SÃO PAULO — O governo de São Paulo multou neste sábado (12) o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por não usarem máscara em público. O trio apareceu sem o equipamento facial durante a motociata que percorreu algumas das principais vias expressas da capital paulista na manhã deste sábado. O valor da autuação é de R$ 552,71.
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O uso de máscaras em público é obrigatório no estado de São Paulo desde maio de 2020, conforme decreto nº 64.959 e resolução SS 96. O uso de máscaras é defendido por especialistas e autoridades sanitárias em todo o mundo como uma medida eficaz para evitar a disseminação do coronavírus.
Na última semana, Bolsonaro disse que pediria ao minsitro da Saúde, Marcelo Queiroga, que desobrigasse o uso de máscara para quem já foi infectado pela Covid-19 ou vacinado. Alvo de críticas de autoridades de saúde e políticos, no dia seguinte, ele disse que a medida seria de responsabilidade do ministro e de governadores.
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No auto de infração, a que o GLOBO teve acesso, a agente sanitária escreve que “medidas não farmacológicas são fundamentais para a prevenção e controle da pandemia” e que “o uso de máscara de proteção facial é amplamente preconizado pela comunidade científica internacional”.
A agente lembra, ainda, que o estado de São Paulo “conta com mais de 3,4 milhões de casos (de Covid-19) e mais de 117 mil óbitos, com uma taxa de ocupação de leitos de UTI de 82,1%, sendo que muitos hospitais públicos e privados já extrapolaram os 100% de ocupação”.
Quando participou de uma motociata no Rio, no mês passado, Bolsonaro também estava passível de levar multa por aparecer em via pública sem máscara, mas a prefeitura e governo do estado não aplicaram a autuação. Em 21 de maio, ele havia sido multado pelo governo do Maranhã, comandado por Flávio Dino (PCdoB) por causar aglomeração e aparecer na rua sem máscara.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é um adversário declarado do presidente e tem apostado em medidas de combate à transmissão do coronavírus e na vacinação como ativos para se colocar na disputa pela Presidência da República em 2022 — antes da candidatura, porém, ele precisa vencer a disputa interna em seu partido para ser o indicado.
Doria, inclusive é alvo de críticas na motociata deste sábado. Bolsonaristas criticam suas medidas que fecharam o comércio durante a fase mais aguda da pandemia. Além disso, Bolsonaro tem falado em lançar para o governo do estado o ministro Tarcísio, que, até o momento, não demonstrou interesse em aceitar a missão.