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Jair Bolsonaro diz em evento que Brasil está ‘vivendo um finalzinho de pandemia’ – G1

Jair Bolsonaro diz em evento que Brasil está 'vivendo um finalzinho de pandemia'

Jair Bolsonaro diz em evento que Brasil está ‘vivendo um finalzinho de pandemia’

Nesta quinta-feira (10), em um evento em Porto Alegre, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil está ‘vivendo um finalzinho de pandemia’. Não é o que dizem os números de mortes e casos da doença e os médicos na linha de frente.

“O cenário é ruim, as emergências estão cheias, os pacientes são graves”, diz uma médica.

“Nossa equipe está exausta, está sendo um trabalho bastante exaustivo”, conta um médico.

Médicos falam sobre a realidade que estão enfrentando: um momento de piora da pandemia. A primeira morte por Covid no Brasil foi registrada em março. As mortes pela doença subiram até junho, quando a curva entrou num platô até começar a cair em agosto. Em novembro, o número de mortes voltou a subir e segue com tendência de alta. Nos últimos dias, a média móvel diária voltou a ficar acima de 600 mortes. Vinte e um estados e o Distrito Federal estão em alta na média móvel de mortes da Covid. É o maior número desde que o consórcio de veículos de imprensa começou a fazer o acompanhamento dos casos.

“Nós estamos vivendo um aumento do número de casos, um aumento do número de hospitalizações, que os hospitais estão lotados, estão correndo risco de realmente não dar conta dos atendimentos. Isso não é finalzinho da pandemia. O finalzinho da pandemia vai acontecer quando a gente observar o contrário disso”, diz a microbiologista Natalia Pasternak, do Instituto Questão de Ciência.

“Estamos internando pessoas que nunca saíram de casa, que ficaram doentes porque alguém chegou em casa com a doença. Esse é o panorama do que estamos vivendo. Espero que a população acredite naquilo que meus colegas e tantas outras pessoas tão capazes têm alertado. Nós estamos trabalhando sobre dados da realidade”, afirma a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo.

“Nós estamos enfrentando uma situação ainda grave, uma situação que está em agravamento, portanto, minimizar a situação não contribui efetivamente. Quanto maior for o número de pessoas infectadas, maior será o número de pessoas mortas”, avalia o infectologista Celso Ramos, presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.

Na comparação com o mundo, o Brasil é o terceiro país com o maior número de casos da doença e o segundo com o maior número de mortes. Entre os países mais afetados pela Covid, o Brasil é o que tem o maior índice de letalidade.

A preocupação dos cientistas, dos pesquisadores, dos médicos, agora, é principalmente com as festas de fim de ano. As reuniões em família, os encontros de confraternização podem aumentar os riscos de transmissão da Covid e agravar ainda mais o quadro da doença no país.

“Esclarecer novamente a população como é importante o uso de máscaras, como é importante evitar aglomerações, priorizar atividades ao ar livre e não em locais fechados. Tudo isso tem que ser repetido, convidando sempre a população a participar desse processo, a ser uma parte ativa desse processo para contenção da pandemia. E não ficar sonhando que a pandemia acabou sem antes de combinar com o vírus”, avalia Natalia Pasternak.

“Nós sabemos que a grande solução será quando as vacinas chegarem. Mas, para isso, ainda é preciso de mais algum tempo. É preciso que todos nos colaboremos. É preciso essa consciência cívica de que nós teremos outros Natais, nós teremos outros anos novos, e que nós precisamos estar vivos para isso”, afirma Margareth Dalcomo.

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