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Globo se nega a restringir exibição de filme que relativiza pedofilia


O debate sobre um personagem do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola“, acusado de fazer apologia à pedofilia, continua dividindo opiniões e sendo motivo até de judicialização, após o Ministério da Justiça emitir um despacho determinando a suspenção da exibição da produção em plataformas de streaming.

A decisão foi tomada por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, que determinou cautelarmente que as plataformas que possuem o filme suspendam a sua exibição “imediatamente”, segundo o ministro da Justiça Anderson Torres.

“O não cumprimento resulta em multa diária de R$ 50 mil”, destacou Torres. Além disso, o governo também alterou a classificação indicativa do filme protagonizado por Danilo Gentilli e Fábio Porchat, subindo de 14 para 18 anos a faixa etária indicada.

Globo não obedece a decisão

Apesar do anúncio feito pela Justiça, a rede Globo emitiu um comunicado dizendo que não acatará a decisão de retirar o filme das suas plataformas Globoplay e o Telecine por considerá-la “inconstitucional”.

“A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida”, diz o comunicado. “As plataformas respeitam todos os pontos de vista mas destacam que o consumo de conteúdo em um serviço de streaming é, sobretudo, uma decisão do assinante – e cabe a cada família decidir o que deve ou não assistir.”

A reação do governo é uma consequência da repercussão negativa acerca de um trecho do filme, em que um professor encenado pelo ator Fábio Porchat pede a dois adolescentes para ser masturbado. Os críticos alegam que a forma como o personagem foi retratado, em tom de piada, caracteriza apologia à pedofilia.

A psicóloga Marisa Lobo, por exemplo, argumentou em um artigo publicado em sua coluna no Gospel Mais, que a mensagem transmitida sobre o professor pedófilo “não foi o de um criminoso, perigoso e condenável, digno de prisão, mas sim o de uma figura cômica capaz de fazer piada e agradar em troca de favores.”

“Quando parte da sociedade não percebe essa malícia contida nas cenas, no modo como a figura do pedófilo é retratada, isso revela uma série de coisas como negligência, ignorância quanto ao tema e gravidade da pedofilia, assim como a própria dessensibilização diante do absurdo”, argumentou Marisa.





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