas eu os amo, mas também todos os que conhecem a verdade — por causa da verdade que permanece em nós e estará conosco para sempre. A graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, seu Filho, estarão conosco em verdade e em amor. Ao encontrar alguns dos seus filhos, muito me alegrei, pois eles estão andando na verdade, conforme o mandamento que recebemos do Pai. E agora eu lhe peço, senhora — não como se estivesse escrevendo um mandamento novo, o que já tínhamos desde o princípio — que nos amemos uns aos outros. E este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos. Como vocês já têm ouvido desde o princípio, o mandamento é este: que vocês andem em amor.

Lendo esse texto, eu percebo que João aprendeu a necessidade do equilíbrio entre: O amor e a verdade. João aprendeu, aquilo que Paulo também aprendeu e ensinou para a Igreja de Éfeso, olhem só no capítulo 4:13-15: Espero que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.”

Ou seja, gente, o amor e a verdade devem ser mantidos em equilíbrio, e nessa “fórmula” se chega a maturidade cristã. A verdade jamais deve ser abandonada em nome do amor, porém, o amor não deve ser deixado de lado em nome da verdade. João sempre teve um compromisso com a verdade e certamente, não há nada errado nisso, mas tal compromisso não bastava. O zelo pela verdade deve ser contrabalançado pelo amor às pessoas. Não há honradez alguma na verdade sem amor; ela não passa de indelicadeza. Por outro lado, não há caráter algum no amor sem a verdade; ela não passa de hipocrisia. Ou seja, precisamos conhecer a verdade e defendê-la em amor. Foi isso que João aprendeu de Cristo e foi isso que lhe deu o equilíbrio de que tanto precisava. O Reino precisa de pessoas que tenham coragem, iniciativa, fervor, ousadia e zelo pela verdade e João, certamente, possuía todas essas características. Contudo, para realizar todo o seu propósito, o Reino precisa de pessoas que amem a Deus e as pessoas!

Aplicação

Pode parecer surprendente que Jesus tenha amado um homem que desejava incendiar os samaritanos, que era obcecado por status e distinção e que O abandonou e fugiu em vez de sofrer por Ele. Contudo, ao amar João, Jesus o transformou numa pessoa diferente. A teologia Joanina é conhecida como a: Teologia do amor. Ele ensinou que Deus é amor, que Deus amou seu próprio Filho, que Deus amou o mundo, que Cristo amou seus discípulos, que os discípulos de Cristo o amaram, que todos os homens devem amar a Cristo e que devemos nos amar uns aos outros. Mas ainda assim, esse amor não caiu num sentimentalismo complacente- um amor que aceita a mentira em nome do amor, não! Até o fim de sua vida, João continuou sendo um vigoroso defensor da verdade então perdeu nenhum pouco sua intolerância para com as mentiras. Nesse sentido, foi um filho do trovão até o fim. Creio que o Senhor sabia que o mais forte defensor do amor precisava ser um homem que em momento algum abriria mão da verdade!

Falando um pouco sobre os últimos dias de vida de João… Ele morreu por volta do ano 98 d.C. Enquanto que Tiago, seu irmão, foi o primeiro a morrer, João foi o último. Historiadores dizem que o Apóstolo já idoso estava tão fraco em seus últimos dias em Éfeso que precisava ser carregado para a igreja. E a frase que ele sempre falava era: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros”. Ao ser perguntado do por que dizia isso, ele respondia: “É o mandamento do Senhor e, se de todas as coisas, somente esta for feita, já seria suficiente”.

Nos seus escritos, as três palavras que João mais falou foram: Verdade – 45 vezes, Amor – 80 vezes e Testemunho – 70 vezes. Ou seja, umas das coisas que a gente pode aprender com ele é que a melhor forma de testemunharmos a respeito de Jesus Cristo é quando conhecemos a verdade do evangelho, essa verdade faz de nós pessoas que amam assim como Jesus amou!

Conclusão

Minha oração pra hoje continua parecida com as das últimas semanas… Que possamos acreditar que assim como Pedro, André, Tiago e João foram completamente mudados pelo Evangelho… Assim seremos nós se assim desejarmos. Que não precisemos chegar na velhice pra aprender que a verdade precisa ser equilibrada com o amor… Para que possamos dar bons testemunhos de cristãos. Volto a dizer, não há honradez alguma na verdade sem amor; ela não passa de indelicadeza. Por outro lado, não há caráter algum no amor sem a verdade; ela não passa de hipocrisia. Que o nosso testemunho ao mundo possa ser fruto da verdade que acreditamos e do amor que exalamos!

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