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Incêndio em hospital: ‘Tem paciente que não sabemos onde está’, diz técnica – UOL Notícias

Funcionários e pacientes do HFB (Hospital Federal de Bonsucesso), na zona norte do Rio, viveram na manhã de hoje momentos de tensão durante remoção após um incêndio no prédio 1 do complexo. O coordenador assistencial do hospital, Carlos César Assef, confirmou a morte de uma mulher de 42 anos, que estava com covid-19 e em estado gravíssimo, durante a transferência.

A direção do HFB informou que a brigada de incêndio da unidade removeu cerca de 200 pacientes do prédio 1 para o prédio 2 até a chegada do Corpo de Bombeiros. Posteriormente, 46 pacientes foram transferidos para sete unidades de saúde diferentes, sendo que oito deles estão com covid-19 —quatro foram para o Hospital de Acari e os demais para o CER (Coordenação de Emergência Regional) do Leblon.

Uma dessas pessoas com covid-19 acabou morrendo na remoção. Ela não teve a identidade revelada.

Ainda segundo a corporação, quatro pacientes foram levados para o Hospital de Campanha do RioCentro, na zona oeste, que havia sido fechado e foi reaberto hoje para ajudar no socorro. A Prefeitura do Rio nega que o hospital estivesse desativado.

O porta-voz dos Bombeiros, tenente-coronel Lauro Botto, informou que o incêndio persiste no prédio 1, mas a situação está controlada.

“Até agora, o incêndio se mantém exclusivamente no prédio 1, não tivemos propagação para outros prédios. Tanto a estrutura quanto o funcionamento das outras unidades do hospital estão funcionando normalmente. A princípio a situação está controlada, mas estamos retirando os cilindros de oxigênio, porque sempre existe o risco de explosão”, disse.

Peritos da Polícia Federal estão no local para investigar as causas do incêndio, ainda desconhecidas. O fogo começou no subsolo do prédio 1, onde há um estoque de fraldas.

O Corpo de Bombeiros trabalha com o risco de desabamento no prédio 1. Os técnicos da Defesa Civil estão no local para avaliar a estrutura da unidade atingida pelo fogo.

Resgate às pressas

Segundo a técnica de enfermagem Tassiana Freitas, a situação foi crítica durante a evacuação.

“Existem muitos pacientes críticos, graves que estão sendo atendidos agora no estacionamento do hospital. Não tem lugar para ligar os monitores”, disse ela.

Tem paciente que não sabemos aonde está, estão perdidos e estamos procurando, porque saímos todos juntos. Não tivemos recursos. Não tem mais ninguém no prédio 1, estamos esvaziando outros

Tassiana Freitas, técnica de enfermagem

Após a remoção das pessoas, funcionários da unidade tentavam retirar medicamentos e materiais hospitalares. Devido à grande quantidade de pacientes, alguns foram levados para uma oficina que fica ao lado do hospital para continuar recebendo tratamento. Macas e monitores foram colocados no local.

Transferência

Após os focos de incêndio serem controlados, os bombeiros começaram a organizar a transferência de alguns pacientes para outros hospitais. No total, 46 pacientes foram transferidos para sete unidades de saúde diferentes. A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro informou que está com toda a rede de assistência preparada para essa emergência.

O tio de Ketlyn Oliveira tem câncer e estava internado no Hospital Federal de Bonsucesso. Ela disse que foi um desespero para conseguir transferi-lo.

“Ele está com câncer e foi jogado de hospital em hospital e finalmente conseguiu parar aqui. Mas agora teve esse incêndio, ficamos desesperados. Foi uma correria com os pacientes, mas felizmente conseguiram levar ele para o Hospital Salgado Filho. A gente estava em casa quando ficamos sabendo do incêndio. Saímos correndo às pressas. Agora ele está bem, está melhor. Não inalou muita fumaça”, disse ela.

27 out. 2020 - Pacientes aguardam após serem retirados de unidade que pegou fogo - Caio Basilio/Futura Press/Estadão Conteúdo - Caio Basilio/Futura Press/Estadão Conteúdo

Pacientes aguardam após serem retirados de unidade que pegou fogo

Imagem: Caio Basilio/Futura Press/Estadão Conteúdo

Causa desconhecida

O incêndio atingiu a enfermaria e os equipamentos de raio-x. As primeiras informações indicam que o fogo começou pouco antes das 10h, e os primeiros bombeiros chegaram aproximadamente 10 minutos depois.

A origem do incêndio ainda é desconhecida, e o Corpo de Bombeiros afirmou que só poderá determinar a razão após perícia, que deve ser feita por uma equipe da Polícia Federal que já está no local. Testemunhas e o tenente-coronel Lauro Botto, porta-voz dos Bombeiros, disseram que o problema foi percebido inicialmente no almoxarifado, onde há muitas fraldas guardadas, o que teria contribuído para o fogo aumentar.

“A enfermaria do prédio 1, onde se originou o incêndio estava com metade da capacidade, ou seja, haviam 200 pacientes no local. Eles foram levados para outros prédios do hospital. O incêndio pelo que sabemos até agora se originou então no subsolo, onde tem um estoque de fraldas, mas isso precisa ser avaliado direitinho pela perícia”, disse Botto.

Governador lamenta

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), lamentou o incêndio. Ele cumpre agenda em Brasília e disse que está acompanhando os trabalhos com atenção.

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