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Israel irá importar das zonas francas dos Emirados e já prepara voos diretos através de corredor aéreo com Arábia Saudita

WASHINGTON e TEL AVIV — Os Estados Unidos não consentirão com as anexações israelenses na  Cisjordânia ocupada por  “algum tempo”, preferindo se concentrar no novo acordo de normalização de relações entre Israel e Emirados Árabes Unidos, patrocinado pelos EUA, e selado na semana passada. O pacto entre os dois países, anunciado na última quinta-feira, veio com a promessa por parte de Israel de parar os avanços na Cisjordânia, mas o premier israelense, Benjamin Netanyahu, insiste que a paralisação é temporária.

No domingo, Netanyahu voltou a defender que o estabelecimento de relações diplomáticas com os Emirados mostra que o país não precisa desocupar territórios reivindicados pela Autoridade Nacional Palestina para normalizar relações com outros Estados árabes.

— Israel concordou conosco que não seguirá em frente sem nosso consentimento. Não planejamos dar nosso consentimento por algum tempo — disse o assessor sênior da Casa Branca, Jared Kushner, a repórteres por telefone. — Neste momento, o foco deve ser implementar este novo acordo de paz. Nós realmente queremos obter o máximo possível de intercâmbio entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e queremos que Israel se concentre na criação de novos relacionamentos e novas alianças.

Nesta segunda-feira, o governo de Israel anunciou que está trabalhando na criação de um corredor aéreo com a Arábia Saudita para voos com destino aos Emirados Árabes Unidos e que importará de zonas francas do país, duas medidas que fazem parte do acordo.

— Estamos trabalhando com energia máxima e começamos a trabalhar para abrir uma rota aérea com a Arábia Saudita, o que facilitará os voos entre Israel e Emirados — afirmou Netanyahu, durante uma visita no aeroporto de Ben Gurion, perto de Tel Aviv. — Acredito que chegaremos a um acordo que permitirá voos diretos.

Em entrevista a Sky News Arabia, pouco depois, o premier também citou a importação das zonas francas, áreas nas quais empresas estrangeiras podem operar sob regulamentação leve e onde os investidores podem ter 100% da propriedade das empresas.

— Sabemos que teremos bons preços — afirmou.

A companhia aérea Air India já havia anunciado, em março de 2018, uma primeira conexão aérea com Israel que passava pelo espaço aéreo da Arábia Saudita, o que foi interpretado na época como uma melhora das relações entre Israel e as monarquias do Golfo. Em março de 2017, o presidente dos EUA, Donald Trump, voou diretamente de Riad a Tel Aviv em seu avião Air Force One, no primeiro voo direto entre a Arábia Saudita e Israel.

Com o pacto, os Emiradores tornam-se o terceiro país árabe, depois de Jordânia e Egito, a terem relações diplomáticas formais com Israel. O estabelecimento de relações diplomáticas entre Israel e os Emirados são vistos como uma derrota para a Palestina, que vê a união dos países árabes em seu favor diminuir.

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