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Globo diz que ordem do governo para tirar filme de Porchat e Gentili do ar é censura e não será cumprida – UOL

O Globoplay e o Telecine classificaram como “censura” a determinação do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (15), de suspender imediatamente a exibição do filme “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” das plataformas de streaming do país.

A obra está disponível no catálogo dos dois serviços do grupo Globo. O comunicado enviado à coluna diz que a empresa está atenta “às críticas de indivíduos e famílias que consideraram inadequados ou de mau gosto trechos” da obra, mas entende que “a decisão administrativa do ministério da Justiça de mandar suspender a sua disponibilização é censura”.

“A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida”, afirma ainda a nota.

“O filme em questão foi classificado, em 2017, como apropriado para adultos e adolescentes a partir de 14 anos pelo mesmo ministério da Justiça que hoje manda suspender a veiculação da obra”, continua o comunicado.

O longa, que tem Fábio Porchat e Danilo Gentili no elenco, está no centro de uma polêmica encampada pelo secretário especial da Cultura, Mario Frias, que acusa o filme de pedofilia e apologia do abuso sexual infantil.

O trecho da comédia que suscitou a polêmica foi publicado por Frias no domingo (13). Na cena, o personagem de Porchat instiga dois garotos menores de idade a pararem de discutir e pede que o masturbem. As crianças reagem com surpresa, negando o pedido.

Na segunda (14), o ministro da Justiça, Anderson Torres, chamou o filme de asqueroso e afirmou que tomaria providências. Sua colega Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, disse que pediu à Secretaria dos Direitos da Criança e do Adolescente que tome as medidas cabíveis em relação ao longa.

Em nota enviada à coluna por meio de sua assessoria de imprensa, Porchat afirma que “temas super pesados são retratados o tempo todo no audiovisual” e que vilões podem assumir papeis de racistas, pedófilos e nazistas, uma vez que são ficcionais.

Ele afirma ainda que quando “o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado”.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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